Emily
Não imaginei que fosse possível sentir algo assim novamente, penso enquanto respiro com dificuldade. Meu corpo ainda está sensível, cada nervo à flor da pele, pulsando com uma satisfação que parece infinita.
Okan deita ao meu lado e me puxa para seus braços. Sua respiração é rápida, irregular, enquanto ele tenta recuperar o fôlego. Eu ainda pairo sobre ele, ofegante, e o beijo suavemente, como se fosse impossível me afastar. Ele retribui, e o beijo se prolonga, cheio de uma necessidade mútua. É como se o tempo parasse, como se esse momento pudesse durar para sempre.
Quando, finalmente, nossas bocas se separam, ele murmura:
— Te amo.
As palavras dele sempre têm esse efeito em mim. Sinto um arrepio percorrer minha pele, fechando os olhos por um instante para absorver a sensação. Quando os abro novamente, vejo seus olhos cheios de ternura e confesso, num tom que carrega todo o meu coração:
— Te amo também. Muito.
Okan sorri, aquele sorriso suave que me desmonta, e pega meu rosto com delicadeza, me beijando mais uma vez. Eu o abraço, e ele me faz virar de lado, encaixando meu corpo no dele. Seu abraço é forte, protetor, e posso ouvir o suspiro audível que ele solta, carregado de realização e felicidade.
Naquele instante, sei que estamos exatamente onde deveríamos estar.
Fim da lua de mel.
De volta a Londres, na casa dos meus pais.
— Filha! — Ouço a voz da minha mãe, cheia de alegria e saudade.
Afasto-me da janela, onde observava a chuva fina que caía lá fora, tingindo a paisagem com um tom cinzento. A neve havia partido, mas a atmosfera continuava impregnada com um ar melancólico típico do inverno londrino. Com um sorriso nos lábios, vou ao encontro dela, sentindo meu coração aquecer com o calor do lar.
— Como foi a viagem? — pergunta minha mãe, seus olhos faiscando de curiosidade.
— Digna de um roteiro cinematográfico — digo com entusiasmo, sentando-me no sofá macio que exala o aroma familiar de lavanda. — Foi simplesmente maravilhosa! Istambul me surpreendeu de uma forma que eu jamais imaginei.
— Sente-se e conte-nos tudo! — Ela está radiante, como se estivesse prestes a embarcar comigo naquela aventura novamente.
Pego as duas grandes sacolas que trouxe e me acomodo ao lado do meu pai, que escuta em silêncio, mas com os olhos fixos em mim. Começo a relatar as minhas impressões, enquanto as lembranças ganham vida em minha mente.
— Achei o povo turco incrivelmente simpático e gentil. Eles têm uma hospitalidade que te faz sentir em casa, mesmo sendo uma estrangeira. Mas os homens fumam muito! Quase todo lugar que passávamos havia aquele cheiro de cigarro... Graças a Allah que Okan não fuma! — digo com um sorriso divertido.
Minha mãe ri e me incentiva a continuar.
— Dirigir nas ruas de lá é um verdadeiro desafio. As vias parecem um quebra-cabeça sem solução, tantas ruas descontinuadas e sem saída! Mas tudo isso é parte do charme de Istambul. Agora, deixa eu contar sobre a Cisterna da Basílica... Fiquei absolutamente encantada! Aquela estrutura subterrânea é como um reino perdido, iluminado por luzes suaves que fazem as colunas de mármore parecerem vivos. Você sente como se tivesse voltado no tempo, cercada por 336 colunas que sustentam arcos tão altos que parecem tocar o céu subterrâneo.
Minha mãe suspira, completamente envolvida pela descrição.
— E depois disso, fomos ao Grand Bazar. Imagine um lugar que é como um labirinto de cores, aromas e sons. As ruas são repletas de bancas que vendem absolutamente de tudo. As lanternas penduradas, os tecidos vibrantes, o cheiro de especiarias no ar... Você sente como se estivesse em um conto das Mil e Uma Noites. É impossível não se perder, tanto fisicamente quanto na emoção do momento. — Meus olhos brilham enquanto descrevo. — Passei horas explorando aquele lugar. E, claro, trouxe algo para você!
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Romance Proibido
Fiz a compra e não desbloqueia para ler , falta de respeito com o leitor!!!...