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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 64

A noite caiu sobre a Lua Sangrenta como um véu quente, carregando consigo o cheiro forte de carne assada, fumaça de lenha e especiarias que pairavam no ar. As tochas foram acesas, iluminando cada canto dos jardins e das muralhas, e logo o som de gargalhadas, música preencheu o pátio principal.

Os ex-renegados, antes inseguros, começaram a ser puxados para o centro por membros antigos da alcateia. As omegas mais velhas se aproximaram, oferecendo pedaços de pão e pedaços de carne assada ainda fumegantes. Alguns jovens lobos bateram nos ombros dos novos irmãos, sorrindo, tentando quebrar aquela primeira camada de receio.

Ethan, barbeado e com roupas limpas emprestadas por outros lobos, parecia outro homem. Sua postura ereta, o olhar determinado e o respeito com que falava já o destacavam entre os demais. Ele manteve-se mais ao fundo, observando os outros renegados se misturarem com cautela.

Os anciãos da alcateia circulavam entre eles, falando baixo, contando histórias antigas sobre a Lua Sangrenta, sobre como cada um ali tinha encontrado seu lugar não pelo sangue que carregavam, mas pelos atos que escolheram. As palavras deles, fortes e simples, iam derretendo o gelo que ainda existia.

River estava ao lado de Lyra, os dois de mãos dadas, assistindo todos se entrosarem com sorrisos no rosto, as coisas pareciam finalmente se encaixar. Solomon estava próximo, mas não interagia muito com os outros, entava com os braços envoltos em Petra, que se aconchegava a seu peito com um sorriso, como se nunca mais fosse sair dali, e realmente não queria deixar os braços de seu companheiro, não agora.

Depois de um tempo, quando a lua já estava alta, a música mudou para um ritmo mais suave, e uma roda se abriu ao redor da grande fogueira. Os olhos da alcateia se voltaram para o centro, onde Lyra e River entraram juntos, sem pressa.

Ela vestia apenas um vestido leve de linho branco, simples, mas que realçava sua beleza e os fios soltos de cabelo ao redor do rosto. River a segurou pela cintura, puxando-a devagar, os movimentos de ambos em perfeita sintonia, como se só existissem os dois naquele momento.

— Está feliz? — ele perguntou, baixinho, enquanto girava com ela devagar.

— Muito. — respondeu Lyra, encostando a testa na dele. — Parece… finalmente certo.

Eles dançaram sem dizer mais nada, os corpos próximos, os olhos fixos um no outro. A chama da fogueira refletia nas pupilas de Lyra, e River apertou levemente sua cintura, a respiração quente misturando-se com a dela.

Quando a música terminou, River a beijou com carinho, diante de todos, e as lobas mais novas sorriram, emocionadas. Então ele ergueu a voz, para que todos ouvissem:

— Irmãos! — disse ele, e o burburinho cessou. — Daqui a um mês, vou me unir oficialmente à minha Luna. — Olhou para Lyra, os olhos suavizados por um orgulho sereno. — E ela será coroada como merece, diante da deusa e de todos.

Um coro de palmas e gritos de alegria ecoou pelo pátio. Todos sorriam e alguns, que passeavam por ali em suas formas de lobo, uivaram alto em comemoração.

A música voltou, agora mais vibrante. O cheiro de bebida doce se misturava ao aroma de ervas queimando na fogueira.

Crias corriam descalças pelo pátio, brincando de fingir serem grandes guerreiros ou caçadores. Omegas serviam pratos cheios, distribuíam bebida e conversavam, fazendo amizade com os recém-chegados.

Por um breve momento, parecia que todas as dores tinham ficado para trás. O passado sombrio de cada um, mesmo o mais pesado, estava apagado sob o calor daquela celebração.

Mas a noite, apesar de festiva, não era apenas de dança e riso. Quando as brasas da fogueira já estavam mais baixas e a música diminuiu, Ethan caminhou até onde River estava, ainda com Lyra ao seu lado. O chefe da guarda da Lua Sangrenta acompanhava Ethan, mantendo o semblante sério.

O lobo respirou fundo, seu rosto jovem, mas carregado de responsabilidade, agora bem mais visivel. A barba feita realçava suas feições, os cabelos presos para trás deixavam visível uma cicatriz antiga na têmpora.

— Supremo. — disse ele, curvando levemente a cabeça. — Precisamos falar a sós.

River ergueu uma sobrancelha, trocando um olhar com Lyra e depois com o chefe da guarda.

— Sobre o quê? — perguntou ele, a voz calma, mas firme.

O chefe da guarda foi quem respondeu primeiro:

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