— Finalmente! — a voz da mãe explodiu do outro lado, carregada de irritação e autoridade. — O que está acontecendo? Por que não me atende? Deixei vários recados com aquela incompetente da sua secretária! Por que não me ligou? Eu já estava prestes a eu mesmo ir aí para me dizer o que está acontecendo. Por que você está me evitando?
John ouviu pacientemente.
— Você quer me deixar louca? Me diga por que ainda não se separou daquela mulherzinha insignificante? O contrato acabou, não tem motivo para continuar com ela!
John fechou os olhos, massageando a testa com a ponta dos dedos.
— Mãe… eu estou no meio de uma semana infernal. Não é hora para…
— Infernal? — ela o interrompeu, rindo com ironia. — Infernal é ter uma nora que desaparece e um filho que se recusa a resolver a própria vida. Já se passaram meses, John! Quando é que vamos encerrar essa farsa?
— Não é uma farsa. — respondeu com firmeza, mas sem elevar o tom.
— Ah, não? — a voz dela soou como uma lâmina fria. — Então me diga onde ela está. Por que não atende minhas ligações quando eu pergunto por ela? Até seu avô está preocupado, e você sabe como ele fica quando começa a desconfiar de algo.
— Elizabeth está… — hesitou por um instante, escolhendo as palavras. — Ela está viajando. Precisa de tempo.
— Tempo? — A risada dela foi seca. — Três anos de casamento e ela ainda precisa de tempo? Você acha que eu não percebo? Essa mulher ter viajado agora, só pode ser para não assinar o divórcio, John. E você, por algum motivo que não entendo, continua preso a ela.
Ele cerrou o punho sobre a mesa.
— Cuidado com o que diz, mãe.
Do outro lado, houve um breve silêncio, mas logo ela retomou, mais controlada:
— Não vou me calar. Você é meu filho. O Grupo Walker precisa de estabilidade. Você precisa de uma esposa que esteja presente, que participe dos eventos, que esteja ao seu lado. Elizabeth não serve para isso. Pamela é uma boa opção, John. — disse ela, ignorando a tensão. — Discreta, educada, de família tradicional. Está sempre disposta a estar com você. Não é segredo para ninguém que ela se importa… muito mais do que Elizabeth alguma vez se importou.
John respirou fundo, tentando conter a raiva.
— Elizabeth é minha esposa. — A voz dele agora estava baixa, quase perigosa. — E só eu decido quem eu quero ao meu lado. Eu não vou discutir isso com a senhora.
— Pois devia. — O que aconteceu com você? — perguntou ela, surpresa. — Você sempre quis se livrar dela… ela era apenas um meio para um fim. Não me diga que... que você se apaixonou por ela?
— Sim, mãe. Exatamente isso. Eu me apaixonei pela minha esposa. E não vou me separar dela.
Martha ficou em silêncio por alguns segundos, perplexa.
— John… você… está dizendo isso para me provocar, não é? O que eu fiz para merecer isso?
Ele fechou os olhos por alguns segundos.
— Mãe, preciso desligar. Estou ocupado — disse ele, impaciente.
— John, não ouse desligar!
— Até mais, mãe.
— John! Não faça isso com a sua mãe! John… — ela começou, mas ele já havia encerrado a ligação.
O celular caiu pesadamente sobre a mesa. John se recostou na cadeira, encarando o nada.Ele fechou os olhos e soltou um suspiro longo.
Não demorou muito o telefone tocou novamente, desta vez ele desligou o celular.
A pressão o consumia. Negócios, família… e o desaparecimento de Elizabeth. Não dormia bem. Mal se alimentava.
Apoiou os cotovelos na mesa, levando as mãos ao rosto.
— Elizabeth… onde você está? Preciso te encontrar… ou vou enlouquecer. - Murmurou
Precisavam encontrar logo a senhora Walker, antes que os negócios começassem a ser prejudicados. O que Bruce achava difícil, o Grupo era muito forte e tinha diretores competentes, mas o presidente é a cabeça de tudo.
Enquanto John e Bruce deixavam a garagem discretamente com seu motorista e um segurança, Pamela White entrava na recepção com o olhar altivo, os saltos estalando pelo piso.
— Vim falar com John — disse ela com autoridade, já cruzando a porta da sala de Anne sem esperar permissão.
— Senhorita, como já informei, o senhor Walker não está e não retornará hoje.
Ignorando a informação, Pamela foi colocando a mão na maçaneta da porta, tentou abri-la e parou ao perceber que estava trancada.
Ela olhou furiosa para a secretária e depois em volta, desconfiada. A mãe dele havia garantido que ele estava no prédio.
— Localize-o. — ordenou, irritada. Ninguém a dispensava assim.
Desde o jantar beneficente na mansão Wlaker, John a ignorava completamente. Nenhum homem jamais a havia descartado daquela forma.
- Como disse o senhor Walker não está e não retorna hoje. Se quiser pode esperar na sala de espera.
- Diga-lhe que vou esperá-lo.
- Como queira, senhorita.
Anne a conduziu a uma sala anexa de espera e sentou-se com pose estudada e cruzou as pernas, deixando-as à mostra.
— Fique à vontade, senhorita, se precisar de algo é só me chamar, com licença. — respondeu Anne com educação.
Por dentro, pensava: "Pode esperar à vontade. Que mulher insuportável, será que ela não vê que o chefe não queria nada com ela.”
Anne sentou na sua mesa indignada e voltou a se concentrar no trabalho.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
Olá, quero deixar aqui meus sinceros parabéns por essa linda história, eu amei. Que Deus abençoe vc e toda a sua família...
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...