Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 8

O vento da floresta sibilava entre os galhos retorcidos, e mesmo com a luz filtrada do sol matinal, havia um peso no ar. Lyra envolveu-se com mais força na capa que River havia lhe dado, o tecido ainda carregava o cheiro dele, terra, madeira e, bem de leve, sangue, afinal, alguém sempre parecia estar morrendo na terra de ninguém.

O caminho foi silencioso, e ela caminhou algumas horas decidida que era a melhor solução segui-lo. Mas quando a floresta começou a se fechar e os rosnados dos renegados se tornaram mais frequentes, a confiança de Lyra começou a vacilar.

Sera que não seria melhor se infiltrar entre os humanos? Nunca a encontrariam lá Kael nunca saberia… Saberia?

Isso seria melhor do que acabar dilacerada no caminho de uma alcateia perdida.

— Você realmente acha seguro ir para um lugar que foi amaldiçoado pelos anciãos? — A voz dela saiu firme, mas trêmula no fim. — As histórias sobre o Alfa da Lua de Sangue são tudo menos reconfortantes. Dizem que ele é uma besta, um monstro que se alimenta de outros lobos. E imaginar que talvez eu esteja seguindo ele não me deixa tão segura…

River voltou os olhos para ela e suspirou, não seria a primeira vez que era chamado de monstro, mas vir dela, estranhamente parecia incomodar mais.

— É isso que contam? — murmurou, com os olhos semicerrados. — Que ele não é um lobo de verdade?

— Que ele é uma criatura sem alma, ao menos é o que alguns anciões da minha alcateia diziam — completou Lyra, o tom agora mais baixo, quase um sussurro. — Que matou até seus próprios irmãos por poder.

River pareceu engolir algo amargo. Por um breve instante, seus olhos se perderam em algum ponto atrás dela, como se revivesse memórias soterradas pelo tempo.

— Então… vamos nos separar aqui.

Ela puxou com um pouco mais de força o manto, com o corpo ainda dolorido. Cada movimento era um lembrete cruel do que haviam feito com ela. Mas Lyra queria distância. Do mundo, dos renegados, dele… de tudo, sabia que não muito longe dali havia uma pequena cidade humana e talvez conseguisse chegar viva até lá.

River a observava, imóvel.

— Vai aonde?

— Não importa — respondeu, sem encará-lo. — Desde que seja longe.

Ele deu um passo à frente.

— Você não vai sobreviver sozinha.

Verifique o captcha para ler o conteúdoVerificar