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Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 118

Elizabeth

Elizabeth olhou para o próprio reflexo no espelho, ajeitando o cabelo com as mãos ajeitando mechas rebeldes com um gesto quase distraído.

O vestido floral que escolhera — de tecido leve, com padrões azulados delicadamente desenhados — moldava-se à sua silhueta com discrição e elegância. A sandália baixa, confortável, contrastava com o ar refinado da roupa. Pegou um belo chapéu que combinava com suas roupas. O que era antes um meio para evitar as câmeras, se tornou seu acessório predileto.

Não estava se arrumando para um encontro… mas também não poderia chamar aquilo de algo casual. Steve a havia convidado para que fosse conhecer o hotel, e, no momento em que aceitou, soou como algo simples, quase inocente. Agora, prestes a sair, sentia uma pontada de hesitação.

Inspirou profundamente, fechando os olhos por um instante. “É só uma visita… nada além disso”, repetiu mentalmente, como se a frase pudesse acalmar a ansiedade.

A ponta dos dedos roçou o tecido do vestido, como se buscar uma certeza no toque. Um turbilhão silencioso de perguntas latejava em sua mente:

“E se for um erro? E se ele estiver esperando algo mais?”

O toque da campainha a tirou de seus pensamentos.

Steve havia combinado de ir buscá-la, o hotel ficava um pouco afastado da cidade e Elizabeth não tinha carro.

— Bom dia, senhor Taylor — Cumprimetou após abrir a porta.

— Bom dia, senhorita Stewart. Está pronta? — O olhar de Steve não escondia a admiração.

Ele estava com uma camisa branca dobrada nos antebraços e calça social escura. O sorrindo era gentil e ao mesmo tempo charmoso.

— Pensei que fosse desistir — disse ele em tom bem-humorado. — Mas fico feliz que tenha aceitado meu convite. Podemos ir?

— Sim, claro.

Elizabeth fechou a porta e Steve a conduziu até o carro, onde abriu a porta para ela entrar.

*****

John

Os últimos dias estavam sendo exaustivos para John. Pamela o pressionava insistentemente desde o jantar na mansão Walker, insinuando encontros “mais sérios” e o convidando para jantares ou almoços como se já houvesse um futuro inevitável entre eles.

Sua mãe, por outro lado, parecia ter assumido a missão de atormentá-lo: exigia explicações sobre quando Elizabeth voltaria para que, finalmente, o divórcio, tão prometido, mas nunca concretizado, fosse oficializado.

E como se não bastasse, Oliver, seu avô, que por um tempo havia lhe dado espaço, retomou os contatos. Ligava para saber quando Elizabeth viria visitá-lo novamente e, em tom quase inocente, voltava a cobrar um bisneto.

John amava o avô, mas a ideia de ter um filho com uma mulher que não amava era inaceitável. Agora, com amargura, percebia que havia desperdiçado três anos — três anos — por puro orgulho.

Além de tudo isso, apenas Bruce e James sabiam que Elizabeth estava desaparecida.

O telefone tocou mais uma vez sobre a mesa. Ele nem olhou para a tela; já sabia quem era. Ignorou. Era sua mãe… pela décima vez naquele dia.

Não demorou para que, em seguida, o telefone da secretária começasse a tocar.

Uma batida discreta na porta anunciou a entrada de Anne.

— Senhor Walker, sua mãe tem ligado insistentemente, pedindo que entre em contato com urgência. Informei que o senhor estava em reunião, como me orientou.

— Ok, Anne. — A voz dele estava grave e cansada. — Depois eu ligo para ela. Obrigado.

— Está… sim, vô. — respondeu, mais como omissão do que mentira. — Tenho estado atolado de trabalho. Assim que der, nós iremos visitá-lo.

Ele queria acreditar nas próprias palavras. Queria acreditar que encontraria Elizabeth e que, se fosse preciso, se ajoelharia para implorar por perdão.

— Você precisa passar mais tempo com sua esposa. — aconselhou Oliver, com simplicidade.

— Eu sei, vovô… — A voz de John cedeu um pouco. — Assim que resolver algumas coisas, vou ser o marido que ela merece.

O silêncio breve que se seguiu foi quebrado pela respiração lenta de Oliver.

— Faça isso, filho. E agora me faça um favor: ligue para sua mãe antes que eu a deserde por me deixar louco com as reclamações dela. — disse, mudando para um tom descontraído.

John soltou um suspiro leve.

— Pode deixar. Vou ligar para ela.

— Fique com Deus, meu filho. Cuide-se. Estou preocupado com você.

— Obrigado, vô. Vai ficar tudo bem.

— Eu sei… tenho certeza que vai.

Ao desligar, John ficou olhando para o celular por alguns segundos, imóvel. A última coisa que queria naquele momento era falar com a mãe, mas também sabia que não poderia ignorá-la para sempre.

Respirou fundo, encostou-se na cadeira, encarou o teto por um instante… e finalmente ligou o número.

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