— Você fez alguma merda! Isso é feitiço, maldição, bruxaria! Isso não tem NADA A VER COMIGO!
Ela apertou os olhos, e o sorriso torto voltou pros lábios.
— Ah, tem sim. — falou, dando um passo em direção a ele. — Você acha que a marca de um alfa rejeitado pela deusa é uma benção, Kael? — cruzou os braços, a voz baixa, carregada de veneno. — A deusa cuspiu em você quando me marcou… e agora, olha só — abriu os braços —, somos dois malditos.
— Cala essa boca, Camilla! — ele rugiu, segurando a cabeça, como se quisesse arrancar aquele som dos próprios ouvidos.
Mas ela não calou.
— E quer saber de uma coisa? — ela deu outro passo, rindo, zombando. — Você provavelmente já tá doente também. — apontou pra ele, as mãos tremendo de tanto ódio. — Isso aí que você tá sentindo esses dias… cansaço, dor no corpo, febre… acha mesmo que é o quê? — cruzou os braços, olhando ele de cima a baixo com desdém. — Pois te conto, meu amor: é a mesma maldição que tá me matando. — sorriu, os olhos brilhando de ódio. — E sabe o que é melhor? TODA vadia que você comeu esses dias deve estar começando a apodrecer também.
— Cala a boca, sua desgraçada! — ele gritou, avançando, mas parou no meio do caminho, segurando a cabeça, cambaleando. — Isso… isso não é possível. — sussurrou, sentindo um arrepio percorrer a espinha.
Foi então que o estalo veio.
A tontura que vinha sentindo, o corpo mais fraco, o cansaço absurdo que não passava… o suor frio nas madrugadas, as dores de cabeça cada vez mais constantes.
— Não… — balançou a cabeça, andando de um lado para o outro, desesperado. — Isso não faz sentido! Isso não é possível! Lobos não adoecem, Camilla! NÃO ADOECEM!
Ela gargalhou.
— Pois você conseguiu, Kael. Você quebrou as leis da natureza. — sua voz estava mais baixa agora, sombria, carregada de ódio. — Me fez sua Luna… me marcou sem o consentimento da deusa… e enquanto você me traía, transando com qualquer uma que cruzava seu caminho… — apertou o próprio ombro, sentindo a dor pulsar como fogo — …minha alma apodrecia. E agora a sua também tá apodrecendo, Kael. Isso é culpa sua. SÓ SUA!
O peito do alfa subia e descia com dificuldade, o olhar perdido, o coração acelerado.
— Isso não… isso não tá acontecendo… — sussurrou, apertando as próprias têmporas. — Isso é algum feitiço, isso é alguma maldição, alguma coisa que alguém fez contra mim!
— A única maldição aqui… — ela apontou pra ele, rindo, com lágrimas nos olhos — é você existir, Kael. Você é um erro. Sempre foi.
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