Entrar Via

Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 141

Com o fim do festival no domingo, todos estavam exaustos, mas felizes pelo sucesso e visibilidade do restaurante. Os organizadores promoveram uma pesquisa para eleger o melhor restaurante do festival e com surpresa o “La Brise” ficou em primeiro lugar.

O sucesso alcançou as redes sociais e se espalhou rapidamente e não demorou para que os frequentadores da cidade serrana almejassem conhecer o novo restaurante com sabores inigualáveis.

Mesmo cansada, naquela noite Elizabeth foi à igreja para agradecer por tudo, mas também tinha um pedido no coração que ainda estava sem resposta.

No dia seguinte, Elizabeth deu folga para a equipe para descansar, por isso não saiu de casa. Ficou envolvido no balancete do restaurante e feliz com o resultado.

*****

John

John continuava no hotel praticamente trancado no quarto, Bruce começa a se preocupar com a ausência do trabalho, apesar de trabalhar remotamente o chefe tinha que tomar uma decisão, não podia ir embora sem encontrar com Elizabeth.

Bruce bateu suavemente na porta do quarto de John.

Lá dentro, John permanecia afundado na poltrona, o laptop sobre as pernas. Fotos e vídeos de Elizabeth se revezavam na tela, um fluxo lento e silencioso que o mantinha preso como se estivesse hipnotizado. Ele não respondeu.

Bruce insistiu com outra batida. Um seco “entre” veio lá de dentro.

Ao entrar, encontrou o chefe com barba por fazer, olheiras profundas e um ar sombrio.

— Está aqui há dois dias, senhor… sem sair para nada além de observá-la.

John fechou o laptop com calma, mas o olhar continuava distante.

— Ela parece feliz. — Sua voz saiu baixa, quase um murmúrio.

— E isso incomoda o senhor? — Bruce questionou, medindo as palavras.

John respirou fundo, apoiando os cotovelos nos joelhos, como se o peso daquela verdade fosse difícil de carregar.

— O que incomoda é não fazer parte dessa felicidade.

Bruce o observou por um momento, depois falou com firmeza:

— Vai ter que decidir, senhor. Ou vai embora e a deixa seguir em frente… ou arriscar e procurar por ela. Mas ficar nesse meio-termo só vai destruir o senhor cada vez mais.

John apenas assentiu.

— Diga ao senhor Taylor que me encontre no deck do bar.

Bruce ergueu as sobrancelhas.

— Tem certeza que quer falar com ele? — Perguntou na dúvida se era uma boa ideia.

— Eu preciso.

*****

Pouco depois, John desceu até o bar do hotel. O sol se despedia no horizonte, tingindo o céu com tons de laranja e dourado. Steve já estava lá, sentado em uma mesa com um copo de whisky.

John puxou uma cadeira e sentou-se sem pedir licença, o olhar frio e direto.

— Achei que tivesse ido embora. — Steve quebrou o silêncio, exibindo um meio sorriso.

— Não. Ainda não terminei por aqui. — A voz de John era fria, mas contida.

— Por causa dela. — Não era uma pergunta.

John encarou o vale, evitando o olhar do outro e depois se virou.

— Ela é minha esposa… e parece que o senhor não levou a sério as minhas palavras. — Falou pausadamente, como se cada sílaba fosse um aviso.

Steve esboçou um sorriso breve.

— Sei de sua reputação… cruel, implacável… de reduzir inimigos a pó. Mas não tenho medo de você, senhor Walker. — Sustentou o olhar de John. — Se Elizabeth me quisesse, eu lutaria por ela. Sem dúvida, é uma mulher que vale qualquer sacrifício… e, pelo que vejo, o senhor só percebeu isso tarde demais.

Steve tomou um gole do whisky, demonstrando uma tranquilidade calculada.

De tempos em tempos, Bruce erguia os olhos para o relógio e depois para a porta do quarto de John. Na noite anterior, havia presenciado à distância a conversa dele com Steve. O clima foi tenso, e John saíra visivelmente abalado.

Dias atrás, após confrontar Steve Taylor pela primeira vez, o chefe ficou tão perturbado que se afundou na bebida. E, pelo jeito, aquela noite não tinha sido diferente.

Preocupado, Bruce caminhou até a porta e bateu.

— Senhor Walker — chamou, desta vez em tom mais firme.

Silêncio. Nenhum som veio de dentro.

A preocupação apertou o peito de Bruce. Desde o desaparecimento da esposa, John tinha feito do whisky seu único companheiro nas noites mais longas. Sem hesitar, girou a maçaneta e entrou.

A cena não o surpreendeu, mas o entristeceu. John estava deitado de bruços, ainda com a mesma roupa do dia anterior. Uma das mãos pendia para fora da cama, e, no chão, próxima aos dedos, repousava uma garrafa de whisky quase vazia.

Bruce deu um suspiro de pesar e tristeza lhe invadindo. Admirava aquele homem, mas vê-lo assim o atingia de forma dolorosa.

— Senhor Walker. — Chamou se aproximando da cama. Repetiu o chamado.

John abriu os olhos com esforço. A barba por fazer, o semblante pálido, e a perda de peso nos últimos dias eram evidentes.

— Bruce… — murmurou, olhando ao redor, confuso.

Tentou se erguer, mas uma fisgada latejante o fez levar a mão à cabeça. Com dificuldade, sentou-se na beira da cama e curvou o tronco, apoiando os cotovelos nos joelhos, a cabeça entre as mãos.

— Que horas são? — perguntou, a voz rouca e cansada.

— Já passa das oito, senhor.

— Preciso de um banho. — disse, levantando-se com esforço.

— Posso pedir para servirem o café.

— Sim. — respondeu, caminhando em direção ao banheiro. Fez uma breve pausa antes de entrar. — Depois… preciso ir a um lugar.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento