A festa parecia não ter fim.
Depois da cerimônia, a Lua Sangrenta estava viva como nunca. As tochas iluminavam o jardim central, a música se misturava com risadas, vozes emocionadas e brindes. Aliados de terras distantes vieram cumprimentar River e Lyra, alguns seguravam taças com vinho, outros erguiam copos de madeira, todos brindavam ao alfa supremo e à sua nova Luna.
Lyra sorria, meio tímida com tanta atenção, mas feliz. As lobas vinham até ela, tocavam sua mão, falavam palavras bonitas. “Que a lua sempre ilumine seus passos”, “Que você traga força ao nosso povo”. Cada frase ecoava no coração dela.
River, ao seu lado, não tirava os olhos de sua companheira por muito tempo. Quando alguém vinha parabenizá-lo, ele sorria e agradecia, mas logo voltava o olhar para Lyra, como se confirmasse que ela ainda estava ali. O toque da mão dele nas costas dela, nos quadris, no braço… Era uma presença constante, protetora, possessiva e cheia de amor.
As mesas estavam cheias de frutas, carnes assadas e pães frescos. Havia dançarinas que giravam ao som grave dos tambores, lobos que riam alto, bêbados de felicidade, outros que simplesmente observavam, respeitosos. Solomon apareceu ao lado deles por alguns instantes, rindo, dizendo que a alcateia nunca esteve tão unida.
Mas, entre um brinde e outro, quando todos pareciam distraídos, River passou o braço forte pela cintura de Lyra, puxando-a para si.
— Vem comigo. — ele murmurou ao ouvido dela, a voz baixa e rouca, quente.
— River… — ela começou, surpresa, olhando ao redor. — Todos estão aqui…
Ele não respondeu, simplesmente a pegou no colo, como se fosse a coisa mais natural do mundo, e começou a se afastar da festa. Os convidados ergueram as taças, sorrindo, alguns até riram com um pouco de malícia, e Lyra sentiu o rosto queimar, mas River não parecia se importar nem um pouco.
Ele atravessou o jardim, caminhou pelo caminho de pedras que levava até a parte interna da propriedade. Depois da mansão da alcateia, havia outra casa. Diferente da grandiosidade da sede principal, era uma construção mais reservada, mas nem por isso menos bonita. Parecia feita de pedra clara, tinha detalhes de madeira, janelas largas, um jardim repleto de flores vermelhas e brancas, iluminado por pequenas tochas.
— Onde estamos indo? — Lyra perguntou, meio sem fôlego.
— Pra casa. — ele respondeu com um sorriso no rosto. — Nossa casa.
Lyra ficou em silêncio por um instante. Aquilo soou diferente, levou um calor para seu peito. Nossa casa. Ela nunca pensou que teria algo assim, tudo aquilo parecia um sonho.
River entrou com ela ainda no colo, a porta se fechou às costas dele com um som surdo. O interior era aconchegante, amplo, mas acolhedor, havia tapetes no chão, jarros de flores sobre a mesa de centro, uma lareira acesa mesmo sendo noite de calor, móveis de madeira escura. E um cheiro bom, que parecia mistura de flores secas e algo único… o cheiro dele.
— Aqui na alcatéia, lobos casados têm suas casas. — ele explicou, a voz mais suave, olhando dentro dos olhos dela. — Esse é o nosso lar agora.
— River… é lindo… — ela murmurou, quase sem voz, tocando de leve o peito dele.
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