— Já estava preocupado. Tentei ligar no seu celular, mas só caía na caixa postal.
— Ele ficou sem bateria. Eu te disse que estava na casa de meus pais. Por que não ligou para lá? — Digo e caminho até ele, observando como seus ombros têm uma tensão contida.
— Porque estou aprendendo a conter esse gigante que às vezes se levanta dentro de mim, de preocupação.
— De ciúmes. — Completo, parando a poucos passos dele.
— Sim, de ciúmes. — Ele diz como se fosse um fato inescapável. — Está tudo bem? — Pergunta, me avaliando com olhos que não perdem nenhum detalhe.
— Sim, amor.
— Você passou bem?
— Passei. Se não fosse assim, eu teria te falado.
— Você é tão forte, tão independente, que às vezes acho que sofreria calada, ou passaria por algo e não me contaria.
Eu o beijo nos lábios, com um gesto que busca dissipar suas inseguranças.
— Compartilharei meus momentos bons e ruins com você, está bem assim?
Ele me puxa para perto, e seu abraço é quente, confortante. Estamos íntimos assim na sala porque o pai dele, a essa hora, já está no quarto e não sairá de lá, e Kayra está na faculdade. Uma mão alisa suavemente minha barriga.
— Nem acredito que já se passaram quatro meses e amanhã saberemos o sexo.
Viro a cabeça em direção a ele, meu nariz quase tocando o seu.
— O que você prefere? Menino ou menina?
Ele ri, com aquele jeito leve que me faz sorrir junto.
— Você pergunta isso para um homem turco? É claro que um homem. Ele levará seu nome, assumirá os negócios.
Não gosto disso, mas mantenho meu tom tranquilo.
— E se for menina? — Pergunto preocupada, avaliando seu rosto com cuidado.
Ele sorri.
— Eu vou amar.
Fico confusa com a resposta.
— Mas...
— Quando disse minha preferência, fui sincero, mas isso não quer dizer que não ficarei feliz se vier uma menina, entendeu?
Penso por um momento, tentando processar.
— Está confuso.
— Somos um povo que gosta de ter um homem para levar seu nome. Só isso.
— Então você quer dizer que, se for uma menina...
— Tentaremos outra vez para ver se conseguimos um menino.
Engulo em seco, ponderando sobre suas palavras.
— E se vier outra menina?
Okan fecha os olhos por um instante e sorri, como se apelasse à paciência divina.
— Allah! Você não costuma ser assim tão pessimista?
— Mas é uma realidade, Okan. Já vi pais insistirem em um filho e terem quatro filhas.
— Paramos no terceiro, está certo?
— No segundo.
Okan solta o ar como quem se rende.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Romance Proibido
Fiz a compra e não desbloqueia para ler , falta de respeito com o leitor!!!...