O sol já se despedia no horizonte quando Lorenzo e Isabella atravessaram o corredor de flores sob uma chuva de pétalas, recebendo aplausos, abraços e sorrisos. O céu estava pintado em tons de laranja, rosa e dourado, e a fazenda parecia envolta em uma atmosfera mágica, como se todo o universo tivesse se reunido ali para abençoar aquele amor.
À medida que se aproximavam das mesas dispostas no gramado, os convidados seguiam atrás, ainda comentando emocionados sobre os votos que haviam acabado de ouvir. O caramanchão iluminado com pequenas luzes cintilantes lembrava um céu estrelado em miniatura, e o contraste com as flores do campo que decoravam as mesas criava um cenário de conto de fadas.
Maria, com o avental ainda preso à cintura, secava as mãos no pano bordado enquanto observava a cena de longe, orgulhosa. Ao lado dela, Dona Flora sorria satisfeita, como quem via diante de si um sonho antigo finalmente concretizado. A neta tinha perdido os pais muito jovem e acompanhou de perto a dor do luto da neta, mas Isabella jamais se entregou, sempre foi uma menina forte, cheia de vida e com vontade de ser feliz. E vê-la ali, ao lado do homem que amava e feliz, era um verdadeiro sonho.
As mesas estavam repletas de quitutes caseiros: pão de queijo ainda quente, empadas douradas, bolinhos de milho, fatias de bolo de fubá com coco e travessas de carne assada que exalavam um aroma irresistível. No centro, uma mesa maior guardava o bolo de casamento: três camadas brancas, decoradas com flores naturais e pequenas rendas de açúcar, feito por Maria e Antonella, que haviam passado a madrugada ajudando na confeitaria.
Aurora correu até os pais, os cabelos soltos voando com o vento da tarde.
— Mamãe, papai! — gritou, abraçando as pernas de Lorenzo. — Está tudo tão lindo! Eu nunca vi tanta flor junta assim!
Isabella riu, abaixando-se para apertar a filha contra o peito.
— E quem você acha que está mais linda hoje? — perguntou, piscando um olho.
Aurora colocou um dedo no queixo, pensativa, e respondeu:
— A mamãe! Mas o papai também está bonito… só que eu acho que ele está bonito porque está com você.
O comentário espontâneo arrancou gargalhadas de todos os que estavam por perto. Lorenzo pegou a filha no colo, erguendo-a alto.
— Então quer dizer que eu só fico bonito porque estou com a mamãe? — provocou, com um sorriso divertido.
— Sim! — Aurora confirmou, balançando a cabeça. — Mas eu gosto assim!
As pessoas foram se acomodando às mesas, e a música suave de um violão preencheu o ambiente. Marco levantou sua taça de vinho, chamando a atenção dos presentes.
— Eu preciso dizer. — começou ele, olhando para Lorenzo —, que nunca imaginei ver meu amigo tão feliz quanto hoje. Isabella, você devolveu a ele a alegria que todos nós achávamos que tinha se perdido.
Cristina, emocionada, completou:
— E nós ganhamos mais do que uma cunhada… ganhamos uma irmã, uma filha, uma amiga.
Isabella sorriu com lágrimas nos olhos, enquanto Aurora aplaudia animada. O clima era de pura celebração.
Logo o jantar foi servido. Todos se deliciavam com os pratos preparados com carinho: arroz soltinho, salada fresca colhida da horta da fazenda, frango assado temperado com ervas e uma travessa de leitão pururuca que fez sucesso entre os mais gulosos. Maria circulava entre as mesas, certificando-se de que todos estavam servidos, e recebia elogios calorosos pelos temperos que só ela sabia equilibrar.
Beatriz e Giulia não largavam Isabella. A prima e a cunhada, se revezavam entre elogios ao vestido e piadinhas que faziam a noiva corar.
— Se prepare. — disse Beatriz, rindo —, porque agora vai ter fila de gente pedindo dicas de como conquistar um homem como o Lorenzo.
— Isso se ele não assustar todo mundo antes com aquele jeito sério — provocou Giulia, piscando para o irmão.
Lorenzo apenas revirou os olhos, mas não conseguiu esconder o sorriso orgulhoso ao olhar para Isabella.
Enquanto isso, Aurora corria entre as mesas, com o fiel Biscoito atrás dela. O cachorrinho parecia tão animado quanto a dona, abanando o rabo e latindo cada vez que alguém chamava por ele. Em certo momento, Aurora subiu em uma das cadeiras e anunciou:
— Eu sou a princesa dessa festa! Mas a rainha é a mamãe, e o rei é o papai!
Todos riram e aplaudiram, e Isabella sentiu o coração se aquecer ao ver a filha tão feliz e espontânea.

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