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Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 102

Sem dizer uma palavra, John acomodou-se de frente para elas. Sua presença era tão imponente que as moças ficaram paralisadas. A outra funcionária arregalou os olhos como se acabasse de ver um eclipse total dentro de uma sala de almoço. Nunca imaginou que o presidente arrogante, frio e indiferente fosse sentar em uma mesa de refeitório como os outros funcionários, muito menos na mesa dela.

Bruce sentou-se ao lado do chefe com naturalidade e notou o desconforto das duas.

— Senhoritas — disse com um sorriso cordial — Boa tarde. Tudo certo por aqui?

— S-sim, claro… — respondeu a recepcionista do térreo, vermelha como um morango maduro. A outra apenas assentiu com um aceno tímido.

As duas se entreolharam, sem saber se deviam olhar para ele ou continuar comendo. Era como ter um astro de cinema sentado ali, além de ser lindo, como todas as mulheres da empresa falavam era ainda mais intimidador vê-lo de tão perto. Geralmente só o viam passando pelo saguão.

John ergueu os olhos do prato, fitando a jovem que respondeu, a recepcionista do térreo, Pousou o olhar no crachá dela. Seu olhar era cortante, mas não cruel, uma combinação que só ele sabia usar e brevemente um brilho divertido apareceu em seus olhos. Após alguns segundos de silêncio, falou com voz baixa e firme:

— Aproveite o almoço, senhorita Caroline Verdan. Está muito bom.

Apesar do tom ser quase suave, era quase que um decreto. As palavras, embora simples, vindas dele soavam como uma ordem.

— O-obrigada, senhor... — balbuciou Caroline, olhando fixamente para o próprio prato, sem ousar levantar os olhos novamente.

As duas comeram o restante da refeição com pressa nervosa. Terminaram quase ao mesmo tempo e, em uníssono, recolheram suas bandejas, curvando-se levemente:

— Com licença, senhor.

Saíram quase em fuga, os passos apressados ecoando no piso.

Bruce observou a cena e soltou um riso contido, olhou brevemente para o chefe ao lado que parecia mais sereno em vez da carranca de sempre, depois voltou para o prato.

Mas era impossível não notar e continuou com um sorriso discreto, observando enquanto o refeitório ia ficando cada vez mais silencioso. Alguns funcionários que chegavam para almoçar davam meia-volta ao ver o presidente lá dentro, preferindo voltar mais tarde. Outros pegavam seus pratos e sentavam-se longe, comendo apressados, como se a presença de John os obrigasse a engolir cada colherada sem mastigar.

— Acho que a presença do senhor no refeitório está virando um evento. O senhor deveria almoçar aqui mais vezes, basta aparecer que as pessoas ficam admiradas.

John manteve o olhar fixo em seu prato.

— Você quer dizer intimidadas, não é?

Não havia rispidez naquelas palavras por isso Bruce continou:

— Eu diria respeito e reverência, eles precisam de um chefe forte que respeitem e admiram — Esse era o conceito de Bruce com relação ao chefe.

— Respeito, admiração... ou medo? - John sabia muito bem que as pessoas o temiam mais que o admiravam e isso fazia com que o respeitassem.

Bruce sorriu de lado, mas não respondeu. Sabia que para muitos, ali, John Walker era sinônimo dos três.

— Se me permite dizer… Isso devia virar rotina, senhor.

John não respondeu. Bebeu um gole da água com gás sem se incomodar com os olhares curiosos. Muitos deles se perguntando como Bruce conseguia trabalhar com aquele homem intratável e vendo os dois que pareciam conversar como dois colegas de trabalho, ficaram mais admirados ainda.

Pamela

Do lado de fora da sede do Grupo Walker, um carro de luxo preto estacionava com elegância em frente à entrada principal. Assim que o motorista abriu a porta, Pamela desceu com passos firmes, vestida com um conjunto de alfaiataria bege claro, salto alto nude e óculos escuros Chanel. O coque cuidadosamente preso à nuca realçava sua postura aristocrática.

Entrou no saguão com a naturalidade de quem se sente dona do lugar. Os olhares se voltaram automaticamente para ela. Atrás do balcão, a recepcionista — Caroline, ou apenas “Carol” para os colegas, engoliu em seco ao reconhecê-la.

— Boa tarde, senhorita White. Em que posso ajudá-la?

Pamela retirou os óculos com um movimento lento e calculado, revelando olhos frios e decididos.

— Estou aqui para falar com o senhor Walker.

Carol hesitou, digitou algo no computador e consultou a agenda.

— Mande abrir imediatamente. — Pamela estava visivelmente irritada, nunca fora barrada em lugar nenhum.

— Como a senhorita não tem horário agendado, somente posso liberar com a autorização da presidência. — Carol estava visivelmente nervosa.

— Então, ligue para o John e peça a ele para liberar minha entrada, agora! — A raiva começou a crescer dentro dela e a chamar a atenção dos que estavam por perto.

— Um momento, senhorita, vou ver o que posso fazer.

Carol pegou novamente o telefone e ligou para Anne.

— Senhora Hartman. A senhorita White insiste em subir para falar com o senhor Walker e esperar o tempo que for necessário.

Anne deu um suspiro, apesar de não conhecer Pamela White bem, sabia que ela era sinônimo de encrenca.

— Reforce que o senhor Walker está muito ocupado e não poderá atendê-la.

Assim que ouviu, Carol repassou o recado para Pamela sem desligar o telefone.

— Pois diga a essa incompetente da secretária dele para avisar a ele que estou aqui. Ou ela vai se arrepender.

Pamela estava visivelmente alterada e começou a falar alto, chamando a atenção dos que estavam em volta. Para evitar escândalo, Carol voltou ao telefone.

— Senhora Hartman…

—Eu ouviu… - Deu um suspiro irritada, ninguém a chama de incopetente.— Vou ver o que posso fazer. Espere um pouco.

— Sim, senhora.

Enquanto Pamela se sentia humilhada por fazerem ela esperar. Anne levantou e deu dois toque na porta do escritório de John antes de entrar.

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