Tia Olga me envolveu num abraço apertado, o rosto banhado em lágrimas que escorriam sem controle. Era evidente sua emoção, quase palpável no ar.
As “malucas” se aproximaram em trajes inusitados de sereia. Os vestidos mignons realçavam cada curva de seus corpos, enquanto os decotes generosos atraíam olhares discretos — e outros nem tanto. Achei graça ao perceber as entortadas de nariz dos parentes de Okan enquanto elas avançavam, alheias aos julgamentos.
Letícia foi a primeira a me abraçar.
— Parabéns. Espero que sejam muito felizes juntos. Que bom que tudo se resolveu entre vocês.
— Obrigada. Sim. Melhor do que sonhei.
Ela sorriu de leve e lançou um olhar hesitante para Okan, claramente constrangida. Em vez de arriscar um beijo no rosto, estendeu-lhe a mão. Talvez por respeitar sua cultura turca. Ele apertou sua mão com um sorriso divertido, quase zombeteiro.
— Felicidades. Cuida bem de minha amiga.
— Pode deixar.
Carol veio em seguida, me abraçando com entusiasmo desmedido. Inclinou-se para dizer no meu ouvido:
— Não acredito que fisgou esse homem! Espertinha.
Minha mente disparou. Será que ela pensava que engravidei de propósito? A ideia me incomodou por um instante. Carol, sempre descolada, encarou Okan com um brilho desafiador nos olhos.
— Melhor fazer minha amiga feliz, ou eu te pego na esquina e amasso esse rosto bonito.
Meu Deus! E isso porque ela nem tinha bebido!
— Pode deixar. — Okan respondeu, o sorriso inabalável.
Ômer se aproximou logo depois, mas seu semblante sério contrastava com o rapaz animado que conheci antes.
— Espero que seja feliz.
— Seremos, tenho certeza disso.
Ele assentiu com um leve movimento da cabeça. Seus olhos, entretanto, baixaram até meu ventre, lingeram ali por um instante, antes de ele se afastar sem cumprimentar Okan. Virei-me para meu marido, que observava o primo com uma expressão impassível, mas seus olhos estavam escuros, carregados de algo que não consegui decifrar. Algo aconteceu entre eles, disso não tenho dúvidas. Ainda assim, decidi não pensar nisso agora. A felicidade do momento era grande demais para ser ofuscada por qualquer intriga.
Uma senhora se aproximou, e Okan me apresentou com um leve toque nas costas:
— Essa é Kayra, mãe de Ômer.
— Parabéns pelo casamento. — Ela disse, a voz educada, mas sem calor.
— Obrigada.
Ela se virou para Okan, avaliando-o com um olhar que parecia mesclar orgulho e crítica.
— Sua noiva é muito bonita.
Okan, num gesto que parecia querer reafirmar sua escolha, me puxou para mais perto. Beijou o topo da minha cabeça com carinho e declarou com orgulho:
— Eu sei.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Romance Proibido
Fiz a compra e não desbloqueia para ler , falta de respeito com o leitor!!!...