Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 42

Quando a noite caiu, a mansão da Lua Sangrenta foi tomada por luzes amareladas e pelo cheiro delicioso da comida preparada especialmente para o jantar daquela noite. O salão principal estava cheio, lobos conversavam entre si, riam, brindavam, e, no meio de tudo isso, estavam Lyra, Petra, Nora e Callie, sentadas juntas em uma mesa, cercadas por vozes amistosas, risadas e a atmosfera acolhedora daquele lugar.

— Eu ainda não consigo acreditar que estou aqui. — Petra comentou, olhando ao redor enquanto segurava o talher meio desconcertada. Era a primeira vez que ela jantava com todos os lobos da alcatéia, já que antes, na alcatéia de Kael, não era permitido. — Tudo parece tão… surreal.

— Você vai se acostumar. — Callie respondeu, dando uma piscadinha enquanto mordia um pedaço de carne suculenta. — E vai amar.

— Aqui é realmente outro mundo, Petra. — Nora completou, sorrindo. — E, diferente do que você viveu, esse é um mundo onde nós, omegas, não somos tratadas como lixo.

Lyra assentiu, segurando a mão da amiga sobre a mesa.

— Você está segura agora. — garantiu, com um sorriso terno.

O jantar seguiu leve, com conversas descontraídas, algumas piadas bobas de Callie e até planos para mostrar a Petra todos os cantos da alcateia nos próximos dias. Mas, depois de comerem, quando as taças já estavam vazias e o salão começava a esvaziar, Petra olhou em volta, percebendo que Lyra se levantava junto de River, que havia aparecido discretamente, como sempre fazia.

— Eu vou dar uma volta com River. — Lyra disse, segurando o braço do alfa com aquele olhar que só ela tinha pra ele. — Você volta pro quarto com as meninas, tá?

— Claro. — Petra assentiu, sorrindo. — Eu encontro vocês amanhã.

Nora e Callie ainda ficaram conversando com alguns membros da alcateia, então Petra se despediu e começou a caminhar sozinha pelos corredores da mansão. A lua brilhava do lado de fora, iluminando parte dos vitrais, e o som dos próprios passos ecoava nas paredes de pedra.

Mas, de repente, ela sentiu um cheiro conhecido. Forte. Intenso. Másculo.

Seu corpo ficou tenso no mesmo instante, e quando virou-se para olhar, seu coração disparou no peito. Solomon estava parado no meio do corredor, encostado casualmente em uma das pilastras, os braços cruzados sobre o peito largo e os olhos dourados fixos nela. Ele havia voltado naquela tarde.

Por alguns segundos, eles apenas se encararam em silêncio. Petra se encolheu, abaixando a cabeça, as mãos trêmulas apertando a barra da própria roupa.

Quando percebeu que ele se aproximava, seus olhos encheram-se de lágrimas.

— M-me desculpa… — sussurrou, quase sem voz.

Solomon arqueou uma sobrancelha, franzindo a testa.

— Desculpa? — perguntou, a voz grave e rouca, fazendo todo o corpo de Petra arrepiar.

Ela respirou fundo, lutando contra o nó que se formava em sua garganta.

— Eu… eu sei que você percebeu. — engoliu em seco, apertando os olhos. — Eu sei que você sabe… que eu sou sua companheira. — sua voz falhou, trêmula. — E… e que eu não falei nada… porque… porque eu sei que você vai me rejeitar. Eu sou só uma omega. — apertou os próprios braços, tentando se proteger da dor que já sentia mesmo antes de ouvir qualquer resposta. — E você é… é o beta da alcateia mais poderosa que existe. Eu não deveria ser sua companheira.

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