O que Elizabeth não sabia era que John havia permanecido no escritório até tarde, tentando ocupar a mente.
Envolveu-se com relatórios e planilhas, como se os números pudessem calar os sentimentos que o perturbavam.
Por isso, descontou sua frustração em Bruce, reprovando todos os balancetes e criando metas cada vez mais exigentes.
Bruce, por sua vez, achava um absurdo o que o chefe estava propondo. Quando tentou argumentar, foi imediatamente cortado:
— Apenas faça o que estou mandando — disse John, ríspido.
— Sim, senhor — respondeu Bruce com a voz cansada.
Ele já estava acostumado com momentos de rispidez por parte de John, mas ultimamente o mau humor do chefe tornara-se insuportável.
Era ríspido com todos; nada estava bom. Nem mesmo os melhores relatórios escapavam de críticas severas, deixando a equipe com os nervos à flor da pele.
John e Bruce costumavam ter uma boa relação de trabalho, com momentos ocasionais de descontração.
Mas, desde o anúncio do casamento, o temperamento de John piorou visivelmente e até com Bruce ele passou a ser mais impaciente e frio.
Quando John finalmente encerrou o expediente. Bruce, aliviado, fechou o computador.
— Pode ir, Bruce. Vou ficar mais um pouco — disse John, com o rosto inexpressivo.
— Boa noite, senhor Walker — murmurou Bruce, sem esperar resposta. Sabia que aquela noite não seria boa.
Sozinho, John caminhou até a imensa parede de vidro que dominava o escritório e observou a cidade aos seus pés.
A sede do Grupo Walker ficava em um dos edifícios mais altos e luxuosos da cidade e seu escritório em um dos últimos andares.
De lá, tudo parecia pequeno; as luzes, carros, pessoas indo e vindo enquanto ele permanecia sozinho em seu castelo de vidro.
Olhou para o relógio. Já eram quase nove da noite quando finalmente deixou o prédio. Entrou em seu carro de luxo e passou a dirigir sem rumo certo.
Parou, por fim, em um pequeno bistrô onde sempre havia uma mesa reservada para ele, mesmo se ficasse muitos dias sem aparecer.
Recordava-se da jovem alegre e sonhadora que um dia fora, esperando ansiosamente por um olhar de John, mesmo quando ele estava cercado por moças belas e ricas, todas tentando chamar sua atenção.
E ela se sentia feliz com o pouco de atenção que ele lhe dava.
Mas ela o amava e precisava conhecer as cláusulas do contrato, John mencionou mais de uma vez que ela se casou por dinheiro.
Determinada, ligou para James e disse que precisava sair.
Poucos minutos depois, ele estacionava na entrada principal da mansão, abrindo a porta para que a patroa entrasse.
Assim que ele se acomodou ao volante, ela lhe passou o endereço da casa de seu pai.
Durante o trajeto, Elizabeth manteve o olhar fixo na janela, observando a cidade passar como um borrão diante de seus olhos.
Precisava entender, precisava das respostas que elas estavam naquele contrato.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
Olá, quero deixar aqui meus sinceros parabéns por essa linda história, eu amei. Que Deus abençoe vc e toda a sua família...
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...