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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 7

Mas ele já estava correndo em direção a parte da frente da caverna e saltando em direção a entrada da caverna. Os cabelos negros foram a última coisa que Lyra viu antes de correr atrás, tsem entender porque aquele homem estava tão alerta.

Quando finalmente alcançou a abertura, ofegante e com o coração aos pulos, sentindo o corpo dolorido reclamar, deu de cara com uma cena quase cômica.

River estava parado no meio da clareira, o peito arfando, os olhos vidrados no céu, e rosnados saiam de sua garganta enquanto ele girava ao redor de si mesmo olhando para cima, como se pronto para despedaçar qualquer inimigo. Mas não havia nenhum lobo, nenhum renegado, apenas o céu azul-acinzentado e um avião comercial cortando as nuvens com seu ronco grave e constante, um pouco baixo demais.

— Mas… o quê...? — Lyra piscou, sem acreditar. — Um avião?

River continuava imóvel, os olhos grudados naquela máquina de ferro que desaparecia lentamente entre as nuvens. Ele parecia pasmo, como se tivesse visto um dragão voando.

— River… — chamou, ainda confusa. — Está tudo bem?

Ele virou o rosto lentamente para ela, como se ainda não tivesse processado o que acabara de testemunhar.

— O que… O que é isso? — perguntou, ainda em posição de ataque.

— Você não sabe… — respondeu ela, incerta. — Não sabe o que é isso?

Ele uniu as sobrancelhas e balançou a cabeça em negativa.

— Humanos usam isso pra voar de um lugar pra outro.

— Humanos... — murmurou ele. — Aquilo... voa?

— Sim. É pra isso que serve.

River manteve o olhar fixo no céu mais alguns segundos antes de finalmente relaxar os ombros. A respiração dele estava pesada, como se tivesse voltado de uma batalha. Lyra se aproximou, ainda incrédula.

— Nunca viu um avião antes?

— Esse é o nome daquilo?

Ela assentiu devagar, franzindo a testa.

— Você está me dizendo que nunca… nem de longe…?

River fitou o horizonte com uma expressão estranha. Quase infantil, como se aquele momento fosse seu primeiro contato com o mundo.

— Não. Nunca.

Lyra mordeu o lábio inferior, perplexa. As peças começavam a se mover dentro de sua mente, mesmo que sem se encaixar.

— O que estava fazendo naquela caverna naquela noite, River? — questionou com cautela. — Por que estava lá?

Ele virou o rosto na direção dela, os olhos avermelhados encarando-a com um peso confuso.

— Isso não faz sentido, nenhum lobo conseguiria... — ela se interrompeu, encarando-o. — A menos que...

— A menos que fosse como eu — completou ele, e então virou de costas, começando a caminhar pela borda da clareira. — Há coisas que você ainda não sabe, Lyra. Coisas que talvez não esteja pronta para ouvir.

Ela correu até ele, sem aceitar aquela resposta evasiva.

— Então me explique. Se está dizendo que ficou anos adormecido, que nunca viu um avião, que está indo para uma alcateia que ninguém ousa mencionar, e ainda acha que pode me proteger... — sua voz falhou, mas ela a recuperou rápido. — Preciso entender quem você é. Preciso saber com quem estou andando.

River parou, ficou em silêncio por longos segundos.

— Me parece que você já sabe bem quem eu sou, bem, ao menos sabe parte de minha história. — Ele olhou por sobre o ombro. — Vou te proteger, mesmo que ainda não confie em mim.

Ela hesitou, sentindo que não havia espaço para negar as palavras dele. Ainda havia tantas perguntas sem resposta, mas, por algum motivo, o medo que sentira nos olhos dos outros lobos... não estava presente ali.

Talvez ela ainda não confiasse nele, mas estava viva e algo dentro dela sussurrava que ele era a razão.

— Então vamos logo — murmurou, ajustando o manto sobre os ombros. — Antes que outro “avião” quase te mate de susto.

River deixou escapar um som rouco, que quase soava como um riso.

Quase.

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