Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 24

— Sim. — Camilla firmou a voz. — Uma amaldiçoada. Uma sã. Se a maldição for passada apenas para uma… então a outra será normal. Kael pode me rejeitar por uma, mas talvez aceite a outra. Talvez… ainda veja algum valor em mim.

Lizzie esfregou os olhos, visivelmente divertida.

— Você não para de tentar negociar com o destino, não é? Poucas teriam essa coragem ou são tão idiotas. Tudo isso por causa de um macho idiota.

— Vocês disseram que tudo tem um preço. Estou disposta a pagar.

Lizzie se levantou sem dizer uma palavra. Seu corpo parecia mais pesado do que antes, como se a escolha de Camilla tivesse empurrado o destino inteiro alguns passos adiante. Caminhou até um armário antigo, trancado com uma trava de ferro escuro, e, com um estalar de dedos, fez a tranca se abrir sozinha. O rangido das dobradiças foi abafado pelo som das folhas secas se movendo em frascos de vidro, colheres de prata penduradas em correntes e potes cobertos por runas antigas.

Ela pegou um pote de cerâmica escura, com inscrições que pulsavam num vermelho apagado. Ao abri-lo, revelou um punhado de pétalas negras, flores mortas de uma planta rara, que exalava um perfume doce, mas enjoativo. Camilla quase recuou, sentindo uma náusea apenas com o cheiro.

Lizzie esmagou as pétalas com os dedos finos e pálidos, misturando-as diretamente ao chá que Samira havia deixado nas mãos da loba. O líquido ficou escuro como breu, turvo e espesso.

— Beba isso inteiro — disse ela, entregando a xícara a Camilla. — As pétalas negras vão preparar seu corpo para receber a semente. Mas você precisa engravidar nos próximos dias. No máximo três. Depois disso, não haverá mais salvação para você.

Camilla pegou a xícara sem hesitar. Suas mãos tremiam um pouco, mas não por medo, era excitação. A ideia de que, finalmente, havia um caminho, ainda que sofrido, a fazia respirar com mais firmeza.

Samira cruzou os braços, o semblante mais sério do que antes.

— A gravidez não será fácil — disse. — A doença vai avançar com mais força. Você vai sentir dores, fadiga constante, poderá até sangrar. Mas, se conseguir chegar ao fim… vai ver os sintomas regredirem, vai começar a se curar.

— Eu entendi — respondeu Camilla, sem tirar os olhos do líquido negro.

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