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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 85

As horas pareciam se arrastar como séculos. O céu já estava escuro sobre a alcateia Ventos Sombrios quando os sons de passos pesados e uivos anunciaram a chegada dos outros. O cheiro de terra molhada e sangue se misturava ao ar frio da noite.

River estava sentado no chão do pátio, com o corpo inclinado para frente e os cotovelos apoiados nos joelhos, a cabeça baixa. Ele não sentia o frio, nem a chuva fina que molhava seus cabelos e corria por seu rosto. Toda a sua mente estava dentro do hospital da alcateia, onde os médicos lutavam pela vida de Lyra.

O portão rangeu e lobos começaram a entrar. Entre eles, estavam os dois alfas aliados, sujos de lama e sangue, seguidos de vários soldados exaustos. Alguns guerreiros da Lua Sangrenta vieram logo atrás, e por fim Solomon apareceu, o olhar imediatamente procurando por River.

— River! — ele chamou, correndo até o amigo. — Como ela está?

O Alfa Supremo ergueu o rosto lentamente, os olhos avermelhados e fundos. Sua voz saiu rouca:

— Levaram ela pro hospital da matilha. Não posso entrar… os médicos estão fazendo o que podem.

Solomon se aproximou e colocou a mão no ombro do amigo, em silêncio por alguns instantes, sentindo o peso daquele desespero. Antes que pudesse dizer algo, um som de passos rápidos ecoou, e Petra surgiu na porta da mansão.

— Solomon! — ela gritou, correndo em disparada.

Ele se virou a tempo de abraçá-la com força, erguendo-a do chão. A emoção transbordava nos dois, e Petra sentiu as lágrimas escorrerem quando ele pressionou um beijo demorado em seus lábios.

— Fiquei com tanto medo… — ele murmurou, ainda com a testa encostada na dela. — Achei que nunca mais ia te ver…

— Eu tô bem agora… — ela sussurrou, os dedos agarrando a camisa dele com força.

Solomon respirou fundo e olhou em volta, a expressão endurecendo ao lembrar do que tinham enfrentado.

— Vencemos essa batalha — ele disse em voz alta, para que River e os outros alfas ouvissem. — Mas precisamos nos preparar. Agora não tem mais volta… declaramos guerra contra eles e suas leis oficialmente.

River levantou-se devagar, os olhos faiscando mesmo diante do cansaço.

— Que venha a guerra — disse, firme. — Mas primeiro… eu preciso garantir que minha companheira vai sobreviver.

Solomon assentiu, respeitoso.

— Então vai ficar com ela, River. A luta pode esperar algumas horas.

Os outros dois alfas, que estavam em silêncio, se aproximaram e cruzaram os braços, exaustos mas determinados.

Camilla mordeu o lábio inferior, sentindo o rosto corar mesmo naquela situação.

— Eu quero ser a Luna do meu lobo… — ela disse, antes de puxá-lo para outro beijo, mais demorado e carinhoso.

Eles ficaram assim por alguns segundos, até que passos apressados ecoaram pelo corredor. Uma jovem loba apareceu, meio sem graça, interrompendo o momento.

— Desculpa… eu… — ela hesitou. — A paciente… está estável.

Camilla arregalou os olhos, sentindo o alívio percorrer seu corpo como um choque.

— Está estável?

— Sim. A Luna da Lua Sangrenta está fora de perigo imediato, mas não totalmente curada o veneno é muito forte — confirmou a loba, agora sorrindo de leve. — O Alfa já pode vê-la.

Camilla apertou a mão de Tommy e saiu correndo com ele em direção ao pátio. Lá fora, River ainda estava ajoelhado, imóvel, como se temesse respirar até ter notícias. Ela se aproximou devagar, com o coração acelerado.

— River… — chamou, e quando ele levantou o olhar, Camilla sorriu, emocionada. — Lyra está estável. Você pode vê-la agora.

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