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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 80

A noite caía pesada sobre a Ventos Sombrios, e a lua prateada iluminava o pátio da mansão quando Camilla chegou com passos firmes, apesar do corpo ainda dolorido. O frio da noite cortava seu rosto, mas a tensão a fazia ignorar tudo, exceto a cena diante de si: seus guardas estavam em formação, tentando conter a entrada de seis soldados da Alcateia Central, que avançavam com agressividade.

— Luna! — chamou um dos guardas de Ventos Sombrios, aliviado ao vê-la. — Eles querem entrar à força!

Camilla respirou fundo, endireitou os ombros e caminhou até a linha de frente. Estava altiva e o queixo estava erguido, orgulhosa e firme como uma luna deveria ser.

— Abram os portões. — Sua voz saiu firme, sem tremer. — Deixe-os entrar.

Assim que os portões se abriram, os soldados da Alcateia Central atravessaram o portão de ferro como se fossem donos do lugar. Todos trajavam couro escuro e ostentavam o brasão da alcateia central no ombro. O que parecia ser o líder deu um passo à frente, medindo Camilla de cima a baixo com desprezo.

— Estamos aqui porque uma prisioneira perigosa fugiu — disse ele, num tom carregado de arrogância. — Recebemos ordens diretas para revistar tudo.

— Podem olhar onde quiserem, não temos nada a escnder — respondeu Camilla, sem baixar o olhar.

O soldado arqueou uma sobrancelha e avançou mais um passo, quase invadindo seu espaço pessoal.

— Nós queríamos falar com o alfa.

Camilla sustentou o olhar dele e ergueu o queixo.

— Eu sou o alfa desta alcateia.

Um coro de risadas ecoou entre os soldados, o líder balançou a cabeça com desdém.

— Uma fêmea… — disse, entre risos. — Uma fêmea idiota acha que pode comandar alguma coisa. Vou ter prazer em contar isso aos anciãos.

Atrás dela, os guardas de Ventos Sombrios rosnaram baixo, alguns dando um passo à frente, prontos para defender a honra de sua Luna. Mas Camilla ergueu a mão, ordenando que se contivessem.

— Não — disse ela, firme. — Deixem-nos fazer o que vieram fazer.

O soldado líder a encarou por mais alguns segundos, como se quisesse testar sua coragem. Então, em um gesto de escárnio, cuspiu aos pés dela.

— Isso mesmo, obedeça como deve fazer, fêmea.

Camilla manteve-se imóvel, o rosto impassível, enquanto sentia o nojo e a raiva queimarem por dentro. Os soldados passaram por ela, espalhando-se pelo pátio e depois invadindo a mansão.

O som de portas sendo abertas à força ecoou pelo corredor. Objetos caíam, móveis eram arrastados ou quebrados sem qualquer cuidado. As mulheres e crianças da alcateia se encolhiam nos cantos, assustadas, enquanto os soldados reviravam cada cômodo.

Camilla olhou para ela, séria, mas com uma determinação que brilhava em seus olhos.

— Vamos torcer para que Tommy e River resolvam tudo antes disso.

A loba mais velha ajeitou o bebê no colo e olhou para Camilla com preocupação.

— Luna… esses homens são cruéis. Eles não vão parar.

— Eu sei — respondeu Camilla, respirando fundo. — Mas uma verdadeira Luna protege sua alcateia, não importa o risco.

Ela se aproximou de Petra e segurou suas mãos com firmeza.

— Enquanto eu estiver aqui, ninguém vai te entregar para eles.

Petra sentiu os olhos arderem, e por um momento, o medo foi substituído por algo que ela não sentia há muito tempo: segurança.

Do lado de fora, porém, Camilla sabia que aquela noite estava longe de acabar.

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