Algumas horas depois, Judith voltou ao quarto do alfa, esperando poder dar alta para o supremo. A médica ajeitou os óculos no rosto e suspirou ao examinar novamente os dados no monitor. Seus olhos correram por cada linha de informação antes de pousarem em River, que estava sentado à beira da cama, ainda com a camisa hospitalar aberta, revelando o peito marcado por cicatrizes e feridas quase completamente fechadas.
— Eu diria que é um milagre, mas… conhecendo sua linhagem, talvez seja apenas... genética excepcional — disse ela, quase em tom de brincadeira, mas com um brilho respeitoso nos olhos. — Seu corpo regenerou em dois dias o que qualquer outro lobo levaria semanas, talvez meses. Nunca vi algo assim.
River sustentou o olhar da médica com um leve sorriso no canto dos lábios. Estava mais pálido do que o normal, os traços ainda cansados, mas havia força em sua postura.
— E eu estou liberado, então?
— Oficialmente, sim, embora eu recomende descanso. — Ela virou-se para Lyra, que permanecia ao lado da porta, atenta. — E você, mocinha, vai precisar fazer alguns exames. Longas viagens no estado que estava... não são seguras para uma loba como você. Seu corpo pode estar sobrecarregado.
Lyra pareceu hesitar, os olhos deslizando até River por um instante. Ele apenas assentiu com um leve aceno.
— Vai com ela. — A voz de River saiu baixa, mas firme. — Eu não vou a lugar nenhum.
Lyra seguiu a médica sem dizer nada, mas, antes de sair, lançou um último olhar por cima do ombro. River sorriu, não o sorriso zombeteiro ou arrogante que usava quando queria irritá-la, mas um sorriso calmo, sincero. Aquele tipo que parecia dizer "vai ficar tudo bem".
Quando a porta se fechou, Solomon deu dois passos adiante, os braços cruzados, encostado no batente.
— Pronto pra caminhar, vovô?
— Eu ainda sou seu Alfa, desgraçado — River respondeu, levantando-se com certa dificuldade.
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