O som do vidro quebrando ecoou por toda a mansão da Ventos Sombrios. Kael jogou a garrafa de uísque contra a parede, arfando, com as veias saltando no pescoço e os olhos completamente injetados de fúria.
— Esses malditos... — rosnava, andando de um lado para o outro, passando as mãos pelos cabelos. — Estão me desafiando! Na minha cara!
Tommy, parado na porta do escritório, observava a cena, cruzando os braços e respirando fundo. O cheiro do lugar estava insuportável... misto de suor, sangue, doença e podridão.
— Kael, você precisa se acalmar. — tentou, mantendo a voz firme, apesar da vontade de simplesmente virar as costas e ir embora dali. — Sua alcateia tá desmoronando, cara. Tá olhando ao redor? Tem gente morrendo!
— Eu sei! — ele rugiu, batendo com força na mesa, fazendo alguns papéis voarem. — E você acha que eu vou ficar aqui parado, esperando aquele desgraçado vir arrancar a minha cabeça?
— Pelo amor da Deusa, Kael... — Tommy respirou fundo, passando a mão no rosto. — Olha pra você. — apontou, indignado. — Você tá um caco, tá doente, tá podre por dentro, e não percebe que isso é culpa sua! Você arrastou essa alcateia pro inferno!
— Cala essa boca, Tommy! — ele apontou, os olhos brilhando de fúria. — Você é meu beta, tem que me obedecer, porra!
— Beta, sim! — avançou um passo, desafiador. — Mas não sou cego! — apontou pra fora da janela. — Olha lá fora, Kael! As amigas estão morrendo! Metade da guarda tá doente! Ninguém tem mais moral nenhuma pra te seguir!
Kael apertou os punhos, respirando com dificuldade, o rosto pálido, suando frio, as veias azuladas já subindo pelo pescoço. Ele rangeu os dentes e rosnou:
— Então é isso? — apertou o maxilar. — Você também vai se virar contra mim, Tommy?
Tommy se calou por um segundo, encarando aquele homem que, por muito tempo, foi seu alfa... mas que agora não passava de uma sombra do que já foi.
— Loucura? — Kael se virou abruptamente, os olhos cheios de raiva, os dentes cerrados, os caninos já se alongando, como se a qualquer momento fosse se transformar. — Loucura é deixar aquele maldito pisar no meu território, destruir tudo o que eu construí e sair como o herói!
— Você destruiu tudo, Kael! — Tommy explodiu, apontando pra ele. — Você! Com sua obsessão! Com sua doença! Com sua sede de poder!
— Prepara os soldados, Tommy! — Kael gritou, chutando uma cadeira. — Porque nós vamos atacar primeiro! E eu vou arrancar a cabeça daquele maldito supremo com minhas próprias mãos! Se não fizer isso, a cabeça que vai ser arrancada vai ser a sua, entendeu porra?!
O beta apenas o encarou, vendo os olhos brilhantes do alfa odiosos em sua direção. Então, saiu, batendo a porta com tanta força que fez os quadros da parede balançarem.
Do lado de fora, o clima era ainda pior. Corpos sendo levados, lobos doentes isolados, famílias desesperadas... uma cena de fim de mundo. E ele sabia... Sabia que, se não fizesse algo logo, todos ali estariam condenados.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Rejeitada: A Luna do Alfa supremo
Excelente pena que nao tem o livro impresso....
Muito bom! Livro excelente! História bem amarrada! Estou quase no final! Recomendo!...