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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 43

— Você fez alguma merda! Isso é feitiço, maldição, bruxaria! Isso não tem NADA A VER COMIGO!

Ela apertou os olhos, e o sorriso torto voltou pros lábios.

— Ah, tem sim. — falou, dando um passo em direção a ele. — Você acha que a marca de um alfa rejeitado pela deusa é uma benção, Kael? — cruzou os braços, a voz baixa, carregada de veneno. — A deusa cuspiu em você quando me marcou… e agora, olha só — abriu os braços —, somos dois malditos.

— Cala essa boca, Camilla! — ele rugiu, segurando a cabeça, como se quisesse arrancar aquele som dos próprios ouvidos.

Mas ela não calou.

— E quer saber de uma coisa? — ela deu outro passo, rindo, zombando. — Você provavelmente já tá doente também. — apontou pra ele, as mãos tremendo de tanto ódio. — Isso aí que você tá sentindo esses dias… cansaço, dor no corpo, febre… acha mesmo que é o quê? — cruzou os braços, olhando ele de cima a baixo com desdém. — Pois te conto, meu amor: é a mesma maldição que tá me matando. — sorriu, os olhos brilhando de ódio. — E sabe o que é melhor? TODA vadia que você comeu esses dias deve estar começando a apodrecer também.

— Cala a boca, sua desgraçada! — ele gritou, avançando, mas parou no meio do caminho, segurando a cabeça, cambaleando. — Isso… isso não é possível. — sussurrou, sentindo um arrepio percorrer a espinha.

Foi então que o estalo veio.

A tontura que vinha sentindo, o corpo mais fraco, o cansaço absurdo que não passava… o suor frio nas madrugadas, as dores de cabeça cada vez mais constantes.

— Não… — balançou a cabeça, andando de um lado para o outro, desesperado. — Isso não faz sentido! Isso não é possível! Lobos não adoecem, Camilla! NÃO ADOECEM!

Ela gargalhou.

— Pois você conseguiu, Kael. Você quebrou as leis da natureza. — sua voz estava mais baixa agora, sombria, carregada de ódio. — Me fez sua Luna… me marcou sem o consentimento da deusa… e enquanto você me traía, transando com qualquer uma que cruzava seu caminho… — apertou o próprio ombro, sentindo a dor pulsar como fogo — …minha alma apodrecia. E agora a sua também tá apodrecendo, Kael. Isso é culpa sua. SÓ SUA!

O peito do alfa subia e descia com dificuldade, o olhar perdido, o coração acelerado.

— Isso não… isso não tá acontecendo… — sussurrou, apertando as próprias têmporas. — Isso é algum feitiço, isso é alguma maldição, alguma coisa que alguém fez contra mim!

— A única maldição aqui… — ela apontou pra ele, rindo, com lágrimas nos olhos — é você existir, Kael. Você é um erro. Sempre foi.

— Tarde demais, Kael. — sussurrou. — A porta do inferno já tá aberta… e você é quem segurou a maçaneta.

Ele apertou os dentes, com tanta força que chegou a estalar.

Sem dizer mais nada, se virou, abriu a porta com violência e saiu. As passadas pesadas ecoavam pelos corredores da mansão, fazendo algumas omegas se encolherem ao vê-lo passar.

Camilla ficou ali, respirando com dificuldade, segurando o próprio corpo, sentindo as veias negras se espalharem mais e mais, queimando como ácido, corroendo… apodrecendo.

Ela sabia, estava morrendo.

Correu até a comoda e abriu a gaveta, tirando o frasco com o líquido negro nojento e bebendo um gole. Só precisava aguentar um pouco mais, só mais um pouco e uma das crianças em seu ventre a salvaria.

Precisava aguentar.

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