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Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 122

Assim que desceu os três degraus da entrada, deu de cara com Steve. Parecia que ele a esperava.

— Bom dia, Elizabeth. — disse ele, com um sorriso largo e confiante.

— Bom dia, Steve. — respondeu ela com um sorriso gentil.

— Vejo que a obra finalmente ficou pronta. — comentou ele, olhando para dentro do restaurante. — Que tal sairmos para jantar e comemorar essa conquista?

Elizabeth desviou o olhar, constrangida. Steve sempre a convidava para jantar, e ela sempre recusava. Não queria alimentar esperanças que não poderia corresponder.

— Eu… tenho algumas coisas para resolver. Agora que a obra está pronta, vou ficar bastante ocupada nestes próximos dias acertando sobre a implantação do restaurante, a decoração e a contratação da equipe. — disse, tentando soar suave.

Steve suspirou levemente, mas logo recuperou o sorriso, ainda que seus olhos demonstraram decepção.

— Eu entendo… — disse ele, passando a mão pelos cabelos castanhos. — Mas… talvez… pelo menos… você teria um tempinho para tomar um café comigo? — perguntou, com um olhar cheio de esperança.

Elizabeth hesitou por alguns segundos, sentindo-se tocada pela gentileza dele. Não queria ser rude. Um café não mudaria nada.

— Está bem. Um café. — respondeu, com um pequeno sorriso.

Steve sorriu, genuinamente feliz, e a acompanhou até a cafeteria que costumavam frequentar. Steve sentiu o coração bater mais leve apenas por poder estar ao lado dela.

Escolheram uma mesa próxima à janela, de onde ela podia ver o movimento tranquilo da rua. Steve puxou a cadeira para ela, com educação, antes de se sentar à sua frente.

— O que vai querer? — perguntou ele, já chamando a atenção da garçonete.

— Um café gelado com creme e uma torta de maçã.— disse Elizabeth, com um sorriso leve.

— O mesmo para mim, Dora. — disse Steve à garçonete, que anotou tudo e se afastou com um sorriso.

“Esses dois formam um lindo casal” Pensou ao se afastar.

Houve alguns segundos de silêncio entre eles, mas não era um silêncio desconfortável. Elizabeth olhava pela janela, observando as pessoas que passavam na rua. Imaginando as pessoas entrando no seu restaurante e saindo felizes.

— Tudo bem? Você parece distante. — disse Steve, interrompendo seus pensamentos.

Ela voltou o olhar para ele, um pouco surpresa.

— Só estava imaginando como ficará meu restaurante. — respondeu

— Imagino que ficará maravilhoso. — disse ele, apoiando os cotovelos na mesa e entrelaçando as mãos. — Mas… espero que você também esteja feliz. Está realizando um sonho, não está?

Elizabeth sorriu, mas seus olhos refletiram um leve brilho de melancolia.

— Sim… estou realizando um sonho. — disse ela, abaixando o olhar. — Mas às vezes eu me pergunto se é real, se eu mereço.

Steve franziu o cenho, inclinando-se um pouco mais para ela.

— Por que diz isso?

Elizabeth respirou fundo, escolhendo as palavras.

— Porque… — fez uma pausa, sentindo o peso de lembranças recentes em seu peito. — Porque às vezes eu sinto que apesar de ser um sonho, parece mais uma fuga.

Elizabeth, não soube porque disse isso a ele, mas queria desabafar um pouco daquilo que trazia no coração.

Steve a olhou em silêncio, absorvendo cada palavra dela. Então, disse em voz baixa:

— Sabe… eu não sei o que aconteceu com você antes de chegar aqui. Mas eu vejo a forma como você trata as pessoas, a delicadeza com que fala, a força que demonstra atenção e gentileza… — Ele sorriu de leve. — Fugindo ou não… eu só vejo alguém tentando sobreviver… e, se possível, ser feliz.

Elizabeth sentiu um nó na garganta com aquelas palavras. Sorriu, mas seus olhos marejaram levemente.

— Obrigada, Steve. Você é muito gentil comigo.

