A Babá Virgem e o Viúvo que Não Sabia Amar romance Capítulo 4

Resumo de Capítulo 4 – Cortes e Silêncios: A Babá Virgem e o Viúvo que Não Sabia Amar

Resumo do capítulo Capítulo 4 – Cortes e Silêncios de A Babá Virgem e o Viúvo que Não Sabia Amar

Neste capítulo de destaque do romance Romance A Babá Virgem e o Viúvo que Não Sabia Amar, GoodNovel apresenta novos desafios, emoções intensas e avanços na história que prendem o leitor do início ao fim.

Os dias seguintes passaram com a cadência silenciosa de uma dança tensa, dois corpos que se moviam no mesmo espaço, mas evitavam se tocar.

A presença de Isabela na casa dos Vellardi tornara-se constante, como o som do vento cortando por entre as frestas das janelas antigas. Ela não fazia alarde, não exigia nada. Apenas existia. E, mesmo assim, parecia ocupar mais espaço do que qualquer outra pessoa que Lorenzo já conhecera.

Aurora agora sorria. Pouco tímido, às vezes escondido atrás da boneca. Mas sorria. Ainda não falava, apenas escrevia no seu caderno e Isabella ficava atenta a tudo.

Naquela tarde, Isabella estava no jardim com Aurora. Sentada no gramado, contava mais uma de suas histórias inventadas, enquanto a menina tentava equilibrar pétalas sobre os ombros da boneca. O sol filtrava-se entre as folhas altas das árvores, desenhando sombras delicadas sobre os cabelos soltos de Isabela, que se mexiam com o vento.

Lorenzo observava da sacada, os dedos segurando uma xícara de café que já esfriara há tempo. O maxilar contraído. Os olhos semicerrados.

Ela era uma ameaça.

Não porque fizesse algo errado. Pelo contrário: era boa demais. Boa com Aurora. Boa com a mãe dele. Boa até com Marta, que normalmente era uma fortaleza impenetrável.

Boa demais para estar ali.

Ele odiava o modo como ela ria. O modo como seu perfume suave ficava no ar após ela passar. O modo como Aurora sorria para ela,o sorriso que havia desaparecido. O sorriso que deveria ser dele.

E, principalmente, odiava o modo como o corpo dele reagia à sua presença.

✲ ✲ ✲

A primeira coisa que Isabella percebeu ao entrar na sala de jantar foi o frio.

Não o da temperatura, mas o do ambiente. A mesa era longa demais para três pessoas. O lustre de cristais pendia sobre o centro da mesa como um trono suspenso, e as paredes exibiam quadros de paisagens clássicas, bonitas, mas impessoais. Tudo ali exalava luxo, mas um luxo solitário, como se o ambiente tivesse sido projetado para impressionar o vazio.

Aurora estava sentada à esquerda da cabeceira, com os dedinhos entrelaçados no colo e um olhar atento. Isabella sentou-se ao lado da pequena, sorrindo ao ver que ela havia trazido a boneca Cacau para jantar com elas.

Mas foi quando Lorenzo entrou na sala que o silêncio se tornou espesso como fumaça.

Ele vinha com passos firmes, a expressão impenetrável, trajando uma camisa branca de algodão perfeitamente alinhada, com os dois primeiros botões abertos. As mangas dobradas até os cotovelos revelavam antebraços fortes, cobertos por veias discretas, e o relógio escuro no pulso dava a ele um ar de autoridade indiscutível.

Os olhos azuis varreram a mesa e pousaram em Aurora. E, por fim, pousaram sobre Isabella. Ela não desviou o olhar.

— Boa noite — disse ele, com a voz baixa e firme.

— Boa noite, senhor Vellardi — respondeu Isabella, mantendo a calma mesmo com o estômago se contorcendo.

— Senhor Vellardi parece nome de testamento. Pode me chamar de Lorenzo.

Isabella piscou, surpresa pela informalidade repentina. Mas o tom dele não era exatamente amistoso. Era… clínico, como se estivesse testando.

Ela sorriu, leve.

— Tudo bem, Lorenzo. Mas só se o senhor prometer não me demitir por chamar você assim.

Um canto da boca dele se levantou, quase um sorriso. Quase.

Aurora observava tudo em silêncio, mas os olhos atentos da menina diziam mais do que palavras.

O jantar começou.

Pratos finos, talheres alinhados. A comida parecia saída de um restaurante estrelado, mas Isabella mal conseguia provar. O clima tenso era como uma parede invisível entre ela e o homem sentado do outro lado da mesa.

— Como está sendo nos últimos dias, Isabella? — perguntou Antonella, quebrando o gelo com um sorriso caloroso.

— Incrível. Aurora é uma criança maravilhosa. E a casa… bom, ainda estou me acostumando com o tamanho.

— Vai parecer pequena depois de um tempo. — disse Lorenzo, cortando o bife com precisão cirúrgica. — É só uma questão de perspectiva.

Isabella assentiu, tentando manter o bom humor.

— Talvez. Só não me responsabilizo se me perder nos corredores tentando encontrar o quarto. — falou divertido.

— Contanto que não tente encontrar o meu — ele murmurou, sem levantar os olhos.

O garfo de Isabella parou no ar. Aurora arregalou os olhos confusa com o que o pai tinha dito e Antonella pigarreou.

— Lorenzo…

— Foi uma piada, mãe. — respondeu sem sorrir.

— Uma péssima por sinal. — Isabella respondeu, ainda sorrindo, mas com a voz carregada de firmeza. — Pode ficar tranquilo, senhor Vellardi. A única porta que me interessa é a do quarto de Aurora.

Lorenzo ergueu os olhos e a encarou por longos segundos. O clima tenso pairava no ar, mas havia algo mais ali. Talvez um respeito, disfarçado e relutante, porém presente.

— Justo. — ele disse, voltando a cortar o alimento com calma. — Espero que mantenha essa postura.

— Espero que o senhor mantenha o senso de humor.

Aurora deu uma risadinha contida e Antonella sorriu com orgulho.

Por trás da frieza, Lorenzo parecia… intrigado. A babá tinha personalidade. Não se curvava diante do nome dele, nem do dinheiro e isso o deixava inquieto.

Ela não era só bonita. Era perigosa. O tipo de perigo que fazia um homem lembrar que ainda tinha um coração.

✲ ✲ ✲

Capítulo 4 – Cortes e Silêncios 1

Verify captcha to read the content.Verifique o captcha para ler o conteúdo

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: A Babá Virgem e o Viúvo que Não Sabia Amar