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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 65

O sol mal havia tingido de dourado o horizonte quando Lyra, River e Solomon atravessaram os corredores de pedra que levavam até o escritório do alfa supremo. Os passos soavam firmes no chão frio, o eco se perdendo nas tapeçarias que decoravam as paredes. River ia na frente, o rosto fechado, enquanto Lyra mantinha a expressão séria, acompanhando cada movimento dele. Solomon, logo atrás, parecia ainda mais calado que o normal.

Estavam todos preocupados.

Ao entrarem, River se colocou atrás da grande mesa de madeira escura, onde um antigo símbolo da alcateia da Lua Sangrenta fora entalhado. Lyra ficou de pé ao seu lado, os dedos tocando discretamente o braço dele, e Solomon permaneceu próximo à porta, atento como um guarda.

Poucos minutos depois, Ethan apareceu na soleira, segurando a porta aberta para que uma loba jovem entrasse. Ela caminhava com passos hesitantes, as mãos trêmulas segurando a barra da blusa simples de linho. O cabelo escuro estava preso num coque malfeito e os olhos castanhos refletiam medo e cansaço. Ainda estavam se acostumando a não viver constantemente em alerta, constantemente com medo de ser morto ou rejeitado, era uma transição dificil.

— Supremo, Luna… — disse Ethan, fazendo uma breve reverência antes de indicar a loba. — Esta é Sesil.

Sesil fez o mesmo gesto, a voz saindo quase num sussurro.

— Obrigada por me receberem.

— Pode falar, Sesil. — disse River, a voz grave, mas sem agressividade. — Queremos saber o que você ouviu.

A loba respirou fundo, as palavras parecendo pesar na garganta.

— Eu… morei por alguns meses na Alcateia Central. Fui companheira de um lobo que servia aos anciãos. — Ela desviou o olhar, os ombros caindo levemente. — Mas eles disseram que eu bão era boa para meu companheiro que conseguiriam uma loba melhor para ele… Então… fui rejeitada e abandonada na floresta.

O silêncio que se seguiu foi quebrado apenas pela respiração lenta de River.

— Antes de ser expulsa, ouvi conversas — continuou Sesil, a voz vacilando. — Os anciãos estavam irritados… diziam que você, supremo, estava se tornando uma ameaça grande demais, que não bastava mais tentar aprisioná-lo. Queriam acabar com você… de forma definitiva.

Solomon deu um passo à frente, a expressão dura.

— O que quer dizer com isso? Querem matá-lo? — perguntou, sem disfarçar o tom cortante.

Sesil assentiu, as mãos agora apertadas uma contra a outra.

— Sim. Eles falaram sobre fazê-lo sofrer primeiro… queriam afetar o alfa supremo emocionalmente, enfraquecer sua mente e depois fazê-lo cair numa armadilha.

Lyra sentiu o estômago revirar, seu olhar foi imediatamente para River, que continuava imóvel, a mandíbula contraída.

— Você ouviu detalhes de como pretendem fazer isso? — perguntou o supremo.

Sesil balançou a cabeça, os olhos marejando.

— Não… só isso. Eles não falavam abertamente quando eu estava por perto. — Fez uma pausa, respirando fundo. — Mas estavam confiantes de que conseguiriam, disseram que sabiam o ponto fraco do supremo.

As palavras ecoaram pesadas no ar. Lyra sentiu o coração bater mais forte, ela sabia qual era o ponto fraco de River: ela mesma.

— River… e se realmente atacarem? — sussurrou, preocupada.

— Então, vamos estar prontos — disse ele, virando o olhar para ela. — Mas não vamos esperar passivos. Quero patrulhas dobradas, sentinelas nos limites do território dia e noite. E quero todos os mensageiros controlados, ninguém entra ou sai sem que saibamos exatamente quem são e de onde vieram.

Solomon assentiu, embora a preocupação não saísse de seu rosto.

— Vou providenciar isso imediatamente.

River respirou fundo, esfregando o queixo, pensativo.

— E Lyra… — disse, a voz suavizando ao olhar para ela. — Quero que você tome cuidado não fique sozinha, não saia da alcateia, entendeu?

— Vou me cuidar, não se preocupe comigo. Sei me defender. Vamos proteger nossa casa juntos.

Por um instante, River sorriu levemente. Um sorriso rápido, carregado de orgulho e carinho, que sumiu tão rápido quanto apareceu.

— É por isso que te escolhi como minha Luna. — murmurou ele.

— Então está decidido. — disse Solomon, batendo levemente o punho fechado contra a palma da outra mão. — Vamos nos preparar. Se os anciãos acham que podem nos derrubar, vão aprender do pior jeito possível que não somos tão frágeis.

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