ATENÇÃO: Esse capítulo contém cenas que podem ser gatilhos de abuso sexual, leia com cuidado.
O quarto estava mergulhado em uma penumbra úmida e perfumada, as velas acesas tremeluziam nas laterais da cama como se temessem iluminar demais o que estava prestes a acontecer. Camilla ajeitou a alça fina da lingerie negra, os seios cobertos por renda pareciam prestes a escapar a cada movimento mais impaciente. Seus cabelos estavam soltos e sedosos, caindo pelas costas como uma cascata de ébano. Ela sentia seu corpo arder de febre, mas não por desejo, era a doença, o desgaste, o desespero.
Mas ela não podia fraquejar.
Não agora.
Ouviu os passos pesados se aproximando no corredor. O cheiro dele, amadeirado, almiscarado, entrelaçado com o perfume adocicado de outra fêmea, atingiu suas narinas antes mesmo da maçaneta girar. Seu estômago se revirou, mas ela engoliu a repulsa com força.
A porta se abriu sem cerimônia e Kael entrou.
Os olhos estavam avermelhados, turvos de excitação. O peito subia e descia com urgência. Ele a fitou com um sorriso torto nos lábios, o olhar percorrendo cada centímetro do corpo dela como se fosse dono até da sua alma. E, de certa forma, era.
— Você se arrumou pra mim, Luna? — a voz dele veio arrastada, rouca de desejo, suja.
Camilla forçou um sorriso sedutor e se levantou da cama em um movimento lento, felino. Caminhou até ele com passos suaves, a renda balançando sobre as coxas marcadas por hematomas antigos. Passou as mãos pelos ombros largos dele, puxando-o para perto, ignorando o cheiro estranho que impregnava sua pele. Cheiro de traição de outra.
Mas ela não ia falar.
Não podia.
Aquela era a única chance.
— Eu senti sua falta, meu alfa — sussurrou, encostando os lábios no queixo mal barbeado dele.
Kael soltou uma risada baixa, pegando-a pela cintura e empurrando-a contra a parede.
— Mostre o quanto sentiu — ordenou, e os olhos dele brilhavam de algo doentio.
Ela ajoelhou-se, não porque queria, mas porque precisava, abriu as calças dele, puxando a peça para baixo e revelando o membro duro. Sua boca se abriu e ela começou a se mover, engolindo o gosto amargo, a vergonha, a humilhação. Kael gemeu alto, as mãos segurando os cabelos dela com força, guiando os movimentos com brutalidade.
— Isso... sua boca é boa pra isso mesmo, Luna... — arfou, rindo logo em seguida — Talvez eu devesse ensinar as omegas a fazerem assim também, você podia dar aulas, que tal?
Camilla fechou os olhos, sentindo as lágrimas queimarem por trás das pálpebras. Continuou, mesmo quando o gosto se tornou insuportável. Até que ele gozou, empurrando sua cabeça com força contra si, sem qualquer cuidado.
Ele recuou, ofegante, e limpou a boca com as costas da mão, rindo.
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