— Você não precisa carregar isso sozinha… — o beta falou, apertando levemente o ombro dela. — Todos temos culpa, Camilla… mas também temos a chance de consertar.
Ela mordeu o lábio, o peito apertado, e assentiu com a cabeça.
— Se sobrevivermos… — disse, a voz embargada. — Quero tentar ser diferente, quero ser uma Luna de verdade. Proteger quem precisa… não só servir ao alfa.
Tommy esboçou um sorriso pequeno, cansado, mas sincero.
— Se sobrevivermos… — repetiu, segurando a mão dela, fria e trêmula. — Vamos reconstruir tudo, fazer do jeito certo desta vez.
Camilla olhou para ele, o medo ainda ali, mas também uma centelha de esperança tão pequena que quase se perdia no meio da dor.
— Será que ainda temos salvação? — perguntou, num fio de voz.
— Eu não sei. — respondeu Tommy, com honestidade crua. — Mas vamos tentar, pelo menos vamos tentar.
O silêncio caiu entre eles de novo. O vento trouxe o cheiro úmido da terra e o som distante de vozes vindas da mansão. Camilla suspirou, passando a mão devagar sobre a barriga, sentindo o leve movimento dos filhos.
— Eu estou melhorando… — murmurou, quase para si mesma, algo que ninguém sabia, ninguém além dela. — Mas sei que é porque um deles vai nascer amaldiçoado. Foi o preço.
Tommy não respondeu de imediato. Seu olhar ficou sério, sombrio.
— Mesmo assim… você ainda está aqui. — disse, depois de um instante. — Está lutando. Isso importa. E quanto ao bebê… Vamos cuidar dele, não importa qual seja sua maldição.
Camilla assentiu, ainda que os olhos ficassem marejados.
— A deusa teve piedade de mim… mas não das minhas crianças. — disse, com a voz quase sem força. — Nunca vou me perdoar por isso.
Tommy apertou mais a mão dela, como se pudesse passar alguma força.
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