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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 28

ATENÇÃO: Esse capítulo contém cenas que podem ser gatilhos de abuso sexual, leia com cuidado.

O quarto estava mergulhado em uma penumbra úmida e perfumada, as velas acesas tremeluziam nas laterais da cama como se temessem iluminar demais o que estava prestes a acontecer. Camilla ajeitou a alça fina da lingerie negra, os seios cobertos por renda pareciam prestes a escapar a cada movimento mais impaciente. Seus cabelos estavam soltos e sedosos, caindo pelas costas como uma cascata de ébano. Ela sentia seu corpo arder de febre, mas não por desejo, era a doença, o desgaste, o desespero.

Mas ela não podia fraquejar.

Não agora.

Ouviu os passos pesados se aproximando no corredor. O cheiro dele, amadeirado, almiscarado, entrelaçado com o perfume adocicado de outra fêmea, atingiu suas narinas antes mesmo da maçaneta girar. Seu estômago se revirou, mas ela engoliu a repulsa com força.

A porta se abriu sem cerimônia e Kael entrou.

Os olhos estavam avermelhados, turvos de excitação. O peito subia e descia com urgência. Ele a fitou com um sorriso torto nos lábios, o olhar percorrendo cada centímetro do corpo dela como se fosse dono até da sua alma. E, de certa forma, era.

— Você se arrumou pra mim, Luna? — a voz dele veio arrastada, rouca de desejo, suja.

Camilla forçou um sorriso sedutor e se levantou da cama em um movimento lento, felino. Caminhou até ele com passos suaves, a renda balançando sobre as coxas marcadas por hematomas antigos. Passou as mãos pelos ombros largos dele, puxando-o para perto, ignorando o cheiro estranho que impregnava sua pele. Cheiro de traição de outra.

Mas ela não ia falar.

Não podia.

Aquela era a única chance.

— Eu senti sua falta, meu alfa — sussurrou, encostando os lábios no queixo mal barbeado dele.

Kael soltou uma risada baixa, pegando-a pela cintura e empurrando-a contra a parede.

— Mostre o quanto sentiu — ordenou, e os olhos dele brilhavam de algo doentio.

Ela ajoelhou-se, não porque queria, mas porque precisava, abriu as calças dele, puxando a peça para baixo e revelando o membro duro. Sua boca se abriu e ela começou a se mover, engolindo o gosto amargo, a vergonha, a humilhação. Kael gemeu alto, as mãos segurando os cabelos dela com força, guiando os movimentos com brutalidade.

— Isso... sua boca é boa pra isso mesmo, Luna... — arfou, rindo logo em seguida — Talvez eu devesse ensinar as omegas a fazerem assim também, você podia dar aulas, que tal?

Camilla fechou os olhos, sentindo as lágrimas queimarem por trás das pálpebras. Continuou, mesmo quando o gosto se tornou insuportável. Até que ele gozou, empurrando sua cabeça com força contra si, sem qualquer cuidado.

Ele recuou, ofegante, e limpou a boca com as costas da mão, rindo.

Camilla permaneceu imóvel, o corpo nu tremendo de frio e repulsa. O quarto ainda cheirava a seu perfume, mas agora o aroma se misturava ao sangue, ao sêmen e ao perfume barato da omega que ele havia beijado antes de chegar ali.

Com um gemido baixo, ela se arrastou para fora da cama. Mal conseguia andar, cada passo era como uma faca rasgando suas entranhas. Chegou ao banheiro e se ajoelhou diante do vaso sanitário. Vomitou. Tudo. Engoliu lágrimas e vergonha.

Depois, encostou a testa na borda gelada da louça e apertou os olhos.

Seu corpo tremia, a pele suada e fria, os cabelos grudados no rosto molhado de lágrimas.

— Por favor... — sussurrou em pensamento — Por favor, deusa da lua... me dá um filho. Me dá esse filho logo...

Sua voz interna era fraca, quase um sussurro desesperado na escuridão.

— Eu não aguento mais... me faça engravidar... me faça engravidar logo, antes que eu morra por dentro.

Ali, ajoelhada, sangrando, vazia e destruída, Camilla não era mais uma Luna. Era só uma mulher implorando por uma chance de sobreviver.

Uma chance de escapar daquele monstro.

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