O hotel ficava na parte alta da pequena cidade, cercado por uma paisagem bucólica de colinas e árvores que balançavam suavemente ao vento.
Ao chegar, Elizabeth foi recebida por um atendente gentil que prontamente abriu a porta para ela descer do carro.
— Seja bem vinda, senhorita. — Disse o atendente educadamente.
— Obrigada. — Elizabeth respondeu educadamente, lançando um olhar ao redor.
O lugar era deslumbrante. A varanda dava vista para um jardim impecável e, ao fundo, uma piscina com espreguiçadeiras dispostas sob ombrelones brancos.
Era um ambiente sereno, acolhedor, mas com um toque de sofisticação que surpreendeu Elizabeth.
— O hotel é lindo — comentou.
— Obrigado. Cuido dele como se fosse meu lar. — Fez uma pausa. — Vamos, quero lhe mostrar o hotel.
Steve a conduziu por todo hotel. Elizabeth ficou surpresa com a sofisticação e bom gosto em cada detalhe que transmite elegância e serenidade, um ambiente tranquilo e sossegado para descansar e aproveitar a vida com conforto e elegância. Tudo muito bem cuidado.
Passaram pela área externa com um belo jardim, quadras de esportes, piscina, um lago e até um parque infantil, tudo muito bem elaborado e conservado. O ambiente interno também era de extremo bom gosto e sofisticação discreta, Elizabeth não escondeu a admiração pelo lugar.
— Parabéns, senhor Taylor. É um lugar magnífico.
— Obrigada, fico feliz que tenha gostado. Gostaria de conhecer a cozinha? Fiquei curioso sobre como seria vê-la aqui, preparando seus pratos.
Ela riu suavemente.
Steve a conduziu por corredores bem decorados, apresentando algumas áreas do hotel, até chegarem à cozinha.
O ambiente era moderno, espaçoso e bem equipado. Tudo ali reluzia limpeza organização. A cozinha já havia encerrado os trabalhos e o ritmo havia diminuído, os funcionários estavam terminando de arrumar o local.
— Temos chefs excelentes — explicou ele —, mas ainda sonho em transformar o restaurante do hotel em algo mais especial. E quando ouvi você falar com tanto amor sobre comida, achei que talvez... pudesse se inspirar aqui também.
Elizabeth caminhou lentamente pelo espaço, tocando o mármore claro da bancada, observando os utensílios organizados. As pessoas que ali trabalhavam cumprimentavam Steve e Elizabeth com sorrisos gentis e autênticos, todos gostavam de trabalhar naquele lugar.
Por um instante, imaginou-se ali, dirigindo a equipe, elaborando novos pratos… Será que Deus estava abrindo uma porta?
— É inspirador, realmente. — disse, com sinceridade. — Confesso que imaginei como seria.
Steve a observava, sem pressa, admirando aquele brilho nos olhos dela que surgia quando falava de seus sonhos.
Depois que saíram da cozinha, Steve a conduziu até o deck externo do bar onde tinha uma bela vista do vale. Sentaram numa mesa e um garçom serviu dois drinks refrescantes.
— Elizabeth, posso chamá-la assim?… — ele disse em voz mais baixa —, não quero que pense que tenho segundas intenções. Mas também não quero esconder que a admiro. Se, algum dia, estiver pronta para tentar algo novo... não apenas aqui no hotel, mas na vida... quero que saiba que estarei por perto.
Ela não respondeu de imediato. Seus olhos percorreram a bela vista, depois o rosto sincero de Steve, olhou para ele com sinceridade.
— Por enquanto, pretendo focar em abrir meu restaurante. Mas agradeço pela sua amizade. — Sua voz saiu suave.
Steve ficou um pouco decepcionado, ele queria muito mais que amizade. Sabia que ela sofria por alguém e teria que ter paciência e olhando para ela, sabia que valeria a pena.
— Não estou com pressa — respondeu ele com um sorriso gentil. — Algumas das melhores coisas da vida levam tempo.
Elizabeth desviou o olhar para contemplar o entardecer. Steve entendeu que não deveria seguir por aquele caminho, também desviou o olhar para o vale. Depois de algum tempo eles voltaram a conversar sobre a cidade e o restaurante.
*****
— Foi quando conheci a Chloe, minha namorada.
John ergue as sobrancelhas.
— Você tem uma namorada? — John ficou surpreso, afinal ele costuma trabalhar até tarde e John nunca se preocupou com sua vida pessoal.
— Eu estava preso no trânsito, atrasado para uma reunião importante. — começou, com a voz carregada de lembrança e um certo brilho nos olhos. — Estava chovendo muito, e um táxi parou bruscamente na faixa ao lado. Quando olhei, ela estava lá, tentando segurar uma sacola de compras que estava se rasgando. Algumas coisas caíram na rua, e, sem pensar, saí correndo para ajudar, no meio de toda aquela confusão e buzinas.
John arqueou uma sobrancelha, interessado.
— No meio do trânsito? — ironizou.
— Pois é. — Bruce deu uma risada breve. — Eu quase fui atropelado por um ciclista. Mas consegui salvar uma caixa de macarons que ela tinha comprado. Ela me agradeceu com aquele sorriso… e, desde então, eu nunca mais consegui esquecer.
John balançou a cabeça com um leve sorriso irônico. O silêncio que se seguiu não foi desconfortável. Por um instante, John percebeu que Bruce falava de Chloe com um carinho genuíno, algo que ele agora sabia o que era.
Naquela mesa de bar John deixou de ser o senhor Walker e Bruce seu assistente. Talvez a bebida, talvez o comportamento de John mais tranquilo ou melancólico, ouvindo as histórias de Bruce algumas divertidas outras não. John viu que a vida simples de seu assistente parecia ser mais feliz que a sua.
— Você que é feliz, Bruce — O tom era quase sério demais para o momento ou mais para lamento.
— Feliz? — Bruce pensou por um momento, girando o copo entre as mãos. — Tenho dias bons e ruins, como todo mundo. Mas… acho que sim. Pelo menos tento não complicar as coisas mais do que elas já são.
As palavras ficaram ecoando na mente de John. Sempre acreditara que as pessoas se aproximavam dele por interesse. Por isso, mantinha distância e erguia muros… muros tão altos que, talvez, nem ele soubesse mais como derrubá-los.
Quando finalmente voltou para casa, já passava das dez. Deixou-se cair na cama, o corpo pesado e a mente estranhamente leve. O efeito da bebida, misturado à exaustão física e emocional, o arrastou para um sono profundo. Pela primeira vez em semanas, não houve sonhos perturbadores nem memórias dolorosas.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
Olá, quero deixar aqui meus sinceros parabéns por essa linda história, eu amei. Que Deus abençoe vc e toda a sua família...
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...