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Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 133

Martha

Já haviam se passado alguns dias desde que Martha tentava, sem sucesso, entrar em contato com John. Seu telefone permanecia desligado, o que só aumentava sua irritação. Sem opção, decidiu ligar para o escritório e falar com a secretária dele.

Assim que Anne atendeu, ouviu a voz ríspida do outro lado da linha:

— Quero falar com John agora mesmo.

Anne reconheceu imediatamente a voz autoritária.

— Desculpe, senhora Sinclair, mas o senhor Walker está em viagem a trabalho no momento.

Martha suspirou, apertando o braço da poltrona onde estava sentada. Seu filho havia viajado e ela nem sequer sabia para onde. Desde que ele se casou, parecia que sua vida havia se tornado um livro fechado para ela.

— E quando ele retorna? — perguntou, tentando controlar a impaciência na voz.

— Infelizmente, senhora, o senhor Walker não compartilhou comigo sua agenda desta viagem.

— Está bem. — disse ela, respirando fundo. — Entre em contato com ele agora mesmo e diga que preciso falar com urgência.

— Com todo respeito, senhora Sinclair, o senhor Walker está incomunicável. Assim que puder, ele retornará suas ligações.

Martha estreitou os olhos, sentindo o sangue ferver em suas veias.

— Muito bem, Anne. Mas quando ele entrar em contato, exijo que me ligue imediatamente. Não se esqueça.

— Sim, senhora. — respondeu a secretária, antes de desligar.

Martha permaneceu com o telefone na mão por alguns segundos, o semblante carregado. Depositou o aparelho com força sobre a mesinha ao lado e bufou alto.

— Não conseguiu falar com John? — perguntou Roger, que estava sentado no sofá lendo o jornal e acompanhou toda a conversa.

— Seu filho está impossível. — disse Martha, com a voz embargada de ira. — Ele viajou sem me avisar. Nem a secretária sabe para onde foi. Imagine isso, Roger!

— Talvez ele tenha ido encontrar a esposa. — disse Roger calmamente, dobrando o jornal. — Ela não está viajando?

Martha parou por um instante, pensativa. Aquilo fazia sentido, e a simples possibilidade a deixou ainda mais inquieta. Levantou-se e começou a caminhar de um lado para o outro da sala íntima do casal.

— Desde que ele se casou, mudou completamente. Está cego por causa daquela mulherzinha insignificante.

Roger suspirou, observando a esposa com expressão cansada.

— Martha, querida… John já é um homem feito. Um dos empresários mais respeitados do mundo. Por que insiste em querer controlar a vida dele dessa forma?

Martha parou de andar, virando-se para encará-lo com os olhos faiscando.

— Eu só quero o bem dele, Roger! — disse, com a voz tensa. — Aquela mulher entrou na vida dele com um único propósito e agora ele já não precisa mais dela, ele deveria descartá-la como havíamos acertado quando ele assinou aquele contrato.

Roger balançou a cabeça, descrente.

— Você fala como se ela fosse algum tipo de ameaça, mas… ela é apenas uma garota simples. Talvez ele a ame de verdade.

Os lábios de Martha se curvaram em um sorriso frio.

— Amor? — disse, quase em tom de escárnio. — Como John pode amar uma mulher como ela, uma simplória, ele nunca a levou a nenhum evento, provavelmente por vergonha. Só não entendo por que.

Roger suspirou mais uma vez e voltou a abrir seu jornal, sabendo que qualquer tentativa de argumentar seria inútil. Conhecia muito bem a esposa para saber que, uma vez decidida, nada nem ninguém a faria mudar de ideia.

Enquanto ele voltava à leitura, Martha sentou-se à sua poltrona novamente, cruzou as pernas com elegância e olhou para o vazio.

Martha respirou fundo, pegou o celular sobre a mesa e ligou para Pamela.

— Senhora Sinclair.

— Tem que ter alguma coisa. — disse Pamela, apertando o celular contra a orelha.

— Olha… se você quer algo contra ela, acho melhor desistir. Se eu cavar mais, pode chegar até o marido. E aí, minha cara, a coisa vai ficar feia.

— Eu não sou mulher de desistir, Logan. — disse ela, fria. — E quanto à viagem? Descobriu para onde ela foi?

— A mulher sumiu como fumaça. Nada registrado em aeroportos ou rodoviárias. É como se tivesse desaparecido do mapa. Muito estranho.

Pamela caminhou até a parede espelhada, olhando fixamente para seu reflexo.

— John tem um avião particular. Verifique se ele foi utilizado nesses dias. John também viajou e não sei pra onde. Descubra.

Logan ficou em silêncio por alguns segundos antes de responder:

— Princesa… investigar o John Walker é perigoso. Você sabe da fama dele.

— Apenas faça o que estou mandando. — disse ela, a voz gélida. Lembrou-se das palavras de Martha alertando-a para não inventar nenhuma história, ela ignorou. — E se não conseguir nada de concreto… encontre de uma forma ou de outra, entendeu?

— Esse tipo de “serviço” não faço… — disse Logan, hesitante. — Eu tenho um nome a zelar. Não faço armações, só investigações. Se for pra inventar algo… não conte comigo. Principalmente se for algo relacionado a John Walker, eu estaria morto.

— Estou te pagando uma fortuna, Logan.

— Não tem dinheiro que pague se isso ir contra um Walker. Ainda mais contra o próprio John.

Pamela respirou fundo, sentindo o peito queimar de frustração.

— Está bem. Continue investigando. Mas me traga resultados logo.

— Farei o possível.

Ela desligou e jogou o celular no banco ao lado e sentou-se, massageando as têmporas. Sabia que John podia ser implacável, mas estava disposta a arriscar tudo. Fechou os olhos, sentindo a raiva borbulhar dentro de si. Elizabeth Walker… Não, e sim Pamela Walker.

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