Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 55

— Tenho. — respondeu ela, o tom decidido, apesar do medo que tremia na voz. — Por eles. — colocou a mão na barriga outra vez. — E por todos que ainda podem ter uma vida diferente.

Por um instante, os dois apenas se olharam, como se compartilhassem todo o peso do que estavam prestes a fazer. Aquilo era abominável, afinal, estavam planejando trair o alfa. Mas a deusa entenderia, certo? Aquilo era o melhor para todas alcateia, e não havia como castigá-los mais.

Então Tommy quebrou o silêncio.

— Eu vou avisar apenas aos que achar de confiança, apesar de duvidar que exista algum lobo nessa alcateia que não esteja pronto para se ajoelhar para Kael apenas por medo da morte.

Camilla assentiu.

— Eu vou falar com algumas lobas. — disse. — As que perderam filhos por causa das ordens dele, as que me protegem, elas podem se unir a nós, são de confiança e vão ajudar quando a hora chegar.

Tommy respirou fundo, o olhar endurecido.

— Dois dias, Camilla. — repetiu, quase como um voto solene. — Em dois dias, isso acaba.

Ela o encarou, o rosto pálido, mas os olhos firmes.

— Em dois dias. — concordou.

O vento soprou mais forte, balançando os cabelos dela e levantando poeira ao redor. Tommy olhou ao redor, certificando-se de que não havia ninguém por perto.

— Agora vá. — disse, baixo. — Se alguém vir nós dois juntos por muito tempo, Kael vai desconfiar.

— Não adianta olhar para trás agora. — disse, firme. — Em breve, tudo vai mudar, de um jeito ou de outro.

— Eu só queria… — disse, com a voz falhando. — Queria ter sido melhor. Talvez assim meus filhos não precisassem pagar esse preço.

Tommy aproximou-se mais, cortando a distância entre eles e, sem hesitar, colocou a mão no ombro dela. Camilla se sobressaltou, surpresa por ele se aproximar sem medo. Ela ergueu os olhos para ele, naquele instante percebeu que havia muito tempo não sentia alguém tocá-la sem receio. Até as ômegas que a ajudavam, mesmo sendo gentis, sempre a tocavam com cautela, com medo de se contagiar.

O toque de Tommy não tinha nada disso, era firme, sincero, humano.

Camilla sentiu as lágrimas escorrerem, quentes contra a pele fria, não conseguindo mais conter o choro que estava entalado na garganta.