— Eu só… — ele respirou fundo, desviando o olhar por um segundo antes de encará-la novamente. — Eu só quero que você saiba que… tem alguém aqui que torce muito por você.

Nesse momento, a garçonete chegou com os pedidos. Elizabeth agradeceu baixinho. Levou o café aos lábios, sentindo o sabor que tanto gostava. Respirou fundo, sentindo o coração mais calmo.

— Eu sei… e agradeço muito por isso. — disse ela, olhando para ele com sinceridade.

Eles ficaram ali por mais alguns minutos, conversando sobre a obra do restaurante, fornecedores, cardápio e ideias de decoração. Steve ouvia cada detalhe com atenção, sorrindo a cada novo plano que ela compartilhava.

Quando se despediram do lado de fora da cafeteria, Steve colocou as mãos nos bolsos e disse:

— Se precisar de qualquer coisa… qualquer coisa mesmo, estarei aqui.

Elizabeth apenas assentiu, com um sorriso calmo.

— Eu sei. Obrigada, Steve.

Ele a observou se afastar, caminhando com passos tranquilos pela rua iluminada. E, mais uma vez, sentiu aquele aperto no peito ao perceber que, mesmo perto dela, ainda estava muito longe de alcançá-la.

Martha

Martha também não estava satisfeita com o casamento de John. Nos últimos dias, tinha insistido para que Pamela fosse até o escritório dele e tentasse persuadi-lo sobre o divórcio.

Naquela tarde, em sua sala particular, Martha aguardava ansiosa pelo telefonema de Pamela, mas, em vez disso, o mordomo anunciou sua chegada à mansão. Poucos minutos depois, Pamela foi introduzida ao ambiente.

— E quando foi isso? — perguntou, agora visivelmente perturbada com a informação.

— No dia do fim do contrato, senhora. Um dia antes, a senhora Walker já havia me procurado para assinar o divórcio. Algum problema?

— Não… está tudo bem. Obrigada. — disse Martha, encerrando a ligação sem cerimônia.

Ficou alguns segundos em silêncio, encarando o nada completamente atônita. Pamela a observava, ansiosa.

— O que foi, senhora Sinclair? — perguntou, incapaz de conter a curiosidade.

Martha a encarou, confusa e irritada ao mesmo tempo.

— Ela assinou! Elizabeth assinou os papéis do divórcio… mas John se recusou.

— O quê? — Pamela arregalou os olhos, incrédula. — Mas… ele não a suporta! Por que faria isso?

— Exatamente isso que quero descobrir. — disse Martha, levantando-se e começando a andar de um lado para outro, nervosa. — Elizabeth quis o divórcio, mas John, por algum motivo, não aceitou.

— Impossível… — murmurou Pamela, pensativa. — O que será que deu nele?

— Não pode ser… Ele me disse que tinha se apaixonado por ela. — respondeu Martha, parando de andar e fitando Pamela com firmeza.

— O John apaixonado por aquela simplória? — Pamela não acreditava no que ouvia.

— Não posso confrontá-lo nesse momento. Conheço meu filho. Isso só o afastaria mais. — disse Martha, voltando para trás de sua mesa.

Ela caminhou até o bar no canto da sala, serviu dois cálices de conhaque e entregou um a Pamela. Bebeu um pequeno gole, sentindo o líquido aquecer-lhe a garganta antes de falar novamente, sem se virar.

— Pamela, assim que souber de algo me informe imediatamente. Descubra tudo sobre essa mulher. Onde está, o que faz, com quem anda. Quero cada detalhe. John disse que ela viajou… descubra se é verdade.

Virou-se então, fitando-a com frieza calculada.

— E quando soubermos de tudo… veremos qual será a melhor maneira de tirá-la do caminho.

Pamela sorriu, satisfeita, enxugando as últimas lágrimas falsas do rosto.

— Pode deixar comigo, senhora Sinclair. E quanto a John?

— Vamos dar um tempo. — disse Martha, erguendo o cálice num brinde silencioso. — Primeiro, precisamos descobrir exatamente o que está acontecendo.

Pamela ergueu seu cálice, retribuindo o brinde.

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