Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 33

Ela precisava encontrar Lyra.

Antes que fosse tarde demais.

Petra corria como se o próprio inferno estivesse em seu encalço. A capa que usava voava atrás de si como uma sombra desesperada, os cabelos embaraçados grudavam no rosto suado, e cada passo parecia mais doloroso que o anterior. Suas pernas tremiam, o coração martelava dentro do peito, mas ela não ousava parar.

— Lilian… — soluçou entre os dentes cerrados. — Por favor, me perdoa…

As lágrimas cortavam seu rosto sujo enquanto ela cambaleava pela trilha irregular da floresta. Tinha certeza de que os renegados ainda estavam atrás dela. Ouviu o som das patas correndo entre as árvores, os galhos quebrando, os rosnados animalescos que faziam seus ossos congelarem. E estavam perto, muito perto.

Ela forçou o corpo a ir mais rápido. Tropeçou, caiu de joelhos, mas se levantou com um grito estrangulado e continuou. O nome de Lilian ainda ecoava em sua mente, cravando-se como uma lança em seu coração.

— Você não vai morrer em vão… — sussurrou, arfando, o rosto coberto de terra e lágrimas.

As árvores começaram a se abrir levemente. A vegetação, antes densa e sufocante, parecia mais espaçada. O ar mudou, mas Petra mal percebeu. Seu instinto dizia que continuasse, que não parasse, e ela obedeceu.

Só quando escutou o som dos rosnados diminuindo atrás de si, ela se atreveu a olhar por cima do ombro. Os renegados… eles estavam parando. Estavam hesitando. Alguns voltavam para a floresta, outros a observavam, furiosos, mas não ultrapassavam a linha invisível que ela sequer sabia ter cruzado.

Petra piscou, confusa, com os olhos arregalados.

— O que…?

Foi então que ela percebeu que havia passado pela fronteira.

A fronteira da alcateia Lua Sangrenta.

Um sorriso involuntário se formou em seus lábios rachados. Ela conseguiu, estava salva. Petra tropeçou mais alguns passos à frente, as pernas finalmente cedendo de alívio, o corpo relaxando ao sentir a segurança mágica que emanava do território protegido.

Mas, quando ergueu os olhos novamente, o alívio foi arrancado de sua alma num instante.

Seis lobos enormes estavam à sua frente, postados como sentinelas sombrios. Os pelos eriçados, os olhos dourados e selvagens fixos nela. Rosnavam, os corpos tensos, preparados para atacar.

Petra caiu de joelhos na mesma hora, as mãos erguidas em súplica, o coração voltando a disparar.

— Por favor… por favor, eu não vim fazer mal… eu não sou inimiga! — implorou, a voz tremendo, quebrada. — Eu só quero encontrar minha amiga… Lyra. Eu só quero ver minha amiga… por favor…

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