A noite caía pesada sobre a Ventos Sombrios, e a lua prateada iluminava o pátio da mansão quando Camilla chegou com passos firmes, apesar do corpo ainda dolorido. O frio da noite cortava seu rosto, mas a tensão a fazia ignorar tudo, exceto a cena diante de si: seus guardas estavam em formação, tentando conter a entrada de seis soldados da Alcateia Central, que avançavam com agressividade.
— Luna! — chamou um dos guardas de Ventos Sombrios, aliviado ao vê-la. — Eles querem entrar à força!
Camilla respirou fundo, endireitou os ombros e caminhou até a linha de frente. Estava altiva e o queixo estava erguido, orgulhosa e firme como uma luna deveria ser.
— Abram os portões. — Sua voz saiu firme, sem tremer. — Deixe-os entrar.
Assim que os portões se abriram, os soldados da Alcateia Central atravessaram o portão de ferro como se fossem donos do lugar. Todos trajavam couro escuro e ostentavam o brasão da alcateia central no ombro. O que parecia ser o líder deu um passo à frente, medindo Camilla de cima a baixo com desprezo.
— Estamos aqui porque uma prisioneira perigosa fugiu — disse ele, num tom carregado de arrogância. — Recebemos ordens diretas para revistar tudo.
— Podem olhar onde quiserem, não temos nada a escnder — respondeu Camilla, sem baixar o olhar.
O soldado arqueou uma sobrancelha e avançou mais um passo, quase invadindo seu espaço pessoal.
— Nós queríamos falar com o alfa.
Camilla sustentou o olhar dele e ergueu o queixo.
— Eu sou o alfa desta alcateia.
Um coro de risadas ecoou entre os soldados, o líder balançou a cabeça com desdém.
— Uma fêmea… — disse, entre risos. — Uma fêmea idiota acha que pode comandar alguma coisa. Vou ter prazer em contar isso aos anciãos.
Atrás dela, os guardas de Ventos Sombrios rosnaram baixo, alguns dando um passo à frente, prontos para defender a honra de sua Luna. Mas Camilla ergueu a mão, ordenando que se contivessem.
— Não — disse ela, firme. — Deixem-nos fazer o que vieram fazer.
O soldado líder a encarou por mais alguns segundos, como se quisesse testar sua coragem. Então, em um gesto de escárnio, cuspiu aos pés dela.
— Isso mesmo, obedeça como deve fazer, fêmea.
Camilla manteve-se imóvel, o rosto impassível, enquanto sentia o nojo e a raiva queimarem por dentro. Os soldados passaram por ela, espalhando-se pelo pátio e depois invadindo a mansão.
O som de portas sendo abertas à força ecoou pelo corredor. Objetos caíam, móveis eram arrastados ou quebrados sem qualquer cuidado. As mulheres e crianças da alcateia se encolhiam nos cantos, assustadas, enquanto os soldados reviravam cada cômodo.
Camilla olhou para ela, séria, mas com uma determinação que brilhava em seus olhos.
— Vamos torcer para que Tommy e River resolvam tudo antes disso.
A loba mais velha ajeitou o bebê no colo e olhou para Camilla com preocupação.
— Luna… esses homens são cruéis. Eles não vão parar.
— Eu sei — respondeu Camilla, respirando fundo. — Mas uma verdadeira Luna protege sua alcateia, não importa o risco.
Ela se aproximou de Petra e segurou suas mãos com firmeza.
— Enquanto eu estiver aqui, ninguém vai te entregar para eles.
Petra sentiu os olhos arderem, e por um momento, o medo foi substituído por algo que ela não sentia há muito tempo: segurança.
Do lado de fora, porém, Camilla sabia que aquela noite estava longe de acabar.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Rejeitada: A Luna do Alfa supremo
Excelente pena que nao tem o livro impresso....
Muito bom! Livro excelente! História bem amarrada! Estou quase no final! Recomendo!...