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Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 103

John

Na sala da presidência, John revisava a proposta final do contrato de Miami. Bruce, dois advogados do jurídico e o diretor financeiro estavam reunidos, o silêncio só era rompido pelo som das folhas sendo viradas e os dedos rápidos de Bruce digitando observações.

Anne entrou discretamente, aproximou-se de John e falou em voz baixa:

— Senhor Walker, desculpe interromper, mas a senhorita Pamela White está na recepção. Ela insistiu muito e disse que não sairá sem falar com o senhor.

John respirou fundo, cerrando o maxilar. Sentiu um leve tremor de irritação percorrer seu corpo. Não estava disposto a lidar com ela naquele momento. Mas sabia que, se a mandasse embora, poderia piorar as coisas, afinal eles eram parceiros de negócios e começava a se arrepender por ter estreitado muito os laços com os White.

— Pode permitir que ela entre. Mas que aguarde. Assim que encerrar a reunião, eu a atendo. — Sua voz saiu fria, sem emoção.

— Sim, senhor — respondeu Anne, saindo em seguida.

— Podemos continuar — disse ele, voltando os olhos para os documentos.

Pamela

Anne voltou à sua mesa e ligou para a recepção, a voz sem nenhuma paciência disfarçada.

— Carol, pode autorizar a entrada da senhorita White.

Do outro lado, Carol respirou aliviada.

— Obrigada, senhora Hartman.

Carol pegou um crachá de visitante e entregou a Pamela que pegou com as pontas dos dedos e lançou um olhar vitorioso para Carol e como se fosse um aviso.

Dirigiu-se novamente às cancelas, entregou o crachá ao segurança e entrou com passos decididos, caminhou até o elevador com a cabeça erguida, carregando consigo a aura de alguém que jamais aceitava um “não” como resposta.

John

Cerca de uma hora depois a reunião foi encerrada e assim que Bruce e os outros saíram, não demorou muito, Anne abriu a porta dando passagem a Pamela White. Ninguém viu a careta que Anne fez logo depois de fechar a porta.

Pamela entrou glamorosa como se desfilasse para John, ela vestida em um elegante vestido azul-marinho que realçava seus cabelos loiros presos em um coque baixo, desta vez deixou de lado as roupas provocantes. O perfume floral suave espalhou-se pela sala quando ela entrou, com passos firmes e olhar decidido.

— John… — disse Pamela, sorrindo de canto ao vê-lo. Mas seu sorriso vacilou ao perceber o olhar frio que ele lançou em sua direção.

Ele não respondeu de imediato.

O silêncio pareceu pesar na sala. Pamela caminhou até a frente de sua mesa, deixando a bolsa sobre a cadeira e o olhando com uma mistura de desejo e determinação.

— Soube que você está trabalhando demais, John. — Sua voz era suave, quase sedutora. — Acho que você precisa fazer algo diferente. Te liguei para convidá-lo para almoçarmos e relaxar um pouco, mas você não me atendeu.

Pamela sentou na cadeira em frente a ele e o olhou de com uma fingida mágoa.

Ele se recostou na cadeira, cruzando os braços sobre o peito, seus olhos negros analisando cada movimento dela. Com um suspiro perguntou:

— O que você quer, Pamela?

Ela mordeu o lábio inferior, abaixando levemente o olhar antes de encará-lo novamente.

— Eu estava preocupada com você. — Pamela inclinando-se levemente sobre a mesa, revelando parte dos seios pelo decote generoso.

Ele se levantou sem demonstrar qualquer emoção.

— Pois já viu. Agora vá embora. Tenho trabalho a fazer.

Ela permaneceu parada por alguns segundos, olhando para ele, buscando em seu rosto qualquer traço de carinho ou arrependimento. Mas tudo o que encontrou foi frieza e indiferença.

Engolindo em seco, pegou sua bolsa com raiva e saiu sem olhar para trás, com o orgulho ferido, mas a determinação renovada. Aquela rejeição queimava em seu peito como brasas vivas, e ela sabia que não desistiria tão facilmente.

“Isso não vai ficar assim” pensou e saiu batendo o salto fazendo ressoar pelo piso.

Ao sair da sala de John, passou por Anne como um raio e nem percebeu o sorriso divertido nos lábios de Anne.

Pamela caminhou pelo corredor com passos firmes, mas o coração pulsava de ódio e humilhação. Assim que entrou no elevador, seus lábios se contorceram em um sorriso amargo. “Aquela mulher vai pagar por isso…”, pensou, sentindo um frio percorrer-lhe a espinha. “Essa simplória ridícula vai descobrir que não se atravessa no meu caminho impunemente.”

Enquanto o elevador descia, ela já traçava seus próximos passos. John era dela. E Elizabeth… bem, aquela mulher era apenas um detalhe facilmente de liquidar.

Quando passou pela recepção, manteve a pose e forçou um sorriso elegante para a recepcionista, que a olhou de soslaio.

John

Na sala, John permaneceu em silêncio por alguns minutos, olhando para a porta que Pamela havia acabado de fechar com brutalidade e o barulho ecoou pela sala. Então, suspirou pesado, fechou os olhos e pressionou as têmporas, tentando afastar a dor latejante em seu peito.

Ele não queria admitir, mas a única pergunta que martelava sua mente era:

“Onde você está Elizabeth?”

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