O final da tarde tingia o céu com tons rosados e dourados, filtrando-se pelas cortinas claras do quarto que Isabella ocupava na fazenda de Dona Flora. Ela estava parada diante do espelho grande, com as mãos apoiadas com delicadeza sobre o ventre já arredondado de seis meses, observando-se com um misto de emoção e incredulidade. O vestido de noiva, um modelo leve, de renda delicada e caimento fluido, moldava-se perfeitamente ao corpo, realçando a nova curva que abrigava o bebê.
Ao seu lado, Antonella ajeitava o véu com mãos cuidadosas, com os olhos marejados.
— Está tão linda… — murmurou, com a voz embargada. — E radiante… igual no dia que me casei com o pai de Lorenzo.
Giulia, debruçada sobre o caimento da barra, deu o último retoque nos detalhes de renda, enquanto Beatriz, sorridente, ajeitava um pequeno arranjo de flores brancas no cabelo da prima.
— Se Lorenzo te ver assim antes da hora, desmaia. — brincou Beatriz, arrancando risadas das três.
Do lado de fora, a fazenda estava transformada. O casamento seria íntimo, apenas familiares e amigos próximos, mas cada detalhe parecia saído de um sonho. Mesas de madeira rústica estavam dispostas sob um grande caramanchão iluminado por centenas de luzinhas penduradas, que brilhavam como estrelas quando o sol começava a se pôr. Arranjos de flores do campo, margaridas, rosas brancas e lavandas, se espalhavam pelos corredores, e um arco exuberante de flores brancas e folhagens verdes marcava o lugar da cerimônia, em frente ao lago, refletindo todo o cenário.
Próximo ao arco, Lorenzo estava de pé, vestindo um terno impecável, mas com as mãos que não paravam quietas. Marco, ao lado dele, exibia um sorriso divertido, enquanto Theo, namorado de sua irmã, e o Dr. Stephano observavam a movimentação.
— Você está inquieto como um noivo de primeira viagem. — provocou Marco, ajustando a gravata.
Lorenzo passou a mão pelos cabelos e soltou um suspiro.
— Não é inquieto… é que parece que o tempo parou. Quero que ela chegue logo.
Marco riu, inclinando-se ligeiramente para Theo e Stephano.
— Sinceramente, acho que a noiva vai desistir.
Lorenzo ergueu a sobrancelha e um sorriso torto surgiu no canto da boca, mas sem conseguir disfarçar o nervosismo.
— Pode ter certeza que se ela desistir… eu vou atrás dela e trago de volta. — respondeu, arrancando risadas cúmplices dos amigos, enquanto lançava mais um olhar ansioso para o caminho que levava ao início da cerimônia.
O murmúrio suave dos convidados se misturava ao som distante do riacho da fazenda, enquanto o sol, já baixo, tingia de dourado as copas das árvores. O arco de flores parecia ainda mais vibrante sob aquela luz, com rosas brancas, folhagens verdes e pequenos ramos de lavanda exalando perfume.
Então, o som suave da música começou, conduzido por um quarteto de cordas posicionado discretamente ao lado do lago. Todos os olhares se voltaram para o início do corredor, decorado com pétalas brancas espalhadas pelo chão.


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