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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 72

O guarda era um lobo grande, de uniforme cinzento escuro, o semblante marcado pela impaciência.

— É a Luna! Ela vai morrer! — gritou Petra, ainda chorando. — O mata-lobos… está matando ela! Vocêssequestraram a companheira do supremo para deixar ela morrer assim? Ela não para de vomitar, não consegue respirar, ela está… — gaguejou, caindo de joelhos — …está morrendo!

— Cala a boca, ô vadia! — esbravejou o guarda, entrando na cela com brutalidade. — Vocês acham que vão me enganar? Acham que sou idiota?

— Olha pra ela! — gritou Petra. — OLHA PRA ELA, SEU MONSTRO!

— Cala essa boca e para de gritar! — o guarda avançou para empurrar Petra, mas ela recuou, mantendo-o distraído com sua gritaria.

Foi então que Lyra, ainda fingindo fraqueza, se levantou discretamente e, de uma vez só, se jogou em cima do homem.

— AGORA!

Ela rosnou alto e se agarrou ao pescoço do guarda com força. A surpresa deu a vantagem que precisava, ele tropeçou, batendo contra a parede, mas se manteve firme. Petra se juntou à luta, mordendo, arranhando, tentando derrubá-lo.

O guarda era forte, muito mais forte que as duas, já que estavam envenenadas. Ele se desvencilhou de Petra com um empurrão brutal, fazendo-a bater contra as grades. Petra gemeu, tonta, mas se levantou outra vez.

Lyra tentou cravar os dentes no ombro dele, os caninos se afiando, as garras aparecendo, aquele era o máximo que conseguia fazer com o veneno em suas veias, mas o guarda a segurou pelos cabelos e a atirou no chão com brutalidade. A dor foi tão forte que o mundo girou ao seu redor.

— VOCÊS VÃO PAGAR POR ISSO! — gritou ele, puxando uma adaga do cinto.

Petra viu o movimento e hesitou por um segundo. Mas então Lyra a encarou com os olhos marejados e a voz rasgada:

— CORRE! AGORA, PETRA! PEÇA AJUDA!

— N-não! — ela hesitou, chorando. — Eu não posso te deixar!

— VAI! — gritou Lyra com fúria. — POR FAVOR! Eu vou cuidar dele! VAI AGORA!

Petra sentiu o coração rasgar no peito, então olhou uma última vez para a amiga e correu. Saiu da cela cambaleando, subiu as escadas do calabouço como uma flecha, tropeçando nos próprios pés. Lá embaixo, ouviu os sons da luta continuar, os grunhidos e urros, e a respiração pesada de Lyra.

Chegou a porta ofegante, os dedos finos e fracos tateando o trinco de ferro pesado, o puxando com forca. Quando a porta de ferro do calabouço se abriu, Petra se viu ofuscada pela luz do amanhecer. Precisou piscar várias vezes até conseguir enxergar. Esperava ver o território da alcatéia central, os prédios de pedra e vidro ao longe, os lobos de guarda, mas o que encontrou foi... floresta.

— O quê…? — murmurou, arfando.

Estavam no meio da mata.

Não havia nenhum vestígio de civilização. As árvores gigantescas a cercavam por todos os lados, o solo era coberto de folhas secas e raízes. Nenhum lobo à vista. Nenhum sinal de onde estavam.

Petra já não sentia mais as pernas, seus olhos ardiam e seu corpo estava coberto de suor e sangue. A dor era insuportável, mas o medo a impulsionava.

E então, ao longe, ouviu algo.

Um som.

Um rosnado.

Ela parou subitamente, os olhos arregalados.

— Por favor… — sussurrou, quase desmaiando. — Que seja alguém do bem…

Duas silhuetas surgiram entre as árvores. Lobos, mas ela não sabia se eram aliados ou inimigos.

Petra caiu de joelhos no chão, estendendo as mãos.

— Ajuda… — chorou. — Por favor… alguém… por favor…

A escuridão a engoliu antes que pudesse ouvir uma resposta.

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