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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 88

O pátio de Ventos Sombrios fervilhava em meio ao caos organizado. O vento frio soprava entre as árvores, carregando o cheiro de medo e determinação. Lobos de todas as idades se reuniam às pressas, seguindo as ordens dos guerreiros. Crianças choravam, algumas lobas mais velhas tentavam acalmá-las, enquanto soldados carregavam armas improvisadas e pacotes com o mínimo necessário para a fuga. O revoar distante de corvos na floresta parecia anunciar que o tempo estava acabando

Camilla estava no centro da movimentação, com o rosto marcado pela tensão, mas a postura firme. Ela observava os lobos carregando seus filhos, dois pequenos embrulhados em mantas, um menino e uma menina, para o grupo que partiria rumo às montanhas ao norte. O coração dela doía só de vê-los se afastando.

— Você precisa ir com eles — disse Tommy, aproximando-se rapidamente, o tom carregado de preocupação. — Camilla, você ainda está se recuperando. Eu… eu não posso perder você.

Ela o olhou, respirando fundo, sentindo a coragem tomar o lugar do medo em seu peito.

— Não — respondeu, firme. — Eu sou a Luna desta alcateia. Não vou me esconder enquanto meu povo luta e sangra. Se eles vão enfrentar a guerra, eu vou enfrentar com eles.

Tommy passou a mão pelos cabelos, desesperado.

— Você acabou de ter dois bebês… e se algo acontecer? — ele insistiu, quase suplicando. — Seus filhos precisam de você viva!

Camilla balançou a cabeça, decidida.

— Eles precisam de uma mãe que honre o que significa ser Luna — disse, encarando-o. — E minha alcateia precisa de mim, vou lutar.

Lyra se aproximou devagar, ainda um pouco pálida, mas com a mesma força que sempre carregava no olhar.

— Então vamos todas — disse, colocando-se ao lado de Camilla. — Essa luta é de todos nós.

A firmeza em sua voz trouxe um breve silêncio, quebrado apenas pelo vento gelado que passava entre eles. Petra, que até então observava a movimentação com o coração apertado, finalmente falou.

— Eu… — ela começou, hesitando. — Eu não sou forte o bastante para lutar.

Camilla se virou para ela, os olhos arregalados de preocupação, mas antes que pudesse responder, Petra continuou:

— Mas posso ir com eles, para o esconderijo. Eu cuido dos seus bebês, Camilla. Prometo que vou cuidar deles como se fossem meus.

Do outro lado do pátio, os guerreiros restantes se preparavam. River deu um passo à frente, o olhar sério percorrendo cada um de seus soldados.

— Transformem-se! — rugiu. — Vamos correr até a Lua Sangrenta. Precisamos reunir nossas forças!

Um coro de estalos e rosnados ecoou quando os corpos começaram a mudar. Lobos enormes, de pelos escuros e olhos flamejantes, tomaram o lugar dos guerreiros. A tensão no ar era quase palpável.

River olhou para dois de seus capitães e deu a última ordem antes de partir.

— Vocês, dividam-se. Corram para as alcateias aliadas. Digam que precisamos deles agora. Quem não vier lutar conosco, quem não se unir a nós, está com eles, entendeu?

— Sim, Supremo! — responderam os dois, antes de se transformarem e sumirem na floresta em direções opostas.

O tempo de preparação tinha acabado. O grupo que restou para lutar partiu em disparada, os lobos correndo como sombras na mata, levando consigo o peso do medo e da esperança. As folhas secas estalavam sob suas patas, e o uivo distante de algum corvo parecia prenunciar que aquela era apenas a primeira corrida de muitas antes da guerra.

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