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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 6

A única coisa que se ouvia era o silêncio pesado, cortado pela respiração quente e monstruosa daquela criatura, então ele se virou. Seus olhos vermelho-sangue faiscavam com pura fúria, ainda cheios do ódio e nojo que consumiu cada osso dos renegados que ousaram tocar o que não lhes pertencia.

Lá estava ela.

Jogada sobre as pedras frias da caverna, o corpo pequeno tremendo, envolto em hematomas, sujeira e sangue. Completamente nua, a pele clara marcada com arranhões, hematomas, cortes, o cabelo grudado no rosto, completamente sujo de sangue e lama. Mas o que o deixou mais furioso foi o cheiro, o cheiro de muitos machos sobre ela.

O cheiro do que fizeram.

Um rosnado grave escapou de sua garganta enquanto ele se aproximava, a cada passo, seu instinto exigia sangue, mas já não havia mais nada vivo por ali para sofrer sua fúria. Restava apenas a dor, vazio e vergonha.

Transformou-se em homem sem pressa, sentindo as presas voltarem aos dentes humanos, o sangue escorrendo por seu torso nu, os olhos ainda ferais. Ele caiu de joelhos ao lado da garota, desacordada.

— Droga... — sussurrou com a voz rouca, a mão tremendo ao se estender para tocá-la, mas parando a centímetros da pele marcada. — O que fizeram com você...?

River se ergueu, caminhando até o fundo da caverna e encontrando seu antigo manto, agora velho e em retalhos, mas serviria para cobri-la. A envolveu com cuidado, cobrindo seus ombros e pernas, escondendo o corpo vulnerável sob o calor do tecido espesso. Ela arfava baixinho, os olhos fechados, os lábios machucados entreabertos, mesmo inconsciente, parecia sofrer.

Com delicadeza demais para alguém de seu tamanho, River a ergueu nos braços, como se fosse feita de vidro. Levou-a até uma parte mais segura e seca da caverna, onde não haveria correntes de ar frias demais, e a deitou no lugar mais limpo que encontrou, deixando-a o mais confortável que conseguia.

Acendeu uma fogueira com rapidez, as chamas iluminaram a escuridão, revelando os respingos de sangue em seu peito, braços e rosto. Sua mandíbula travada não escondia o ódio, mas agora não havia espaço para o monstro, precisava ser cuidadoso, gentil, sabia disso.

River já estava de pé antes mesmo que ela dissesse qualquer palavra.

Aproximou-se devagar, sem movimentos bruscos, as mãos erguidas tentando não parecer ameaçador. Ainda assim, quando Lyra finalmente o notou, se encolheu, puxando o manto para cobrir o corpo enquanto se arrastava para longe dele, até suas costas encontrarem a parede de pedra.

— Ei... — apesar da calma, a voz de River soava como um trovão para a garota. — Está tudo bem, você está segura agora.

Lyra tremia, seus lábios estavam rachados, o rosto marcado pela dor e pelo medo, cada pequeno movimento enviava ondas de dor por seu corpo que a faziam gemer.

— Por favor... — a voz dela saiu engasgada, quase infantil. — Por favor, não me machuque...

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