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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 25

Callie parou ao lado de uma árvore, tentando recuperar o folego, estava exausta e sabia que sua irmã também mesmo que Nora nunca reclamasse já que sempre queria parecer forte.

— Precisamos descansar, estamos exaustos. Não sei se conseguimos avançar a noite toda.

— Não — disse Lyra, firme, mas sem soar autoritária. — Estamos perto demais, esse lugar é perigoso, tem cheiro de armadilha. Se pararmos, viramos alvo fácil.

— Ela está certa — confirmou River. — Se quisermos sobreviver, temos que continuar até o território da Lua Sangrenta, andar durante a noite é nossa melhor chance.

Callie suspirou, mas assentiu, estavam todos cansados, mas ninguém queria morrer dormindo, seja por renegados ou por caçadores.

Continuaram a caminhar, agora em silêncio. Cada passo era tenso, cada galho quebrado fazia os corações acelerarem. E então, veio o som.

Um estalo.

Outro.

O farfalhar entre as árvores ficou mais forte, os olhos atentos de todos se voltaram para os arredores, e o silêncio absoluto foi substituído por um zunido agudo.

— Espalhem-se! — gritou River.

Um estalo metálico foi ouvido, um disparo.

River cambaleou para trás, a mão pressionando o ombro, era uma arma de choque. O dardo ainda vibrava em sua carne, levando a corrente eletrica por todos os seus membros, mas ele cravou os dentes e arrancou, jogando o dardo no chão, aquilo não era o suficiente para derrubá-lo, claro que não seria.

— Merda! Estão armados!

Outros tiros seguiram, eles estavam sendo cercados. Vozes podiam ser ouvidas entre as árvores, gritos abafados por máscaras.

Caçadores.

— Corram! — gritou River, virando-se para as meninas. — Corram agora!

— Eu não vou te deixar — disse Lyra, ofegante. — Se acha que vou fugir e te deixar para morrer, está enganado!

Só o pensamento de arrastar River quase morto novamente a apavorava, ela preferia morrer com ele do que passar por aquilo de novo.

— Eu me viro! — ele berrou. — Leve Callie e Nora até a alcateia. Digam que foi River quem mandou. Procurem por Solomon, ele é o beta. Digam que eu preciso de reforços!

— Eu posso lutar! — insistiu ela.

— E morrer também! Não vou perder você! — rebateu ele, feroz. — Agora vá, Lyra. Vá!

Callie puxou Nora sem perder tempo, sumindo no meio da mata numa corrida frenética, mas Lyra se recusou a partir. A loba olhou para River, se aproximando dele e ficando ao seu lado não o deixaria, nem que aquela fosse a ultima coisa que ela fosse fazer.

— Eu disse pra correr! — gritou ele, ao vê-la se posicionar ao seu lado.

— Não vou — respondeu ela, a voz trêmula de raiva e medo. — Não dessa vez.

Foi nesse momento que o mundo desabou.

— Você precisa fugir por favor — River implorou, olhando para Lyra com um olhar de puro pavor ao imaginar que eles poderiam pegá-la também. — Posso morrer aqui, mas não quero que você vá comigo, Lyra, por favor.

A loba balançou a cabeça em negativa.

— Eles pensam que já ganharam... — sussurrou ela, os olhos fixos na mata adiante. — Vou te proteger… Não é isso que os companheiros fazem?

Ela fechou os olhos, sentiu o coração bater uma, duas, três vezes, o sangue pulsar em suas veias, quente, vivo, selvagem. A força estava ali, escondida, adormecida, era como um rugido ancestral esperando para ser libertado. E, naquele momento, ela decidiu.

Não havia mais espaço para medo.

O corpo de Lyra se curvou para frente, os dedos cravando o solo úmido. A dor veio como uma onda violenta, os ossos se estalando, as costelas se expandindo, a pele rasgando para dar lugar a algo maior. Ela gritou, um som primal, de dor e libertação. Fazia anos desde a ultima vez, nem lembrava direito da sensação, talvez por isso doesse tanto.

Quando a transformação terminou, silêncio.

Onde antes havia uma garota pequena e frágil, agora havia uma loba.

Grande, mas ainda com traços juvenis, menor que um lobo de tamanho normal para sua idade. O corpo esguio revelava que ela não era um poço de forca, mas seus movimentos tinham firmeza. A pelagem prateada brilhava sob a luz da lua como uma armadura celestial. E os olhos… os olhos eram dois faróis de prata pura, iluminando a escuridão da floresta.

Os caçadores hesitaram.

— Mas que... — um deles murmurou, recuando.

A loba rosnou, um som gutural, profundo, carregado de fúria.

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