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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 61

Camilla respirou fundo, o corpo frágil sustentado apenas pela força da vontade, e disse com voz firme, mesmo que rouca:

— Eu vou dar o meu melhor… vou ser justa. Juro que outras lobas nunca mais vão passar pelo que nós passamos aqui.

A voz dela ecoou pelo pátio, e algumas omegas, ainda ajoelhadas, ergueram os rostos com lágrimas nos olhos. Havia algo de novo ali, uma semente de esperança brotando em meio ao solo encharcado de sangue e dor. Não precisariam mais servir a um alfa cruel, nem serem tratadas como lixo, tampouco serem usadas e abusadas por ele. Seriam, enfim, parte da alcateia, teriam dignidade.

Lyra não hesitou. Deu um passo à frente e a abraçou. Um abraço apertado, sem medo, sem repulsa pela doença que Camilla carregava. Por um instante, Camilla estremeceu, surpresa, como se não lembrasse mais do que era ser tocada sem desprezo. Então, fechou os olhos, deixando as lágrimas correrem livres, as mãos magras segurando Lyra com força.

— Obrigada… — sussurrou Camilla, com a voz embargada. — Obrigada por me ver… não como um monstro.

Lyra afastou-se um pouco, apenas o bastante para encarar o rosto abatido dela, e respondeu, com firmeza:

— Você não é um monstro, monstro era quem reinava aqui antes. Agora você vai ter a chance de provar quem realmente é.

Camilla assentiu, enxugando o rosto com a mão trêmula, o olhar decidido apesar do cansaço. Tommy aproximou-se, silencioso, ficando ao lado dela. Ele não precisava falar nada; o respeito e o compromisso estavam estampados nos olhos castanhos escurecidos pela culpa.

Nesse momento, River voltou à forma humana. Os ossos dele rangeram num som grave, a pele se moldando até revelar o homem alto, marcado, com os olhos ainda queimando em vermelho. Ele parou ao lado de Lyra, passando o braço em volta da cintura dela, o cheiro da terra e do sangue misturado ao perfume suave da companheira.

O supremo ficou alguns segundos em silêncio, olhando para os lobos ajoelhados e para os corpos que jaziam ali, lembranças do horror que se encerrava. Então, sua voz soou firme, carregada de autoridade:

— Tem certeza de que quer poupá-los? — perguntou, sem tirar os olhos de Lyra.

Ela respirou fundo, sentindo o peso da decisão, mas sem hesitar:

— Sim. Eles não precisam morrer… desde que mudem. — Virou-se para a alcateia. — A Ventos Sombrios agora é uma aliada da Lua Sangrenta. Se vocês permanecerem no caminho certo, caminharão conosco. Não somos inimigos… a menos que escolham ser.

O silêncio que se seguiu pareceu durar uma eternidade. Até mesmo o vento pareceu parar para escutar.

Então, River deu um passo à frente, o olhar firme, a aura de poder quase palpável, e completou, a voz carregada de uma ameaça que não precisava ser dita em voz alta:

— Mas se vocês se desviarem… — os olhos dele encontraram primeiro os de Camilla, depois os de Tommy, penetrantes como lâminas. — Eu voltarei. E quando voltar… vou destruir tudo. Pedra por pedra, lobo por lobo.

Camilla sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha, mas não vacilou. Engoliu em seco, o coração disparado, e falou, a voz saindo mais forte do que esperava:

— Nós daremos a nossa palavra, Supremo. — Olhou para Lyra, depois para River. — A Ventos Sombrios estará com vocês, não vamos nos desviar. E na guerra que está por vir, estaremos ao lado de vocês.

Sim, sabiam que a guerra estava próxima, os anciãos estavam se preparando, e a Ventos Sombrios estava disposta a lutar ao lado de seus novos aliados.

Tommy, ao lado dela, assentiu, apoiando as palavras com o silêncio respeitoso de quem entende que, às vezes, as promessas precisam vir do fundo, sem floreios.

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