— Você tem ideia de como eu estou feliz por te ver bem, Lyra? — Petra disse, ajeitando a capa sobre os ombros, os olhos marejados enquanto olhava cada detalhe do quarto espaçoso e elegante que agora seria seu.
— E eu por te ter aqui, Petra. — Lyra respondeu, sorrindo enquanto ajeitava alguns lençóis na cama. — Sério… eu sonhei tanto com isso. Sonhei tanto que você e as outras omegas também pudessem ser livres… ter uma vida digna.
Petra caminhou até a janela ampla, olhando para a floresta que cercava a mansão. A Lua começava a surgir no céu, iluminando tudo com sua luz prateada.
— Tudo aqui parece… surreal. — Ela respirou fundo. — Todos aqui te tratam com tanto respeito… você é realmente importante aqui, Lyra. Nunca imaginei ver algo assim, com uma de nós, sabe? Uma omega.
Lyra se aproximou, apoiando o ombro no batente da janela, cruzando os braços.
— Isso só aconteceu porque River me encontrou… ou, melhor, porque eu encontrei ele. — sorriu, olhando para o céu. — A Deusa me deu uma segunda chance.
— E quando… — Petra olhou para ela, mordendo o lábio inferior. — Quando ele vai te marcar?
Lyra desviou o olhar, suspirando.
— Ainda estamos indo com calma. — respondeu, sincera. — Você sabe… depois de tudo… — apertou os braços, como se quisesse se proteger de suas próprias lembranças. — River tem sido paciente, muito mais do que eu achei que qualquer lobo seria.
Petra assentiu, se aproximando e segurando as mãos da amiga.
— Eu fico tão feliz por você. Você merece isso, amiga. — apertou as mãos dela com carinho. — Juro, eu estava tão preocupada… depois do que fizeram com você… eu nunca me perdoaria se não te visse de novo.
As duas se abraçaram apertado, sentindo a conexão de uma amizade forjada na dor, no medo… e agora na esperança.
— Eu também me preocupei com você. — Lyra sussurrou. — Mas agora você está segura. Aqui, ninguém nunca mais vai te ferir.
Petra respirou fundo, se permitindo relaxar nos braços da amiga, e quando se separaram, sorriu.
— Você não faz ideia do que foi chegar até aqui. — Ela balançou a cabeça, andando pelo quarto como se ainda estivesse processando tudo. — A Terra de Ninguém está um caos. Caçadores por todo lado, armadilhas… muitos lobos que tentaram fugir das alcateias opressoras foram mortos.
— Deusa… — Lyra levou a mão à boca, horrorizada. — Isso é pior do que eu imaginei.
— Muito pior. — confirmou Petra. — Eu e Lilian passamos dias nos escondendo, andando só à noite. Se ela não tivesse… — sua voz falhou. — Se ela não tivesse ficado para trás, eu não teria conseguido.
O silêncio se fez por alguns segundos, pesado, carregado de luto. Mas, antes que pudesse se prolongar, a porta se abriu.
— Oi! — Callie entrou sorrindo, com Nora logo atrás. — Espero não estarmos atrapalhando!
— Imagina! — Lyra sorriu, imediatamente se animando. — Petra, essas são Callie e Nora. São minhas amigas, vieram com a gente da terra de ninguém, agora são da alcatéia, como você. Meninas, essa é Petra, minha amiga da antiga alcateia.
— Oi! — Nora acenou, se aproximando, os olhos brilhando de curiosidade, apesar de ainda um pouco tímida. — Que bom que está aqui… Acho que a terra de ninguém conseguia ser melhor do que sua alcatéia, pelo que Lyra falou.
— Também acho que conseguia — Petra confirmou, apertando a mão dela. — Mas aqui parece tudo tão diferente.
— Nossa, seja muito bem-vinda. — Callie se aproximou, puxando Petra para um abraço caloroso, típico dela. — Aqui você vai ter uma vida nova, vai ver. Eles nos aceitaram sem questionar nada, é como se fôssemos daqui desde sempre.
Petra piscou, surpresa com tanto carinho.
— Callie! — Nora e Lyra falaram ao mesmo tempo, rindo.
— O quê? — ela riu, se defendendo. — Eu só estou falando a verdade. Solomon te encarou como se você fosse um docinho recém-saído do forno. Todo mundo percebeu, eu só estou comentando.
Petra arregalou os olhos, vermelha.
— Ele… o quê?!
— Ai, não liga não. — Nora balançou a mão, sorrindo. — Minha irmã adora fazer essas piadinhas depois que pega intimidade com as pessoas.
— Não foi piada! — Callie cruzou os braços, fazendo bico. — Eu vi, e vocês também viram. Não mintam.
Lyra segurou a risada, levando a mão à boca.
— Ai, Callie… você não tem jeito mesmo.
Petra cobriu o rosto, rindo e morrendo de vergonha.
— Meu Deus… vocês são malucas. — riu, olhando para elas. — E eu acho que vou gostar muito de viver aqui.
As quatro se entreolharam e, em seguida, começaram a rir juntas, como se os fantasmas do passado, por um breve instante, não existissem.
E talvez… só talvez… a vida realmente estivesse dando uma nova chance para todas elas.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Rejeitada: A Luna do Alfa supremo
Excelente pena que nao tem o livro impresso....
Muito bom! Livro excelente! História bem amarrada! Estou quase no final! Recomendo!...