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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 33

A floresta estava envolta em névoa, e o som de galhos quebrando sob passos apressados ecoava como um alarme de morte. Duas figuras femininas corriam entre as árvores, os corpos arfando em agonia, os pés descalços feridos pela terra úmida e pelas pedras pontiagudas. O sangue deixava um rastro invisível para olhos humanos, mas não para os que as perseguiam.

— Eles estão perto demais... — murmurou Petra, os olhos arregalados de medo. — Lilian... não vamos conseguir...

— Vai sim! — rosnou Lilian, empurrando a mais jovem com força. — Ouça, Petra, você precisa correr. Agora, sem olhar para trás, me ouviu? Nós já passamos das colinas, estamos perto da fronteira da alcateia Lua Sangrenta. Eles não vão ultrapassar esse território sem pensar duas vezes.

Petra sacudiu a cabeça, lágrimas caindo enquanto seus lábios tremiam.

— Eu não vou te deixar! A culpa é minha! Eu te arrastei pra isso, eu...

— Cale a boca, menina! — Lilian segurou a garota pelos ombros com força, seus olhos acesos, ferozes. — Ouça com atenção porque eu não vou repetir. Você tem que contar tudo para Lyra. Tudo. Ela precisa saber a verdade. Precisa entender o que está acontecendo antes que Kael decida procurá-la. O companheiro dela vai acabar com isso, tenho certeza. Conte também sobre o que ouvimos na floresta… Os anciões estão se movendo e eles precisam eliminar Kael para se concentrar no inimigo de verdade, aqueles velhos lobos ardilosos.

Petra soltou um soluço, engolindo o pânico com dificuldade.

— Eles vão vir atrás dela, não vão?

— Só se o supremo nã pará-los antes. — A voz de Lilian caiu para um tom mais grave, mais sombrio. — Petra, Lyra não é uma omega comum. Você precisa dizer isso a ela, precisa avisá-la que... — a anciã respirou fundo, os olhos brilhando com uma fé desesperada — que há algo dentro dela. Um poder que ninguém mais tem. Eu suspeito, desde que ela é muito nova eu suspeito... que Lyra seja uma omega Suprema.

Petra arregalou os olhos, o corpo congelando.

— O quê? Mas... isso é só uma lenda, Lilian. Omegas Supremos não existem. Nem mesmo entre os registros da Lua Branca...

— Existe, sim. E Lyra... ela é diferente. Sempre foi. Os olhos, o instinto, o vínculo dela com o alfa supremo mostra isso. Tudo nela grita que ela foi escolhida, a deusa da lua não une almas em vão.

Lá atrás, a loba castanha rosnava alto, os dentes cravando no pescoço do primeiro renegado que ousou se aproximar. Sangue espirrou, o cheiro metálico se espalhando entre as árvores. Um segundo lobo negro avançou contra ela, mais rápido, mais jovem. Lilian desviou, mordeu de novo, arrastando um deles para longe do rastro de Petra. Ela resistia, resistia com tudo que tinha.

“Deusa da Lua…” pensou, enquanto o terceiro a atingia com força no flanco “proteja aquela menina. Leve-a até Lyra…”

Outro uivo. Mais dentes. A dor explodiu, mas Lilian não caiu. Nem por um segundo. Seus olhos se fixaram na direção que Petra seguiu, e ela soube. A garota tinha chance. Tinha esperança.

E isso bastava.

Enquanto a luz da lua banhava a floresta e o som da batalha se misturava com os gritos e uivos dos renegados, Petra corria sem parar, ela já não sentia as pernas, só o desespero em seu peito e o nome que martelava em sua mente.

Lyra.

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