Entrar Via

Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 37

Murmúrios surgiram entre os lobos restantes, mas poucos se atreveram a contrariar. A pressão da presença dos anciãos era sufocante, e as palavras de Kael pesavam como correntes.

Tommy desviou o olhar, inquieto. Suas mãos suavam, escondidas sob a mesa. Algo dentro dele gritava que aquilo estava errado, mas ele não era um alfa, não podia simplesmente se levantar e ir embora. Não era livre, era o Beta de Kael, sua lealdade tinha dono.

— Que fique registrado — disse Caliu, retomando a palavra — que os que abandonaram esta cúpula renunciaram à proteção da aliança. Estão por sua conta... e risco.

Kael assentiu com prazer, sua sombra parecia maior à medida que os que ficaram o olhavam com um novo tipo de respeito.

Tommy apertou os olhos, tentando conter a angústia. Ele conhecia Kael, sabia que o prazer que ele sentia não era por estar ao lado da verdade... mas por ter sido exaltado.

O clima na cúpula estava cada vez mais carregado. O ar, denso e pesado, parecia vibrar com as discussões que se seguiam à saída de quase metade dos alfas. O trono central permanecia elevado, com os três anciãos observando de cima, como deuses silenciosos que julgavam sem mover um músculo.

Os alfas que restaram se entreolhavam, trocando frases baixas e olhares inquietos. Mas foi Caliu quem primeiro se levantou, a capa escura esvoaçando atrás dele enquanto sua voz soava firme.

— Não podemos ignorar o perigo que a Lua Sangrenta representa. Se deixarmos que esse... supremo... continue a reunir forças, logo estaremos todos ajoelhados diante dele.

— Concordo — disse um alfa da região Norte. — Já se fala em lobos renegados jurando lealdade a ele, mesmo sem conhecê-lo. A ideia de um alfa supremo é sedutora demais para mentes fracas, ouvi dizer que ele tem abrigado renegados em sua alcateia. Se juntar muitos…

— Ele não lidera com força, mas com algo pior — acrescentou uma Luna, os olhos escuros como a noite. — Esperança. Isso o torna ainda mais perigoso, se começar a seduzir aqueles renegados com a promessa de uma alcateia, não teremos chances, afinal, esses vermes solitários são muitos!.

Kael respirou fundo, absorvendo as palavras, e então se pôs de pé. A postura ereta, a expressão fria, a língua mais afiada do que nunca.

— Vocês estão olhando para o alvo errado — disse ele, caminhando pelo centro da cúpula, lentamente, como um lobo prestes a atacar. — Se querem de fato vencer essa batalha... precisam entender que um alfa supremo não é apenas força. Todo mundo tem um ponto fraco…

Ele parou diante do trono de Luter, virando-se para os presentes com os olhos faiscando.

— E todo lobo... tem uma fraqueza. A dele... é a fêmea.

. Todos entenderam, mas esperaram que ele dissesse em voz alta.

Antes mesmo que os guardas reagissem, ele começou a se transformar. Ossos se realinharam, músculos se rearranjaram com estalos grotescos até que a figura de um homem surgisse diante dos olhos dos presentes.

Era Solomon.

Outrora conhecido como o alfa da alcateia isolada, mas que todos sabiam bem que não ocupava esse posto.

O beta de River.

Nu, Solomon caminhou entre os alfas com um sorriso torto nos lábios. Não era alegria, era escárnio. Seus olhos passearam por todos os rostos com desdém, até pararem em Kael.

— Que reunião tocante... — disse ele, a voz baixa, rouca e impregnada de desprezo. — Tão cheia de sabedoria, estratégia e... covardia.

— O que está fazendo aqui? — perguntou Berak, levantando-se de imediato. — Esse salão é sagrado. Você ousa invadir um encontro da cúpula? Veio a mando do seu alfa, beta?

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Rejeitada: A Luna do Alfa supremo