— Acharam que agora seria fácil, que esse era o melhor momento. Que matar o Supremo agora, antes de ele se fortalecer, era a chance que tinham de acabar com a profecia. Todos os renegados da Terra de Ninguém estavam comentando sobre ele. Sobre vocês dois.
O homem caiu de rosto no chão, o corpo tremendo.
E a loba inclinou a cabeça para o lado, de que profecia estavam com medo?
— Eu não sabia! Eu juro! Só estava seguindo ordens! Não quero morrer!
A loba deu um passo para trás, seu olhar se manteve sobre ele por mais alguns segundos. O rosnado cessou.
Ela não o matou.
Mas também não o perdoou.
Na verdade ela queria que ele fosse, que contasse a todos o que aconteceu, queria que aqueles malditos lobos velhos com suas leis inuteis soubessem que River estava vivo, que ela protegeu seu companheiro.
Quando o silêncio retornou à floresta, Lyra se virou rapidamente, correndo até River.
Ele ainda estava deitado no chão, as roupas encharcadas de sangue, o rosto pálido, os olhos semicerrados. O veneno ainda agia em seu corpo, mais devagar agora, mas ainda cruel. Lyra podia sentir a dor dele, mas também sentia outra coisa… Orgulho.. River estava orgulhoso dela.
A loba o farejou com desespero, circulando ao redor dele, emitindo choramingos baixos, inquietos. Cada vez que seu focinho tocava o corpo ferido de River, ela sentia um aperto dentro do peito.
Ela lambeu o rosto dele, devagar, como se pudesse curá-lo com carinho.
Choramingou mais uma vez, sentindo as lágrimas que não podiam escorrer.
River abriu os olhos com esforço, os cílios colando pela poeira e pelo sangue seco. Quando viu a loba ali, sobre ele, sua expressão suavizou, mesmo com a dor evidente.
— V-você está bem... — murmurou, fraco. — V-viu? E-eu disse… que v-você era… Forte.
Levantou a mão com dificuldade, os dedos tremendo, e tocou o focinho prateado de Lyra com ternura. Seus dedos traçaram o contorno suave do rosto dela, sentindo a textura dos pelos, o calor da respiração.
— Você é... tão linda... — sussurrou. — Tão forte... minha loba destemida.
Lyra se aproximou mais, inclinando o focinho contra a mão dele, como se quisesse se aninhar naquele toque, um som baixo e emocionado escapou dela.
— Você me salvou... — ele sorriu de leve, mesmo entre os lábios cortados. — Estou... tão orgulhoso de você, Lyra.
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