Kael respirou com dificuldade, o peito subindo e descendo de maneira irregular. O hálito dele estava quente e pútrido, fétido como carne apodrecida.
O alfa apertou mais os dentes, rasgando um pouco mais a pele do pescoço de Tommy. O beta contorceu as patas, tentando escapar, mas estava indefeso. Os olhos de Kael faiscavam ódio e desconfiança.
Por um momento, pareceu que ele realmente o mataria ali mesmo. Mas, com um rosnado grave que estremeceu os corações de todos ao redor, Kael enfim soltou Tommy, empurrando-o para longe como se fosse um pedaço de carne imprestável.
Tommy caiu no chão, o pescoço latejando, o gosto de sangue enchendo a boca. Tentou respirar, tossindo, as patas se arrastando na terra.
Kael não parou por aí. Levantou a pata dianteira na forma de lobo e, com um movimento brutal, pisou na cabeça de Tommy, prensando-a contra o chão. O som seco ecoou pelo pátio, um estalo que fez as lobas gritarem de medo e os soldados se encolherem em seus lugares.
Tommy guinchou, o corpo se debatendo, as patas traseiras arranhando a terra na tentativa instintiva de escapar, mas Kael manteve a pressão, mostrando a todos quem mandava ali.
“Se você pensar…” rosnou Kael, a voz mais baixa, mas carregada de veneno. “Se ousar sequer cogitar me trair... eu vou matar você na frente de todos. Vou arrancar seu coração ainda pulsando... e vou comê-lo.”
Tommy engoliu em seco, o terror estampado em cada fibra de seu corpo. Sabia que Kael não estava mentindo, ele era capaz.
Kael tirou a pata de cima da cabeça dele com desdém e, por fim, recuou um passo. Ainda arfava pesadamente, a doença consumindo seu corpo, mas o ódio era o que o mantinha em pé.
“Inútil…” cuspiu, o sangue negro escorrendo pelos cantos da boca. “Seu pai…” a voz saiu mais rouca, falhando, mas carregada de desprezo. “O grande beta antes de você... aquele que veio da linhagem de betas de Ventos Sombrios... ele teria vergonha do trabalho de merda que você está fazendo.”
Tommy permaneceu no chão, o corpo inteiro tremendo. Por dentro, o coração dele ardia em humilhação e raiva, mas precisou engolir o orgulho. Baixou a cabeça, em um gesto submisso que quase fez seu estômago revirar. Sentia cada palavra de Kael queimando como ácido.
“Sim, meu alfa…” disse, a voz falhando.
Por dentro, Tommy gritava que Kael era quem estava jogando toda a história da alcateia na lama, arrastando a honra do nome que seus antepassados defenderam com sangue.
Camilla, que assistia a tudo com as mãos sobre o ventre, sentiu as pernas fraquejarem. As outras lobas a seguraram antes que caísse. Ela tentou falar de novo, mas a voz de comando ainda ecoava forte demais na mente para que qualquer palavra saísse.
Kael ergueu o queixo, olhando ao redor, os olhos sedentos por sangue e cheios de raiva encarando cada membro da alcateia..
“Todos…” a voz dele ecoou na mente dos soldados e das lobas reunidas. “O aviso é para odos… Se alguém ousar pensar em me trair não terei misericordia!”
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