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Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 115

Desde aquele encontro, Elizabeth passou a notar Steve em diversos lugares até mesmo na igreja, o que, à primeira vista, parecia coincidência. Mas não era.

Steve passou a observá-la discretamente, procurando oportunidades para abordá-la. Sempre com respeito, fazia convites para almoços ou jantares, que ela, invariavelmente, recusava.

Naquela tarde, Elizabeth saía animada da obra onde seria seu futuro restaurante.

As reformas estavam quase concluídas, e em breve poderia assinar o contrato e iniciar a montagem do local. Mal pisou na calçada, viu Steve se aproximando.

— Boa tarde, senhorita Stewart — saudou ele, sorridente. — Temos nos esbarrado com frequência... será algum aviso dos céus?

Elizabeth não conseguiu evitar um leve sorriso.

— Boa tarde, senhor Taylor. A cidade é pequena, é natural que nos encontremos. — Elizabeth falava com naturalidade e com um leve sorriso.

— É… isso facilita bastante — respondeu ele, admirando a mulher à sua frente com o sorriso mais encantador que já vira.

Ela vestia um elegante vestido azul com detalhes branco e usava um chapéu combinando, que lhe dava um ar de sofisticação discreta e elegância. “Linda”, pensou ele.

— Já que recusou todos os meus convites para almoço ou jantar, poderia ao menos aceitar o convite para um café na cafeteria aqui próximo.? — sugeriu, esperançoso. Sabia que ela apreciava aquela cafeteria.

Elizabeth hesitou. Não queria incentivar expectativas, mas Steve sempre fora educado e respeitoso. E, para ser justa, já não tinha desculpas convincentes.

— Tudo bem... eu aceito. — Respondeu ela, era só um café.

— Ótimo! Por aqui — disse ele, abrindo passagem com um gesto gentil.

Logo estavam sentados à mesa, perto de uma janela. A garçonete se aproximou com um sorriso simpático.

— O de sempre, senhor Taylor?

— Sim, por favor, Dora.

— E a senhorita?

— Um café gelado.

— Com bastante creme — completou Dora, sorrindo. Já conhecia Elizabeth.

— A torta de mirtilo deles é excelente — recomendou Steve.

— Pode ser, obrigada — respondeu Elizabeth, e Dora se afastou satisfeita, achando que os dois formavam um belo casal.

Elizabeth não se lembrava da última vez que saíra com alguém. John nunca a levou a lugar algum durante o casamento.

Uma sombra de tristeza cruzou seus olhos azul-acinzentados, algo que não passou despercebido por Steve.

— Está tudo bem? — perguntou ele, delicadamente.

— Está sim — respondeu com um sorriso tímido, tentando disfarçar.

Steve percebeu que havia algo no passado dela que ainda doía. Não queria forçar, mas sentia-se cada vez mais atraído, não apenas por sua beleza, mas por algo mais profundo, uma aura especial que a cercava. Quando a ouviu cantar e tocar na igreja, soube que precisava se aproximar... com calma.

— Então... a senhorita pretende abrir um restaurante?

— Como soube disso? — perguntou, surpresa.

— Cidade pequena — disse ele, rindo. — As notícias voam. E uma mulher bonita abrindo um restaurante novo? É assunto certo por aqui.

Elizabeth riu, relaxando um pouco. Contou-lhe sobre seu sonho, o processo da reforma e os planos para o futuro.

Steve ouviu com interesse e se ofereceu para ajudá-la, afinal, era proprietário de um hotel e conhecia bem o ramo. Ele ficou de apresentar um arquiteto da região que poderia ajudar na montagem do restaurante e também com dicas sobre a região.

A conversa fluía, e Elizabeth acabou ficando ali por mais tempo do que pretendia. Percebeu, com certa surpresa, que havia gostado da companhia de Steve. Ele era atencioso, transmitia tranquilidade, gentil e extrovertido, não era difícil conversar com ele. E não podia negar também era bonito.

****

John

No escritório de John, o clima era outro. Ele fitava atentamente o grande mapa aberto sobre a mesa, circulando cidades litorâneas e traçando rotas prováveis.

Bruce e Carlson estavam presentes.

— Senhor, nossa equipe já cobriu todas essas cidades em destaque. Mas... até agora, nada. A região é muito extensa. Vai demorar muito até verificarmos todo o litoral.

John assentiu, mas o olhar estava distante.

— Eles nos despistaram. Saints sabia que iríamos varrer cada canto do litoral. — Ele franziu a testa, como se uma peça faltava no quebra-cabeça. — E se... não for o litoral?

Bruce piscou, confuso.

— Você sabe que John não gosta de ser pressionado — disse ele, em tom calmo. — E você o pressionou para se divorciar. Se insistir nesse assunto, vai acabar afastando-o ainda mais.

Martha ficou em silêncio por alguns segundos, ponderando as palavras do marido. Sabia que ele estava certo, embora fosse difícil admitir.

— Faz tempo que John não vem visitar o avô… — murmurou, andando de um lado para o outro pela sala, inquieta. — Ele nunca ficou tanto tempo sem aparecer, por mais ocupado que estivesse.

Roger a observava, paciente. Sabia que, quando Martha começava a andar assim, estava arquitetando algo.

— Só pode ser culpa daquela mulher… — ela disse, apertando o celular contra a palma da mão. — É ela que está afastando John da família.

Determinada, procurou o nome de Elizabeth em seus contatos. Se John não a atendia, talvez a esposa atendesse. Ligou, mas a ligação não completou. A irritante mensagem da operadora fez seu rosto endurecer. Tentou novamente. E mais uma vez. E outra.

— Está ligando para quem, querida? — perguntou Roger, percebendo sua expressão cada vez mais alterada.

— Para aquela mulherzinha… o telefone dela está desligado. — O desprezo em sua voz era evidente.

Roger ergueu uma sobrancelha, num gesto tão semelhante ao do filho que fez Martha se irritar ainda mais.

— Por que está ligando para ela? — indagou, confuso.

— Quero convidá-la para um chá com papai — respondeu Martha, tentando soar natural.

Roger a olhou por alguns instantes. Sabia que não era só isso, mas preferiu não comentar. Apenas observou a esposa sentar-se, levantar-se e tentar novamente a ligação, até que ela soltou um suspiro impaciente.

— Por que não manda uma mensagem para John, já que ele não atende? — sugeriu ele, serenamente.

Martha torceu o nariz. Não gostava de mandar mensagens. Mas, contrariada, admitiu:

— Vai ser o jeito…

Digitou, com firmeza nos dedos:

“John, estou preocupada. Você não me atende. Está tudo bem? Quando vem visitar seu avô?”

Em seguida, escreveu outra:

“Estou tentando falar com Elizabeth para convidá-la para um chá com papai, mas o telefone dela está desligado. Peça para ela vir visitá-lo.”

Enviou as mensagens e ficou olhando fixamente para a tela, ansiosa por uma resposta.

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