A noite caiu como um manto pesado sobre a alcateia Lua Sangrenta. O vento frio soprava entre as árvores, balançando as folhas e anunciando que algo grande estava prestes a acontecer.
No pátio em frente à mansão, River ajeitava a mochila de couro nas costas, vestindo uma jaqueta preta pesada, calças jeans meio surradas e uma camisa clara por baixo da jaqueta. O olhar estava sério, decidido, e seus olhos brilhavam em um tom avermelhado.
— Você tem certeza que não quer que eu vá com você? — Solomon perguntou, cruzando os braços enquanto observava o alfa.
River respirou fundo, ajeitando as luvas nas mãos.
— Não, Solomon. — respondeu, firme. — Isso… eu preciso fazer sozinho, e você tem coisas melhores para fazer. — brincou com o beta, então, desviou o olhar na direção da porta da mansão, onde ela estava.
Lyra desceu os degraus, abraçando os próprios braços, lutando contra o aperto no peito. Assim que ele a viu, abriu um sorriso pequeno, mas carregado de amor.
A loira caminhou até ele, e assim que ficou perto, River segurou seu rosto com as duas mãos, colando suas testas.
— Eu volto em alguns dias. — prometeu, sua voz saindo baixa, rouca.
— Eu sei. — respondeu, tentando parecer forte, mesmo com as lágrimas queimando seus olhos.
River deslizou o polegar pela bochecha dela, inclinou o rosto e a beijou. Um beijo que dizia tudo o que palavras não poderiam traduzir. Quando se separaram, ele olhou por cima do ombro e fez um aceno para Solomon.
— Enquanto eu não estiver, você fica no comando. — disse, sério, olhando para o beta. — Mas quem dá as ordens aqui… é ela.
Solomon não conteve o sorriso largo, assentindo.
— Vai ser uma honra, meu alfa. — fez uma reverência para Lyra. — Finalmente essa alcateia tem uma luna, mesmo que ela ainda não tenha sido oficialmente coroada.
Lyra ficou vermelha, desviando o olhar, mas River puxou seu queixo de volta.
— Cuida dela, Solomon. — apertou sua mão na cintura de Lyra. — E você… — olhou nos olhos dela. — Cuida de tudo, meu amor. Você consegue.
Ela assentiu, segurando as lágrimas.
— Vai com cuidado… e volta pra mim. — pediu, com a voz embargada.
— Sempre. — respondeu, deixando um último beijo nos lábios dela antes de se afastar.
— Pra quê? — cuspiu, amarga. — Pra morrer deitada como uma cachorra doente? Não, prefiro ficar aqui, isso vai passar.
Belia apertou os lábios, segurando a própria vontade de retrucar. Sabia que a situação era muito pior do que qualquer um poderia imaginar.
O que era pior… não era só ela.
Por toda a alcateia, outras fêmeas… omegas… começaram a adoecer. Aquelas que, durante todos aqueles meses, se deitavam com Kael em troca de migalhas de poder, de um olhar, de um favor ou até por obrigação… estavam agora padecendo da mesma podridão que consumia a própria Luna.
Algumas estavam escondidas em suas casas, gemendo de dor, enquanto outras já não conseguiam mais nem levantar da cama. O cheiro de carne podre se espalhava, se misturando ao cheiro dos lobos doentes.
Lentamente, a ventos sombrios começava a padecer, tudo pela ganância de seu alfa.
Kael andava de um lado para o outro, furioso, rangendo os dentes, bufando. Estava perto do quarto da Luna, havia ido checar se ela ainda estava viva e, para sua surpresa, Camilla ainda estava de pé, e seus filhos em sua barriga também estavam vivos.
— Que merda é essa?! — rugiu, socando a parede do corredor, fazendo uma rachadura se abrir. — Que tipo de maldição é essa? O que essa maldita deusa quer de mim?! — olhou para Tommy, que estava pálido, mais pálido do que jamais esteve. — Fala alguma coisa, porra! FALA! — gritou, segurando o beta pelo colarinho.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Rejeitada: A Luna do Alfa supremo
Excelente pena que nao tem o livro impresso....
Muito bom! Livro excelente! História bem amarrada! Estou quase no final! Recomendo!...