A madrugada estava silenciosa, pesada demais para o coração de Camilla. A casa da alcateia dormia em paz, mas aquela paz era frágil, tão frágil quanto a lua quando o amanhecer chegava. Camilla dormia ao lado de Tommy, abraçados um ao outro como faziam todas as noites desde que finalmente se entregaram ao que sentiam um pelo outro depois de tudo o que aconteceu. Não tiveram mais filhos, Tommy e amou os gêmeos como se fossem seus, e Camilla apenas o amou mais ainda por isso, porque ela sabia que, enquanto Amber era uma menina doce e gentil seu filho…
Mas a noite não foi calma como as outras ao longo daqueles onze anos, e no meio da madrugada, batidas rápidas e desesperadas ecoaram pelo quarto, fazendo a Luna e o beta da ventos sombrios acordar.
Tommy levantou primeiro, sempre alerta, desde a guerra contra os anciãos, onze anos atrás, ele nunca mais dormiu como antes. Assim que chegou a porta, Camilla também se levantou, vestindo o robe por cima da camisola. O beta abriu a porta e uniu as sobrancelhas quando viu dois dos soldados de confiança deles, estavam suados e vermelhos como se tivessem corrido até ali.
— Luna, beta… — o mais velho deles baixou a cabeça em respeito, mas a voz falhou. — É o mais velho… o calabouço não vai aguentar. Ele está muito agitado, tentamos de tudo! Nada o acalma, não entendemos o porquê!
Camilla congelou por um instante, seu coração acelerou como se quisesse sair do peito e ela passou a mão nos cabelos, aquela madrugada já era aniversário de seus filhos, os dois completavam 19 anos, no dia seguinte era lua cheia e ela sabia que seu menino ficaria mais calmo, talvez pudessem até conversar como não conseguiam há meses... A alcateia inteira se preparava para a grande festa do dia seguinte, e ela mesma tinha sonhado com um momento de felicidade, ainda que breve, para todos eles, mas as coisas estavam desmoronando antes mesmo de começarem.
Tommy pegou uma camisa e vestiu, o maxilar tenso, os olhos dele encontraram os dela, os dois sabiam o que precisavam fazer… Tinham que dar um jeito naquilo antes que fosse tarde.
— Se nosso filho escapar… — a voz do beta era cuidadosa, sabia que aquele era um assunto sensível para Camilla. — Ninguém vai conseguir detê-lo.
— Eu vou até ele, é quase lua cheia — enquanto falava, ela prendia os cabelos e já começava a se preparar para sair, colocando o tapa olho. — Talvez eu consiga alcançá-lo.
— Camilla, é perigoso demais! — Tommy se aproximou, o rosto em choque. — Ele não é mais um menino, não é uma coisinha pequena que podemos controlar. Ele…
— Ele é meu filho. — A voz dela cortou o ar como uma lâmina, firme, deixando claro que não mudaria de ideia. — Se existe alguém que pode alcançá-lo, sou eu.
Os soldados a encararam assustados e com medo, assim como o beta concordavam que era perigoso mas como impedir a Luna quando ela já cruzava a porta decidida a não escutar mais ninguém?
— Vocês dois, chamem os outros guerreiros, tragam todo tranquilizante que conseguirem, entenderam?
Amber franziu a testa, mas obedeceu,olhou para Tommy por alguns segundos que assentiu com um sorriso gentil, então ela fechou a porta. Camilla sentiu as lágrimas queimarem seus olhos, mas não deixou que caíssem, estava com pressa e mentir para a filha era o caminho mais fácil para deixá-la segura.
— Vai ficar tudo bem meu amor — Tommy sussurrou, apertando os dedos contra os dela. — Vamos logo.
Então, voltaram a correr em direção a porta que levava ao lado de fora. Quando alcançaram a porta e pisaram no jardim, um forte estrondo chegou aos ouvidos deles e de longe conseguiram ver várias pessoas correndo desesperadas e o som de casas sendo destruídas.
— O monstro está solto! — uma loba berrou, correndo com seu filhote no colo, estava machucada e sangrando.
— Não! Meu filho!

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Rejeitada: A Luna do Alfa supremo
Excelente pena que nao tem o livro impresso....
Muito bom! Livro excelente! História bem amarrada! Estou quase no final! Recomendo!...