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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 35

Kael a beijou no topo da cabeça, apertando-a contra si com uma mistura de excitação e possessividade.

— Nosso filho vai ser o lobo mais poderoso que essa alcateia já viu. Ele terá o mundo aos pés. Nada o impedirá.

E naquele instante, Camilla soube que havia conquistado exatamente o que queria.

Camilla sorriu, encaixando o rosto na curva do pescoço de Kael, absorvendo a vibração do peito dele como quem queria eternizar aquele momento. A dor latejante que sentia no ventre se intensificou por um instante quando ele a apertou mais contra si, mas ela manteve a expressão serena.

— Vai ser um menino, sim… — murmurou, acariciando de leve a nuca dele com os dedos. — Um lobo forte… digno da alcateia dele.

Kael sorriu de volta, satisfeito com a afirmação, mas antes que pudesse dizer algo, ela soltou um suspiro longo e se afastou um pouco, apoiando-se na moldura da cama.

— Kael… — disse em um tom mais frágil, passando a mão pela lateral do corpo como se sentisse um incômodo. — Desde que descobri que estou grávida, venho me sentindo fraca. Meus ossos doem, meu corpo está cansado, acho que preciso de repouso.

Kael arqueou uma sobrancelha, desconfiado.

— Repouso?

— É… — Ela desviou o olhar, como se hesitasse. — Inclusive… a anciã Belia me orientou a não ter relações enquanto estiver gestando nosso filhote. Disse que o esforço pode prejudicar o desenvolvimento… e que, nesse início, é especialmente arriscado.

Kael a fitou por alguns segundos. A expressão outrora calorosa começou a se transformar, os olhos ganhando um brilho gelado. Ele deu um passo para trás, o maxilar travado.

— Não poderemos mais…? — Ele deixou a pergunta no ar, como se a própria ideia o ofendesse. — Durante toda a gravidez?

Camilla apenas assentiu, mordeu o lábio inferior e tentou parecer o mais vulnerável possível.

— É para o bem do nosso filho… — sussurrou, baixando os olhos.

A porta rangeu atrás deles e, por um instante, Camilla congelou. Belia surgiu no batente, como se o destino tivesse lhe preparado a entrada perfeita. Seus olhos analisaram a cena com rapidez e inteligência.

— Está tudo certo, meu alfa? — perguntou, com a voz arrastada e cansada, mas sem esconder o leve interesse em saber o quanto havia ouvido.

Kael se virou de imediato.

— A sua recomendação foi mesmo essa, anciã? De abstinência completa? — Sua voz carregava um tom de crítica velada. — Lunas grávidas sempre serviram aos seus alfas, mesmo gerando filhos.

Belia ergueu o queixo, caminhando lentamente até eles. Parou ao lado da cama e pousou a mão ossuda no ombro de Camilla, que tremia levemente por dentro, mas mantinha a máscara serena.

— Cada gravidez é diferente, meu alfa. — A anciã escolheu bem as palavras, sua mente trabalhando rápido. — Mas o filhote que cresce no ventre de uma Luna escolhida por um alfa tão poderoso quanto o senhor… requer muito mais da mãe. Essa criança consumirá a energia dela para formar um corpo digno de seu sangue. Seria imprudente colocá-la em esforço físico desnecessário, é uma medida de proteção.

Kael ainda parecia relutante, mas Belia o conhecia bem demais. Alimentar seu ego era sempre o caminho mais curto para convencê-lo.

— Estamos falando do herdeiro do senhor, Kael. Um futuro alfa — continuou, com firmeza. — Tudo deve ser feito para garantir que ele nasça forte, saudável e invencível como o pai.

Um silêncio tenso se formou. O alfa respirou fundo, seus olhos voltando para Camilla, que mantinha o olhar baixo e a expressão de dor contida. Por fim, ele assentiu com a cabeça.

— Tudo pelo bem do meu filho.

Camilla assentiu, tentando esconder o incômodo crescente.

— Como quiser, meu alfa.

Kael caminhou até a porta, parando no batente, olhou por cima do ombro e franziu o cenho, apontando para ela com um gesto breve.

— Quero você apresentável. Use uma maquiagem decente, algo que combine com o momento.

— Claro…

— E sorria. — Ele enfatizou a palavra como se fosse uma ordem militar. — Você será mãe do próximo alfa. E precisa parecer à altura disso.

Sem esperar resposta, saiu, fechando a porta atrás de si.

Belia permaneceu parada ao lado da cama por alguns segundos, observando Camilla em silêncio. Quando a porta se fechou completamente, a anciã arqueou uma sobrancelha.

— Usando até mesmo a gravidez como arma, não é, Luna? Ele vai descobrir da doença, cedo ou tarde, senhora.

Camilla virou o rosto devagar, com um meio sorriso contido nos lábios.

— Estou apenas garantindo meu lugar. O que começa com sangue… termina com poder.

Belia não respondeu, apenas deixou o quarto em silêncio, sem olhar para trás.

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