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Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 111

Elizabeth

Na manhã seguinte, Elizabeth acordou cedo, ela não tinha o hábito de ligar o celular pela manhã, afinal ela só mantinha o contato de Adam e Sara, já tinha alguns dias que não entrava nas redes sociais por estar envolvida com seu projeto do restaurante, mas naquele dia por impulso pegou o celular para ver as postagens nas redes sociais, ao ver as primeiras postagens sentiu o coração apertar.

A imagem de John ao lado de Pamela estava por toda parte.

Os comentários se multiplicavam, alguns insinuavam que finalmente estavam juntos, outros questionavam por que a esposa de John Walker nunca era vista com ele, e muitos sugeriam que o casal havia se separado.

Elizabeth ficou parada, encarando a foto de John sorrindo ao lado da mulher deslumbrante.

As lágrimas desceram em silêncio, abundantes. Ela sabia que esse momento chegaria, mas a dor de vê-lo com outra era muito mais intensa do que imaginava.

Quando finalmente conseguiu conter o choro, dirigiu-se ao único lugar onde ainda encontrava paz e força: a Igreja.

Ao entrar, ajoelhou-se em frente ao altar e as lágrimas voltaram a rolar, silenciosas. Fitou o crucifixo e, com a alma dilacerada, orou:

— Oh Deus, por que eu ainda o amo tanto?

Permaneceu ali por longos minutos, buscando conforto, esperando que, de alguma forma, o Senhor lhe mostrasse o propósito de tudo aquilo.

*****

John

Enquanto isso, John examinava as redes sociais. Ele não se interessava nem um pouco e também não tinha tempo para frivolidades, mas dessa vez ele acompanhou todas as postagens e o assunto principal era seu reaparecimento ao lado da socialite Pamela White.

Diferente das outras vezes, encontros forçados e esporádicos provocados por Pamela, desta vez ele havia permitido ser fotografado ao lado dela. Era proposital.

Os comentários fervilhavam, e ele sabia que aquela imagem geraria especulações por dias. Apesar de saber que isso iria acontecer, não gostou dos comentários, ele podia muito bem ter impedido e tirá-los da mídia.

Seu assistente entrou no escritório com discrição, e John perguntou imediatamente:

— Fez como pedi?

— Sim, senhor. O sr. Carlson e sua equipe estão a postos disfarçados de pessoas comuns ou trabalhadores e até pacientes do hospital.

— Ótimo. Pode ir. - Disse ele olhando sério para seu assistente.

— Com licença — respondeu Bruce, fazendo um leve aceno de cabeça ao se virar para sair.

— Bruce. - John o chamou com um tom mais suave que o habitual, um contraste à frieza com que normalmente se expressava.

— Sim, senhor? - Bruce o olhou com expressão interrogativa, aguardando uma nova ordem.

— Obrigado.

Bruce ficou visivelmente surpreso. John Walker não era homem de agradecer ou elogiar. Seus funcionários recebiam salários generosos justamente para suportarem seu mau humor constante e sua frieza.

— Procuro fazer meu trabalho da melhor forma possível, senhor — respondeu Bruce, a voz carregada de emoção contida.

Se alguém conhecia a vida particular de John Walker, esse alguém era Bruce. Ele o acompanhava há anos, conhecia seus horários, manias, silêncios, e até mesmo as pequenas mudanças de humor que passariam despercebidas por qualquer outro.

John o olhou fixamente por alguns segundos, antes de dizer, com a voz mais branda do que de costume:

— Todos esses anos você foi discreto e leal. Acho que fiz bem em confiar em você.

Bruce sentiu o peito se aquecer. Engoliu em seco antes de responder:

— Obrigado, senhor. Não vou decepcioná-lo.

John apenas assentiu com a cabeça, já voltando sua atenção para os documentos sobre a mesa. Bruce entendeu o sinal de dispensa e se retirou.

John não viu, mas assim que fechou a porta atrás de si, Bruce permitiu-se um sorriso largo, belo e charmoso, algo que há muito tempo não fazia na frente do chefe.

Anne, que organizava alguns arquivos em sua mesa, ergueu o olhar ao ver sua expressão iluminada de Bruce.

— O que foi, Bruce? Por que está sorrindo assim?

— Em que está pensando agora?

— Precisamos ter certeza de que ele desistiu mesmo.

— Já sei! — disse Sara, levantando-se com um sorriso ao abraçar o noivo. — Essa cabecinha linda já está tramando outro plano. Pelo menos toda aquela maratona de filmes de suspense policial está servindo pra algo!

Desde o dia em que Elizabeth ligou pedindo ajuda, a mente de Adam não parava em planos e estratégias e ele não escondia que estava empolgado, mas acima de tudo ele temia o que John poderia fazer a amiga se ele a encontrasse.

[Flashback]

Quando Elizabeth ligou pedindo ajuda para deixar John, ele acionou a equipe de segurança e ordenou a análise das câmeras num raio ao redor da casa de Elizabeth.

Com base nas informações, traçou um plano meticuloso: o horário do táxi, o ponto de ônibus onde Elizabeth poderia ser vista e, outro em que ela poderia descer, em seguida, um trajeto sem câmeras até chegar ao carro.

Dali, foram até a cidade nas montanhas, onde ele já havia alugado um apartamento para Elizabeth e aguardaram a reação de John.

Na época, tanto Sara quanto Elizabeth acharam tudo exagerado, mas, no fim, concordaram e fizeram como Adam havia planejado.

E Adam estava certo. John apareceu no escritório dele no mesmo dia do desaparecimento de Elizabeth. Surpreendendo a todos. Adam esperava uma reação de John, mas não tão violenta e a vigilância pesada sobre eles que o obrigou a criar esquemas para despistar seus vigilantes.

O telefone de Sara tocou. Ela atendeu rapidamente.

— É Lizzie — disse para Adam. Haviam tentado falar com ela a manhã inteira.

— Oi, querida. Como está? — perguntou Sara, ansiosa.

— Bem... acho que finalmente ele desistiu — respondeu Elizabeth com a voz carregada de tristeza.

— Adam ainda está desconfiado — disse Sara, com cuidado.

Conversaram por alguns minutos, até que Sara prometeu que eles iriam visitá-la. Ao desligar, olhou para Adam, visivelmente preocupada.

— Amanhã saberemos se ele realmente desistiu — disse Adam, já com outro plano se formando.

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