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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 98

A escuridão parecia não ter fim, uma floresta inteira mergulhada em sombras, sem lua, sem estrelas, sem nada, apenas o som dos passos de Lua ecoando sobre o chão úmido, a respiração pesada dela no silêncio sufocante. O coração batia rápido, mas ela não sabia porque, tinha uma sensação estranha, como se estivesse sendo observada, como se cada árvore tivesse olhos.

De repente, vozes começaram a sussurrar no vento, baixas, distantes, mas cada vez mais próximas, vozes sem rostos, sem corpos, apenas ecos que se espalhavam entre os troncos.

E então, do mais absoluto nada… o fogo, iluminando toda a escuridão com sua luz vermelha e alaranjada, como se berrasse perigo para a loba, que olhava ao redor se sentindo cada vez mais sufocada, cada vez mais assustada.

As árvores começaram a arder em chamas vivas, o calor tomando conta da mata como uma onda. Lua girou sobre os próprios pés, os olhos arregalados, o pânico queimando em seu peito. O fogo rugia, consumindo tudo, e em meio ao crepitar das chamas, uma voz masculina, grave e cortante, se ergueu acima de todas as outras:

— Vim buscar a loba-oráculo, ela me pertence!

Aquelas palavras, por algum motivo, fizeram um arrepio subir por sua espinha até seu pescoço a fazendo tremer. Lua recuou um passo, mas não havia saída, o fogo se fechava ao redor dela, ou entrava no fogo ou esperava para seja lá quem fosse, pegá-la. Nesse momento, ela decidiu que o fogo parecia mais convidativo, menos cruel, e por isso, ela correu, mergulhando nas camas.

Os galhos quebravam sob o calor, as labaredas se curvavam como serpentes tentando alcançá-la. Lua corria com toda a força que tinha, mas as vozes continuavam a segui-la, cada vez mais altas, enquanto as chamas lambiam sua pele queimando tudo pelo caminho inclusive partes dela. Seus cabelos brancos estavam soltos, levados pelo vento quente e pelo desespero, e sua visão estava embaçada pelas lágrimas.

Mas nem a visão embaçada a impediria de vê-lo.

Do meio das chamas, dois olhos vermelhos surgiram, dois pontos de sangue brilhando no fogo. Logo depois, um rugido ensurdecedor rasgou a noite, e o maior monstro que já viu em sua vida pulou do fogo em sua direção.

Era uma fera.

O abismo a engoliu em queda livre, o ar rasgando seus ouvidos. Por um instante, achou que a escuridão e o vento seriam as últimas coisas que veria e sentiria antes de sua morte, mas antes que seu corpo encontrasse o chão antes que seus olhos se fechassem quando ela olhava aquele estranho céu sem estrelas, com apenas a lua cheia acima de si, o monstro pulou do penhasco.

Seu enorme corpo cobriu a lua, seus pelos brancos refletindo a luz dela, e ele estendeu as imensas garras para agarrar o corpo pequeno da loba que se preparou para ser dilacerada, mas, no meio do ar, as garras não a rasgaram. Pelo contrário, braços fortes e monstruosos a envolveram, puxando-a contra o peito duro e quente. Lua sentiu o corpo ser protegido, como se o monstro estivesse disposto a usar o próprio corpo para protegê-la da queda.

E então, ela o ouviu, sua voz era um sussurro dolorido, desesperado que chegou a sua mente tão baixo que quase se perdeu entre o vento e o medo:

“Companheira.”

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