Depois de deixarem as terras da Ventos Sombrios para trás, Lyra, River e Solomon seguiram em silêncio pela floresta. As árvores altas filtravam a luz do fim de tarde, pintando o chão com manchas douradas que dançavam a cada passo. Andavam na forma humana, os corpos marcados pelo cansaço de dias tensos, mas ainda firmes.
Lyra vinha um pouco atrás, o olhar perdido entre as sombras, como se a mente estivesse longe dali. River e Solomon trocavam olhares discretos, cada um carregando a própria preocupação por ela, mas sem saber como quebrar aquele silêncio pesado. Não disseram nada, ainda não, afinal, ambos entendiam que ela precisava de espaço.
As horas foram passando até que a noite começou a cair, e as estrelas surgiram timidamente no céu. O som da floresta noturna voltou a preencher o vazio entre eles, o farfalhar de folhas, o canto distante de algum animal, o som leve da respiração de Lyra.
Quando encontraram uma pequena clareira cercada por pedras, decidiram parar. Solomon, atento como sempre, ergueu a cabeça,olhando ao redor antes de falar:
— Vou verificar se está tudo seguro por aqui, afinal, mesmo que tudo esteja calmo, aqui ainda é a terra de ninguém.
River apenas assentiu, sem tirar os olhos de Lyra. Ela sentou-se sobre uma pedra, abraçando os próprios joelhos, o rosto iluminado pela luz pálida da lua que surgia por entre as copas.
River aproximou-se devagar, ajoelhando-se à frente dela. Suas mãos tocaram de leve os braços da companheira, sentindo a pele fria.
— Meu amor… — chamou, a voz rouca, grave, mas suave ao mesmo tempo.
Ela ergueu os olhos, as íris claras refletindo um sentimento que River não sabia nomear. O supremo encostou a testa na dela, num gesto que misturava proteção e carinho.
— Está tudo bem? — perguntou, quase num sussurro.
Ela demorou alguns segundos para responder, o silêncio parecia pesado, quase palpável, até que a loba respirou fundo.
— Eu acho que estou… só me sinto estranha.
— Estranha como? — insistiu, com paciência, as mãos agora envolvendo o rosto dela.
Lyra baixou o olhar, as palavras saindo baixas, quase hesitantes:
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Rejeitada: A Luna do Alfa supremo