Solomon cruzou os braços, a postura rígida.
— Partiremos quando o sol estiver mais alto. — explicou. — Quando sairmos, fechem os portões e não abram até nosso retorno!
Um murmúrio de concordância percorreu a multidão. Lentamente, as pessoas começaram a se dispersar para preparar armas, armaduras simples, água e mantimentos. O ar ficou menos pesado, ainda que o medo permanecesse.
— O chefe da guarda ficará no comando da alcateia até nosso retorno — o alfa supremo disse percebendo o lobo curvar o corpo em respeito. — Confio em você para manter todos seguros até voltarmos. — fez uma pausa breve, olhando ao redor. — E prometo que não demoraremos.
Aos poucos, a pequena multidão começava a se dispersar, foi então que Petra se aproximou. Os olhos dela estavam vermelhos, denunciando que havia chorado ou que ainda segurava o choro. Abraçou Lyra com força, quase como se quisesse impedi-la de partir.
— Por favor, tenha cuidado, Lyra… — disse ela, a voz tremendo. — Você não precisa provar nada para ninguém, saque que aquele alfa… Ele é louco…
Lyra apertou ainda mais o abraço, a respiração acelerada pelo nervosismo que sentia crescer no peito.
— Eu sei… mas eu preciso ir, Petra. — respondeu, baixinho. — Não é só por mim… é por você também. Por todas nós.
Petra recuou um passo, enxugando uma lágrima antes que caísse. Então voltou-se para River, encarando o alfa como poucas tinham coragem de fazer.
— Cuide dela, alfa, por favor — pediu, séria, curvando a cabeça em respeito.
River assentiu, os olhos duros suavizando por um instante ao vê-la tão preocupada com Lyra.
— Eu juro que vou. — disse ele.
Petra respirou fundo, então andou até Solomon. O beta a recebeu com um abraço contido, respeitoso, mas que mesmo assim pareceu aquecer Petra de dentro para fora. Ele a envolveu com um dos braços, beijou sua testa com carinho e murmurou:
— Voltarei logo… e quando voltar, vamos conversar sobre nós… Entendeu?
Petra assentiu, o rosto ainda escondido contra o peito dele, e então se afastou, como quem se obrigava a ser forte.
Em breve a viagem iria começar…
***
O resto do dia foi tomado pelos preparativos, as lobas prepararam mantimentos para a viagem, Solomon instruiu todos os guardas a como guardar os limites dos territórios que pertenciam a eles.
Quando o sol começou a se pôr, tingindo o céu de tons avermelhados, Lyra e Petra encontraram um instante a sós. Sentaram-se num banco de pedra próximo à clareira, onde as crianças costumavam brincar durante o dia.
— Você ainda tem tempo de desistir, sabe disso, não sabe? — perguntou Petra, a voz embargada. — River pode ir sem você, ele não precisa da sua presença para te vingar, amiga…
Lyra balançou a cabeça, os dedos apertando o tecido da saia.
— Não posso, Petra. Eu preciso estar lá. — suspirou, olhando para o chão. — Não só por mim… mas por todas as ômegas que ainda estão presas naquele lugar. Pelo que River disse está um caos. e elas sempre nos ajudaram, lembra?.
Petra mordeu o lábio inferior, prendendo o choro,, mas assentindo.
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