Entrar Via

Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 73

Os ventos da manhã cortavam a fronteira da Terra de Ninguém com a mesma frieza que persistia no olhar dos lobos da guarda. Três deles avançavam com passos silenciosos, farejando o ar e analisando qualquer pista de presença estranha. Enquanto andavam, ouviram sons de passos fracos e um choro baixo que champu a atenção deles.

Uma renegada, talvez?

Em outros tempos, teriam passado direto, ignorado, mas agora ajudar aos que precisavam era um dos pilares que a luna havia deixado bem claro que faria parte da reconstrução da Ventos Sombrios. Kael era egoista, cruel, e tudo o que pudessem fazer para se afastar do caminho que ele trilhou, eles fariam.

Os lobos se aproximaram, saindo de dentre as árvores e observando a cena a frente, surpresos.

— Ajuda… — a loba, machucada e exalando o cheiro de mata-lobos implorava. — Por favor… alguém… por favor…

Petra caiu no chão segundos depois, perdendo a consciência antes de ver o líder da guarda da Ventos Sombrios voltar a sua forma humana, seu nome era Javier, ele fora nomeado depois da morte do antigo lider da guarda pois este estava envolvidos nos crimes de Kael contra a Luna da alcateia Lua Sangrenta. O homem a olhou com preocupação, tocando seu pescoço para verificar se ainda tinha sinais vitais, então a puxou para o colo com cuidado:

— Vamos voltar! A luna vai querer vê-la, com toda certeza! — gritou o chefe, vendo os lobos começarem a fazer a volta enquanto ele começava a correr com a loba desmaiada nos braços.

***

Desde a queda de Kael, a alcateia da Ventos Sombrios começava a se reconstruir, lentamente, com cautela, quase em silêncio. E, como em qualquer processo de renascimento, havia dor e esperança entrelaçadas. Os doentes estavam se recuperando, estavam velando seus mortos, reconstruindo suas defesas, as coisas finalmente pareciam começar a ir bem.

Camilla estava deitada em sua cama, o quarto impregnado com o aroma suave de flores e chá quente. A cortina semiaberta deixava que a luz da manhã tocasse seus cabelos escuros, bagunçados sobre o travesseiro. Seus braços envolviam a pequena menina que dormia pacificamente contra seu peito. A loba parecia mais leve, mas seus olhos não escondiam o cansaço que cuidar de dois bebês lhe trazia, mas era um cansaço bom. Fazia apenas três semanas desde que dera a luz e suas lobas tinham que obrigá-la a descansar pois não queria desacelerar o ritmo.

A luna se recuperava bem do parto, mas ainda não deixava seu quarto com frequência. Isso não significava, no entanto, que tivesse se ausentado de suas responsabilidades. Camilla governava a alcateia de seu quarto, coordenando ações, ouvindo relatórios e tomando decisões com a ajuda de Tommy, seu braço direito e beta leal, ficaram ainda mais próximos desde a morte de Kael. Era ele quem carregava as decisões do lado de fora, e era também ele quem, todos os dias, entrava ali pela manhã para trazer notícias e lhe fazer companhia por alguns minutos.

Ela ouviu passos apressados no corredor e o cheiro inconfundível de Tommy invadiu o ambiente antes mesmo da porta se abrir, a Luna já havia gravado aquele aroma e era sinônimo de carinho para ela. Camilla ergueu o olhar, esperando vê-lo com aquele meio sorriso de sempre, o cansaço nos ombros e a gentileza nos olhos, mas não foi o que encontrou.

Tommy hesitou, passando a mão pela nuca com nervosismo.

— Não é uma estranha, nem uma renegada.

— Como assim?

Ele deu um passo à frente, a voz mais baixa, como se o nome tivesse peso demais para ser dito com naturalidade.

— É Petra.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Rejeitada: A Luna do Alfa supremo